Do Notícias Terra.
Uma mensagem de mais de quatro anos atrás no Twitter e que pregava a paciência e rejeitava o ódio, escrita por Kenji Goto, refém japonês executado na semana passada pelo Estado Islâmico (EI), voltou a circular depois do assassinato do jornalista, condenado em todo o mundo.
“Feche os olhos e permaneça paciente. Tudo acaba quando você fica irritado ou grita. É quase como rezar. Odiar não é o papel dos seres humanos; julgamento é o domínio de Deus. Foram meus irmãos árabes que me ensinaram isto”.
A mensagem em japonês, da qual se ignora o contexto e o motivo, escrita por Goto em setembro de 2010, foi retuitada mais de 26.000 vezes, fenômeno que aumenta de acordo com a repercussão na imprensa.
Além disso, os livros de Goto estão esgotados.
O secretário-geral do governo, Hiroshige Seko, afirmou que o ministério japonês das Relações Exteriores telefonou duas vezes Goto, em setembro e outubro, antes de um encontro no mesmo mês, para pedir que desistisse da viagem.
O jornalista, que acreditava que poderia salvar o amigo Haruna Yukawa, sequestrado pelo EI em agosto, deixou o Japão e entrou na área controlada pelos jihadistas, acredita-se, em 24 de outubro.
Antes, ele gravou um vídeo no qual insistiu no caráter pessoal de sua iniciativa e no fato de que era plenamente responsável pela decisão.
“Correspondia ao Estado proteger sua vida, não cabe debater sobre a responsabilidade pessoal”, afirmou Seko.
Capturado no fim de outubro ou início de novembro, Goto reapareceu em 20 de janeiro, ao mesmo tempo que Yukawa, em um vídeo do EI, que exigia o pagamento de 200 milhões de dólares por sua libertação.
“Nunca tivemos a intenção de pagar o resgate”, declarou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.
Os dois reféns japoneses foram decapitados com uma semana de intervalo, após várias ameaças do EI.
O canal NHK informou nesta terça-feira que, segundo fontes sírias, antes do fim do ultimato de 29 de janeiro, Goto foi levado para uma área próxima da fronteira com a Turquia em previsão a uma libertação em troca de uma jihadista iraquiana detida na Jordânia e reclamada pelo EI. Mas o processo foi interrompido por razões desconhecidas, segundo as mesmas fontes.