Do G1 de Ribeirão Preto e Franca
A museóloga Maria Luiza Clapis foi nomeada nova diretora do Museu Histórico de Ribeirão Preto (SP), após a demissão de Daniel Basso do cargo. A troca de comando ocorre após polêmica envolvendo o ex-diretor e a secretária de Cultura Dulce Neves, que criticou Basso por má gestão dois dias após o furto de fuzis e espadas do acervo histórico.
O nome de Maria Luiza está na edição desta quarta-feira (8) do Diário Oficial e a especialista assumirá o cargo nesta manhã. Além da direção do Museu Histórico, ela também acumula a função no Museu do Café e tem como principal desafio driblar o abandono dos centros culturais. O prédio do Museu histórico, por exemplo, está prejudicado por cupins e infiltrações.
Doutora em museologia pela Universidade Jean Moulin, de Lyon, na França, Maria Luiza tem experiência com trabalho em projetos de museus franceses e brasileiros, entre eles o Museu Paulista, da USP, e o Musée des Confluences. No currículo da especialista há também trabalho com movimentos sociais, incluindo o Museu do MST.
Troca de comando
A mudança na direção do complexo de museus, formado pelo Museu Histórico e pelo Museu do Café ocorre após o furto de quatro caribinas, pistolas e espadas do século 19 do porão do Museu Histórico, no domingo (5).
Os objetos não ficavam expostos e uma porta foi arrombada. A Polícia Civil investiga o caso e a Prefeitura instaurou uma sindicância, após constatar que o único segurança se ausentou do local antes do horário previsto.
Dois dias após o crime, a secretária de Cultura Dulce Neves exonerou o diretor Daniel Basso do cargo, sob justificativa de má gestão, insubordinação e falta de confiança.
Basso foi diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), atuou na Secretaria da Cultura e há oito anos estava à frente dos museus Histórico e do Café, no campus da USP. Em abril, ele denunciou ao G1 o que considera descaso da atual gestão com os dois prédios centenários,interditados desde março depois que o teto de um dos cômodos desabou.
A secretária alegou, porém, que Basso nunca elaborou projetos para captação de recursos para obras nos museus. Além disso, Dulce disse ter convidado o ex-diretor para conversar sobre os problemas, mas ele não compareceu às reuniões, o que ela considera como insubordinação.