Em artigo polêmico publicado em 2011 no site Bibliotecários Sem Fronteiras, cujo título tomamos emprestado, o bibliotecário Moreno Barros trazia uma série de questões praticas relacionadas aos Conselhos Regionais de Biblioteconomia. O principal problema levantado por Barros estava relacionado à transparência (ou falta dela) com que essas instituições, no julgamento dele, se relacionavam com os profissionais.

“Transparente no sentido de simplesmente, prestação de contas. Pois eu paguei uns R$300 no início de 2011, assim como valor pouco menor nos anos anteriores, e sou incapaz de saber ou dizer para onde foi esse dinheiro”, dizia o artigo.

Mais recentemente uma petição pública pedindo o fim dos CRBs também provocou uma grande polêmica nas redes sociais. Diversos internautas, a maioria bibliotecários, se posicionaram contra o documento, de tal forma que apenas 75 pessoas haviam assinado a petição até o fechamento dessa matéria. No documento, o organizador alegava a questão do pagamento das anuidades num quadro de carga tributária elevada em que a população vive atualmente.

“Não dá para aturar tantos impostos. Queremos o fim de uma instituição que não serve para nada e que nos obriga a pagar imposto por ter uma profissão todos os anos, além de todos os impostos que já temos a pagar. Queremos o fim do CRB”, diz o documento. A petição ainda está disponível no site Petição Pública do Brasil.

Em resposta à petição, o CFB divulgou a época uma nota em que dizia: “não nos parece politicamente acertado que o bibliotecário, pensando em si só, esquecido da categoria profissional a qual pertence, assuma uma postura que poderá resultar no fim da Biblioteconomia como profissão. Deixar de pagar as anuidades dos Conselhos Regionais de Biblioteconomia e apoiar a petição pública que pede a extinção dessas entidades, além de desrespeitar essa história de luta de tantos colegas que sonharam e conseguiram transformar as práticas ambientadas nas bibliotecas brasileiras antes de 1962 em profissão, significa estar contribuindo diretamente para a desregulamentação da profissão de Bibliotecário no Brasil e para a inanição das bibliotecas em nosso país, sobretudo as vinculadas aos poderes públicos”.

Além dos casos citados acima, com frequência se verifica, especialmente nas redes sociais, uma onda de contestação a esses órgãos, o que é encarado por muitos como falta de conhecimento acerca do papel desempenho por eles. Para Raimundo Martins, recém empossado presidente do CFB para o triênio 2016-2018, é comum a ocorrência e a recorrência dessas reclamações, sobretudo considerando os contornos da crise econômica que avançou sobre todas as áreas e setores produtivos da sociedade brasileira. O problema, segundo ele, é que essas manifestações se dão muitas vezes a partir de um olhar individualizado que poucas vezes consegue alcançar todos os aspectos do contexto mais amplo que esta questão encerra.

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