Foto: Hanna Gledzy / Agência Biblioo

Aproximar os arquivos, as bibliotecas e os museus do interesse do público, especialmente da nova geração de usuários, tem sido um desafio constante a essas instituições de grande relevância social na difusão do conhecimento e da informação. Para além de um prédio, um local físico, a disponibilização de um ambiente virtual do ciberespaço é um caminho no aprimorar a comunicabilidade e a difusão dos acervos norteado pelas potencialidades da Mass Self Communication (MSC) – ou intercomunicação individual, pessoa a pessoa – representadas pelo advento da conectividade e da interatividade inerentes às redes sociais, ampliando assim os horizontes do marketing institucional.

A intercomunicação individual ou MSC, predita por Castells, enquanto um fenômeno de comunicação, interativo e colaborativo no ciberespaço presente no modo como as pessoas estão se comunicando nas redes sociais, twitter e blogs, pode ser aplicada na comunicabilidade institucional no âmbito de arquivos públicos, bibliotecas e museus.

O esforço dessas instituições para manter uma conta institucional no Facebook, no Twitter e um blog significa uma alternativa comunicacional emergente de repercussão já comprovada, como o caso da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BPEB) que mantem esses espaços com notória repercussão nessas novas mídias virtuais e sociais.

A gratuidade e simplicidade do uso desses recursos comunicacionais do ciberespaço, colaboram com a dinâmica do Terceiro Milênio, e, potencialmente, ampliam o marketing institucional e o alcance dos serviços destas consagradas instituições em sua missão de agentes da memória, mediadores culturais e no atendimento às crescentes e diversificadas demandas informacionais do público.

Infere-se, pela proposta de Castells, que a MSC é uma plataforma comunicacional que amplia a oportunidade do público usuário interagir, divulgar e espraiar a informação de modo colaborativo, a qual configura-se por ser um recurso muito útil no promover a livre circulação de boas ideias, a difusão e o marketing institucional, além de boas práticas e campanhas culturais no ambiente virtual do ciberespaço.

A conectividade e os desafios

A era da conectividade, onde a nova geração passa a maior parte do seu tempo livre conectada às redes sociais, seja através de smartphones, notebooks, tablets ou computadores comuns, oportuniza às instituições culturais, aos arquivos públicos, às bibliotecas, aos centros de documentação e aos museus, o desafio de aproveitar o ciberespaço e seus recursos informacionais para difusão e marketing institucional, no intuito de buscar ampliar a aproximação ao público usuário, aproveitando a gratuidade dos recursos tecnológicos da plataforma web 2.0: Facebook, Twitter, blogs e sites.

Figurar nas redes sociais parece ser um imperativo da contemporaneidade e pode impactar no aproximar a nova geração a estas instituições, que são imprescindíveis à construção do conhecimento, da informação, da memória e da identidade.

Diante da simplicidade operacional dos serviços web 2.0, que são oferecidos, gratuidade, por algumas empresas como a WordPress, a Google Sites e o Facebook, ter hoje uma página nessas plataformas comunicacionais pode significar um primeiro passo para ampliar o alcance dos serviços de atendimento às demandas informacionais do cidadão, para além do horário rígido de funcionamento dos prédios das sedes institucionais. Outrossim, pode aprimorar a comunicabilidade da instituição, promovendo uma aproximação ao seu público usuário pelos fenômenos da conectividade, interatividade, compartilhamento e da intercomunicação pessoa a pessoa.

A meta de aproximar os arquivos públicos, bibliotecas e museus do interesse de crianças e jovens que passa a maior parte de seu tempo livre, conectados no ciberespaço, passa por conquistar sua atenção e interesse, disponibilizando na tela de seu pensamento, uma imagem apropriada daqueles lugares públicos de instituições valorosas, destinadas a serem agentes colaborativos da informação, da cultura, do lazer, da educação, bem como da formação de sua identidade, memória e por que não dizer, até da interpretação social.

Desse modo, os arquivos públicos, bibliotecas e museus, deixaram de ser algo esquecido para ser lembrado como agentes ativos do conhecimento, da cultura, da informação, da própria identidade e da memória social.

Conclui-se que um bom começo seja utilizar os mesmos recursos tecnológicos que os jovens usam, ou seja, manter um lugar no ciberespaço.  Procurar falar a mesma linguagem multifacetada empregada por eles: frases sucintas, imagens interessantes, vídeos institucionais curtos, banners motivacionais de incentivo à leitura, à cultura, à visitação de bibliotecas, arquivos e museus, além de abrir espaço para a interatividade, onde o público pode curtir, deixar seus comentários, elogios e sugestões de como melhorar o atendimento às suas demandas informacionais cidadãs.

À luz da intercomunicação – ou autocomunicação pessoa a pessoa – oportunizada pela era da conectividade e interatividade, o público usuário participa e sente-se integrado no processo de construção, coletivo e colaborativo, de espaços virtuais no ciberespaço que podem ser agregadores da informação, do conhecimento, da cultura, do entretenimento intelectual sadio, os quais fazem a diferença no desenvolver, tanto a competência informacional do público usuário, como um mundo socialmente mais esclarecido no saber e, portanto, idealmente mais inclusivo e melhor.

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