Panorama da cidade do Rio de Janeiro com destaque para as montanhas do Corcovado (esquerda), Pão de Açúcar (centro, ao fundo)
Por Akemi Nitahara, da Agência Brasil
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) instalou oficialmente no último dia 13, no Rio, o comitê gestor do Sítio Patrimônio Mundial, com representantes das três esferas de governo e da sociedade civil, num total de 20 membros titulares e 20 suplentes. A cerimônia ocorreu no Centro de Visitantes das Paineiras, local revitalizado recentemente que faz parte da área tombada do Corcovado e Cristo Redentor, dentro do Parque Nacional da Tijuca.
O diretor de Articulação e Fomento do Iphan, Marcelo Brito, explicou que o objetivo do órgão é estabelecer uma atuação conjunta a partir das prioridades estabelecidas no plano para a preservação dos locais tombados, para proporcionar o seu uso público com qualidade.
Segundo ele, a ideia é que as áreas que foram declaradas patrimônio mundial “tenham uma gestão compartilhada, com um maior entendimento entre as instâncias que atuam no local, no sentido de orientar investimentos para projetos e também estabelecer um controle conjunto das questões que incidem sobre essas áreas, como o Iphan e órgãos estaduais e municipais que atuam no controle paisagístico, urbanístico e edificatório”.
O comitê começou a ser organizado desde a declaração das áreas da cidade como patrimônio mundial, em 2012, mas somente agora foi formalizado, após a aprovação do “Plano de Gestão do Sítio Rio de Janeiro Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar”, no ano passado, durante sessão do comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Bonn, na Alemanha.
A Unesco destaca que o tombamento da cidade foi inovador, por ter sido a primeira paisagem cultural urbana tombada como patrimônio mundial pelo órgão. Entre as áreas declaradas estão a Floresta da Tijuca, o Corcovado, o Pão de Açúcar, a Praia e o Forte de Copacabana, o Parque do Flamengo, o Jardim Botânico, o Passeio Público, a entrada da Baía de Guanabara, o Forte e o Morro do Leme, o Arpoador e a Enseada de Botafogo.
De acordo com Brito, a declaração é importante para garantir qualidade paisagística e qualidade de vida urbana para esses trechos da cidade. “E que isso sirva de referência para o resto da cidade, a partir do momento em que a gente está trabalhando na perspectiva de manter uma paisagem cultural aonde você tem referências urbanísticas, paisagísticas e arquitetônicas, mas também modos de vida. Todas as áreas estão muito associadas a utilização de espaços públicos: praias, passeios, parques. Esse é um ponto que aqui no Rio de Janeiro é muito forte e muito evidente. Então [o objetivo] é garantir qualidade de usufruto, de desfruto da população desses espaços, que são públicos”.
No evento de hoje também foi lançado o livro “Rio de Janeiro: paisagens cariocas entre o mar e a montanha”, inaugurada uma nova sinalização no local que indica o tombamento e entregue o Certificado de Patrimônio Mundial da Unesco.