As bibliotecas comunitárias são espaços de leitura que surgem por atitude e iniciativa das comunidades e são gerenciadas por elas, ou ainda, são espaços que apesar de não terem sido iniciados pela própria comunidade, voltam-se para atendê-las, para que seja incluída nos seus processos de planejamento, monitoramento e avaliação.

A biblioteca comunitária é de uso público e comunitário, seu objetivo principal é a participação do seu público nos processos decisórios e avaliativos.

A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC) é composta por mais de 110 bibliotecas comunitárias espalhadas pelos estados do Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, todas visando o mesmo objetivo: a democratização do acesso ao livro e à leitura.

A RNBC é um coletivo que se articula em busca de construir políticas públicas voltadas para área do livro, leitura e literatura, e efetivação da leitura como um direito humano.

Nas bibliotecas comunitárias existem diversos atores, dentre eles o mediador de leitura, que tem o papel de potencializar a formação do leitor. Ele é um agente que faz a ponte entre o leitor e o livro, acolhendo o leitor com amor e carinho. Muitas vezes esse leitor que se acolhe, não tem o prazer pela leitura e nem o estímulo à leitura literária em seu núcleo familiar.

Porém, o zelo e o acolhimento que os mediadores tecem diariamente com os frequentadores de sua biblioteca faz surgir o interesse em desvendar os mistérios e as reflexões existentes em cada livro. O papel dos mediadores de leitura é promover o gosto pela leitura, o prazer de folhear um livro e se permitir a novas experiências com a literatura.

Janaína Gomes exercendo seu papel de mediadora de leitura na Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança da Rede Jangada Literária, em Fortaleza, integrante da rede nacional. Foto: arquivo pessoal

Quando comecei atuar como mediadora de leitura na Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança, da Rede Jangada Literária, em Fortaleza, as crianças tinham vergonha de ler em público. Agora, os leitores pedem para compartilhar a leitura. Sou muito feliz por ser mediadora de leitura e compartilhar conhecimento.

Todos os dias transmito o que sei e ao mesmo tempo aprendo com os leitores. Às vezes, me surpreendo e ao mesmo tempo fico admirada ao ver uma criança lendo para outras na biblioteca, elas mesmas organizam a rodinha e replicam o que faço.

Na Biblioteca Sorriso da Criança realizamos diversos tipos de atividades, dentre elas a rodinha de leitura, o cine pipoca e o “tecendo memórias”, uma ação realizada com as famílias e as crianças. Nessa atividade buscamos resgatar e valorizar as memórias da comunidade.

Em uma sociedade na qual vivemos em situação de vulnerabilidade social, a biblioteca comunitária desenvolve o papel e a função de um equipamento cultural que preenche as lacunas da comunidade, levando às pessoas o acesso à leitura, ao conhecimento, à informação, à arte e à cultura.

A biblioteca comunitária é um lugar vivo que diariamente desperta sonhos nas crianças, adolescentes e adultos.

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