O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, vai integrar o Comitê Executivo do Projeto Museu Nacional Vive. O presidente do Instituto, Leandro Grass, anunciou a novidade quando parte da diretoria colegiada participou de reunião com as diversas instituições públicas e privadas que contribuem para a restauração do Paço da Quinta da Boa Vista, que abriga o Museu. Tombado pelo Iphan, o bem cultural sofreu um incêndio de grandes proporções em 2018. Embora o Comitê já existisse, até agora o Iphan não o integrava.

Grass esclareceu que o Iphan também vai se organizar internamente para aproximar o Instituto das ações de restauro. “Vamos instituir um comitê de acompanhamento ligado à área central, que vai dar suporte técnico. E também uma frente de nível local com servidores do Rio de Janeiro, que acompanharão os trabalhos de modo permanente e diário para que nós possamos tomar decisões adequadas e não deixemos nenhum processo um dia sequer atrasado, um dia sequer sem resposta”, explicou.

Também estiveram presentes o diretor de Patrimônio Material, Andrey Schlee; a diretora de Cooperação e Fomento, Desirée Tozi; e o diretor de Patrimônio Imaterial, Deyvesson Gusmão; assim como representantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Museu Nacional (MN), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Instituto Cultural Vale, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), da Associação de Amigos do Museu Nacional (SAMN), entre outros.

O museu

Instituição científica mais antiga do País, o MN também foi o primeiro museu brasileiro. Criado por D. João VI em 1818, funcionou, a princípio, no Centro do Rio de janeiro. Após a proclamação da república, mudou-se em 1892 para o Paço da Quinta da Boa Vista. O palácio abrigou a residência oficial da família real portuguesa e, depois, da família imperial brasileira. Ao longo desse período, testemunhou momentos emblemáticos da história do Brasil.

O prédio atual, em estilo neoclássico, representa um dos mais significativos exemplares da arquitetura brasileira. Tombados em 1938, o palácio e os jardins da Quinta foram inscritos em dois Livros do Tombo do Iphan: o Histórico e o das Belas Artes. Projetado por Auguste François Marie Glaziou, o parque de estilo romântico apresenta lagos, pontes, elevações e depressões, cascatas artificiais e quiosques. A Quinta da Boa Vista é um espaço de cultura e lazer bastante frequentado por cariocas e turistas.

Em setembro de 2022, inaugurou-se a fachada principal restaurada, no bojo das celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil. Após a reabertura do MN, o Paço vai abrigar apenas espaços de exposição: as atividades de ensino e de pesquisa serão deslocadas para um campus, conforme recomendação do Iphan. Elementos do prédio que já não estavam visíveis antes do incêndio, como um piso e forno antigos, pinturas murais decorativas e a capela da imperatriz, devem ser reincorporados ao prédio.

A visita ao Rio de Janeiro foi a primeira viagem oficial do recém-empossado presidente do Iphan. Ao longo da semana, parte da diretoria colegiada realizou uma extensa agenda de compromissos com instituições externas e também com os servidores do Instituto, em uma série de encontros pautados pela busca de diálogo.

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