O Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Rio de Janeiro (PELLLB) está em fase de construção. Diversos encontros e debates já foram realizados pela cidade do Rio de Janeiro e em outros municípios do estado, sendo que atualmente o Plano está na fase de inscrições para a escolha de candidatos e eleitores. A Revista Biblioo conversou com Renata Costa, coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas do Rio de Janeiro (SEB/RJ), por meio da Superintendência da Leitura e do Conhecimento e da Secretaria de Estado de Cultura. Nesta entrevista, Renata falou sobre o processo de implantação do PELLLB do Rio, das dificuldades de implementar o Plano e também do papel do Estado neste processo.
Renata Costa. Foto: Hanna Gledyz / Agência Biblioo.
O que é o Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Rio de Janeiro e qual o seu objetivo?
O Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas é um documento que será construído em parceria com a sociedade civil e tem como objetivo implementar uma política pública de democratização do acesso ao livro, à leitura e à escrita para a formação de leitores. Isto se dará através da criação de uma lei que garanta metas, objetivos e orçamento para o segmento do livro e leitura no estado.
Qual ou quais as maiores dificuldades para implementá-lo?
O maior desafio será conseguirmos cobrir o maior número de municípios do estado do Rio de Janeiro para garantir capilaridade e democracia em seu conteúdo.
Qual o papel do estado não só na elaboração do Plano, mas na sua efetivação?
O papel do estado será de exercer as metas estabelecidas no Plano. Para isso, há o Conselho Estadual de Cultura, que tem em seus segmentos o setorial de Literatura, que irá fiscalizar e cobrar que as ações sejam efetivadas.
De que forma a sociedade civil pode participar neste processo?
De diversas formas. A sociedade civil estará, primeiramente, na construção do Plano, como parte integrante do Grupo de Trabalho, por meio das cadeias criativa, produtiva e mediadora do livro. Será eleito por meio de voto direto, em plataforma on-line, para que haja representatividade do interior. Além disso, haverá plenárias de escuta da população onde, a partir das demandas, o documento será composto. Também haverá plenárias espontâneas, com a própria sociedade civil se organizando para tal articulação. Apenas assim teremos a certeza de que construiremos um Plano democrático em essência e conteúdo.
Você tem conhecimento do panorama nacional acerca dos PELLLBs? Em quais estados já foi elaborado?
Temos conhecimento dos Planos Estaduais do Livro e Leitura da Bahia, Mato Grosso do Sul e Paraná. Além disso, Minas Gerais está em processo de formulação do Plano, um passo pouco à frente do Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, em que pé está o PELLLB? A crise financeira que assola o estado tem atrapalhado de alguma forma?
No momento estamos em fase de inscrições para candidatos e eleitores na plataforma on-line. Pessoas físicas das cadeias criativa (escritores, ilustradores, diagramadores etc.), produtiva (editores, livreiros etc.) e mediadora (bibliotecários, mediadores de leitura, professores etc.), representante do Poder Executivo ou representante do Poder Legislativo poderão se inscrever como candidato e fazer seu eleitorado. Os eleitores também precisam se inscrever e indicar para qual cadeia irá votar. A crise financeira atrapalha, de certa forma, porque ficamos com pouca possibilidade de locomoção. Mas a equipe que está à frente do PELLLB está empenhada e comprometida a ir ao máximo de lugares possíveis para sensibilizar e informar a população sobre o Plano. Temos também um blog, www.planodolivrorj.blogspot.com, que amplia a capacidade de informação e conhecimento, além de fornecer todos os passos do Plano.