O futebol é um esporte enraizado na cultura brasileira, uma paixão nacional que já conseguiu até parar guerras. São muitas histórias, times, gols, jogadas e ídolos da bola que fazem parte do imaginário popular brasileiro a ponto de sermos reconhecidos como o país do futebol ou então a pátria de chuteiras. Dialogando com essa história e com a ideia do futebol como um patrimônio imaterial do povo brasileiro é que o Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, foi pensado e idealizado. Um espaço que além de resgatar e preservar a história do futebol brasileiro, também se tornou um centro de referência que conta com uma área para exposições temporárias, uma grande exposição em quinze salas temáticas retratando como o futebol chegou ao Brasil e virou uma de nossas marcas identitárias e a primeira biblioteca pública do país com um acervo especializado sobre o tema. Nesta entrevista exclusiva concedida à equipe da Revista Biblioo, Daniela Alfonsi, diretora técnica do Museu do Futebol, conta um pouco de sua trajetória profissional, da história de construção do Museu e de como outras instituições culturais podem contribuir para o resgate e preservação da memória e história do futebol e do povo brasileiro.
Você poderia se apresentar, falando um pouco da sua história e formação?
Eu trabalho aqui desde 2008, um pouco antes do Museu do Futebol abrir. O Museu foi inaugurado em 29 de setembro de 2008 e eu me integrei ao projeto em meados de julho do mesmo ano na formação das equipes e na organização da instituição que iria ser o Museu do Futebol. É curioso porque não sou da área de Museologia, minha formação é em Ciências Sociais, tenho mestrado em Antropologia Urbana e agora estou no último ano do doutorado também em Antropologia Urbana. Já tinha trabalhado em projetos de museus, mas era muito incipiente perto do que era este Museu. Cheguei com muitas ideias e vontade de aprender mais, foi uma felicidade poder entrar em um projeto logo no início e com muita abertura para pensar questões diferentes na Museologia, entender o que este campo tradicionalmente faz e avançar em algumas questões. Aqui no Museu encontrei uma equipe disposta a isso, super aberta e a direção da época também. Encontrei aqui um projeto importante para minha vida profissional, definindo minha ideia de intenção profissional. Eu tenho 34 anos, cheguei aqui com 27 anos, tinha defendido a dissertação de mestrado recentemente, me graduei em 2003, ainda estava jovem na área profissional e oriunda das Ciências Sociais que é uma área muito ampla e que não necessariamente tem uma atuação profissional fora do eixo acadêmico – é uma coisa que sempre busquei – gosto muito de estudar, pesquisar, a área acadêmica me interessa, me motiva intelectualmente, mas sempre busquei realizar trabalhos com o público, com instituições, com pesquisa, algo que tem divulgação mais ampla do que somente a atuação acadêmica. Mantendo o diálogo com a academia, consegui construir um pouco, terminei o mestrado e agora voltei para o doutorado, então consegui fazer essas pontes, minhas de formação e também aqui dentro da instituição tive a oportunidade de manter o contato com a universidade e centros de pesquisa por meio do Museu, que é uma área de atuação importante dos museus também, ter essa vocação de pesquisa e estudo que o Museu do Futebol conseguiu construir.
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