Infelizmente nós, enquanto nação brasileira, amargamos, de forma lamentável, o segundo lugar em número de pessoas mortas pela Covid-19 no mundo, ficando atrás apenas do “grande irmão do Norte”, liderado, por enquanto, pelo representante máximo da direita delirante, a mesma que insiste em aparecer em diferentes lugares do mundo, através de líderes também delirantes, dando verdadeiro exemplo de retrocesso na caminhada da humanidade.
Por mais que boa parte do mundo tenha mandado inúmeros exemplos de como lidar com a nova e devastadora doença que nos assola (enquanto humanidade) desde dezembro último, o Brasil, presidido por um despreparado, preferiu seguir o caminho contrário, refutando os fatos que estavam corroborados por dados estatísticos, e negando publicamente os avisos e alertas dados pela comunidade científica internacional.
Negacionista de primeira hora, o presidente do Brasil, seguido por uma horda de mentecaptos que sempre abaixam à cabeça para o capitão (em uma atitude bovina), é o líder mundial de contraexemplo diante de uma pandemia avassaladora, que só no Brasil já vitimou mais de 87 mil pessoas.
Enquanto alertas da ciência sugerem que tenhamos parcimônia na retomada das atividades que fazíamos sem maiores preocupações, o líder mundial do negacionismo durante à pandemia, desde o início das medidas de restrição na mobilidade social, prega publicamente em favor que às pessoas voltem às atividades econômicas como outrora.
Não há em todo mundo democrático quem tenha, de forma deliberada, agido para boicotar recomendações vindas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e do seu próprio ministério da saúde, juntos. O presidente do Brasil, com mais um mau exemplo de gestão durante à pandemia, conseguiu a proeza de não apenas ir de encontro às recomendações vindas da ciência (OMS + Min. da Saúde), mas pôs para fora, em meio a pior crise sanitária de nossa geração, dois ministros.
Justiça seja feita, Bolsonaro não foi o único líder negacionista da ciência no mundo. Figuras como Lópes Obrador (México), Daniel Ortega (Nicaragua), Gurbangguly Berdymukhamedor (Turquemenistão) e Aleksandr Grigórivich Lukashenko (Belarus) nos ajudam a entender o delírio.
Das promessas feita pelo ex-ministro Mandeta (DEM/MS), de enviar matérias que auxiliariam no combate à Covid-19, pouca coisa chegou aos estados, deixando secretarias de saúdes estaduais, completamente sem terem o que fazer, onerando ainda mais os cofres públicos dos já endividados estados. Não se ignora aqui os maus feitos cometidos por alguns agentes públicos, e espera-se que os mesmos paguem por seus feitos. Entretanto, não se há de ignorar também que a ajuda prometida pelo governo federal não chegou como deveria, sabe-se lá porque.
Enquanto cientistas do mundo inteiro estão emprenhados em pesquisas, visando ter bons resultados para futuras vacinas, o presidente do Brasil promoveu e participou de manifestações golpistas, pedindo o fechamento do parlamento e do Supremo Tribunal Federal. Não obstante o período em que nos encontramos, em que medidas de distanciamento social são evocadas constantemente, e foram ignoradas pelo presidente e seus asseclas, o cunho das manifestações de rua, que geraram aglomerações, era meramente golpista, além de negacionista.
Num verdadeiro desapreço pelo o que estava sendo divulgado pela ciência, Bolsonaro insistia em cumprimentar seus correligionários, sem fazer uso de equipamentos como máscaras e/ou viseiras, que passaram a ser fabricadas neste período de pandemia, tanto na porta do Palácio da Alvorada, quanto nas famigeradas manifestações supracitadas. O desrespeito e desserviço eram tamanhos, que o governador do Distrito Federal notificou o presidente, lembrando-o de que havia um decreto naquele território, em que proibia à circulação em espaços públicos sem o uso de máscara.
De tanto se apresentar sem os equipamentos básicos para se evitar contaminar e/ou ser contaminado, um grupo da imprensa solicitou os exames sorológicos do presidente, uma vez que pessoas que estiveram com ele em uma viagem aos Estados Unidos testaram positivo. De maneira surreal, foram divulgados três exames com pseudônimos que, segundo à assessoria de imprensa do Planalto, eram do presidente. Todos os exames deram negativo para à Covid-19.
Meses depois, agindo da mesma forma como sempre agiu, Bolsonaro anuncia que havia sido infectado pelo novo Coronavírus, e estava com Covid-19. Para surpresa geral da nação, ele anunciou que estava com à doença, depois de ter mandado o Exército fabricar milhões de comprimidos da Hidroxicloroquina, e de ter recebido de Trump um carregamento com 1,5 milhão de unidades do mesmo remédio.
Coincidências à parte, Bolsonaro começou a tomar cloroquina, e a anunciar que estava muito bem. Até agora não se sabe qual o médico receitou cloroquina para o presidente, uma indagação que se deve fazer, uma vez que à ciência do mundo inteiro, depois de diversos testes com à droga, não recomenda seu uso para combater a Covid-19.
Neste embalo delirante do presidente do Brasil, indo de encontro à ciência, em favor da economia (como se ambas fossem antagônicas), e mostrando caixa de Hidroxicloroquna para as emas do Alvorada, o Brasil agiu muito mal na prevenção e na condução de medidas durante à pandemia.
Em hipótese alguma se ignora às 1.721.560 vidas salvas, que tiveram à doença e se recuperaram. Este número se deve aos incontáveis esforços das equipes de saúde de todo o Brasil (porteiros, motoristas, médicos, enfermeiros, faxineiras, fisioterapeutas, cozinheiros e tantos outros profissionais que agiram e ainda agem na linha de frente contra a Covid-19).
Infelizmente, até este momento em que finalizo este texto, 88.539 histórias, planos, sonhos, trajetórias, vidas foram ceifadas. A teimosia do presidente da República, acompanhada do seu mau exemplo, levou muitas pessoas a simplesmente ignorarem os apelos feitos pela ciência. Infelizmente muitos dos que estão nos hospitais ainda hoje, foram infectados pela sua teimosia em fazer a coisa certa.
Que tenhamos boas notícias vindas da ciência nas próximas semanas. Que a humanidade unida consiga vencer mais essa batalhada; nós que estamos há tanto tempo neste planeta, e já vencemos desafios bem maiores. Esperamos da ciência boas novas e do parlamento brasileiro agurdamos atitudes republicanas contra quem já passou da hora de voltar para o ostracismo.