O conhecimento é algo abstrato, mas de muita valia e celebrado em muitas sociedades. A humanidade vem aperfeiçoando sua forma de permanência na Terra amiúde, desde tempos imemoriais. Conhecer, aprender e transmitir são ações que exigem entrega, dedicação, coragem, força…

Ao longo dos séculos, a humanidade precisou aprender a viver na Terra, visando à manutenção da espécie em um ambiente hostil, com seres monstruosos e com intempéries.

Foram criadas formas de comunicação entre os agentes que habitavam a mesma comunidade, algo que foi se aprimorando ao longo dos tempos. A escrita foi uma forma bem peculiar de comunicação da raça humana, diferenciando essa espécie das demais (não uso a linguagem como forma de comunicação que diferencia as espécies, pois outras, que não a humana, desenvolveram códigos linguísticos de comunicação).

Acompanhando as transformações que ocorreram no tecido social, novas tecnologias surgiram em consequência do acumulo de conhecimento que a humanidade ia descobrindo. Os manuscritos e, por conseguinte, os livros foram instrumentos utilizados como suporte para a transmissão de teses, orientações, aperfeiçoamento, comunicação científica, dentre outros fins.

Se voltarmos um pouco na história da humanidade (um pouco no sentido figurado), e consultarmos os anais que estabeleceram os pilares da comumente chamada civilização, constataremos que o conhecimento, ao contrário do que pretendia Sócrates (399 a.C.), se adquiria também pela escrita, e não apenas de forma oral.

Ou seja: contrariando Sócrates que entendia ser um sacrilégio tomar nota do que ele falava, o conhecimento é passado de geração em geração por meio de suportes, digamos, físicos, em que à escrita é o fator preponderante. Quer dizer então que não temos como aprender nada de forma oral? Não se trate disso; é claro que adquirimos conhecimento por esse meio!

Querer conhecer algo demanda disciplina por parte da pessoa que deseja o conhecimento. Como supracitado, à escrita é um instrumento bem sucedido em diversas sociedades para a compreensão e aquisição do conhecimento; e é sobre a escrita mesmo que vamos nos debruçar com mais atenção neste texto, que a respeito de comunicar apenas, não se pretende um marco teórico e nem tão pouco acadêmico.

Diante da dinâmica social do século XXI, em que pessoas separadas por oceanos e vastos territórios continentais conseguem, ao toque dos dedos e/ou comandos mentais, estabelecer uma comunicação instantânea com qualquer pessoa, em qualquer parte do globo terrestre, basta que a mesma disponha de instrumentos tecnológicos similares, o conhecimento é imprescindível para o estabelecimento de novas formas de gerenciamento empresarial, novas tecnologias comunicacionais, e até mesmo avanços no campo da ciência, voltados à manutenção da vida humana sobre a Terra.

Com a emergência de novas tecnologias que chegaram e estabeleceram uma nova forma de comunicação entre as pessoas, e a aceleração da vida pós-moderna que não permite mais (há hipérbole neste trecho) que as pessoas parem para contemplar à natureza em sua volta, o ato da leitura (que é uma das formas de angariar conhecimento) tornou-se uma ação vista como que de outro mundo, principalmente se tratando de pessoas que aproveitam toda e qualquer oportunidade para sacar seus livros e dispositivos eletrônicos e “dar uma adiantada na leitura”.

Não é todo mundo que dispõe de tempo, digamos livre, para sentar-se em um lugar apropriado para leitura e desfrutar do maravilhoso universo do conhecimento. Nem sempre os pesquisadores (que têm uma relação com a leitura mais voltada para o lado profissional), possuem uma dedicação exclusiva para isso.

Dá então para imaginar como é a vida dos mestrandos e doutorandos (em menor grau de exigência, os graduandos), que exercem funções laborais em empregos não científicos, e devem responder pela pesquisa e tudo aquilo que vem a reboque dela (participação em eventos, publicações etc.).

A busca pelo conhecimento exige um grau de envolvimento significativo de quem o deseja. Ter conhecimento está para além de ler um livro apenas; é preciso fazer pontes com outras leituras que abordam o mesmo assunto ou têm uma ligação epistemológica próxima.

A frequente presença em aparelhos culturais como teatros, museus, bibliotecas, arquivos, salas de exposições e afins contribui sobremaneira para a compreensão e esclarecimentos sobre o conhecimento. Viagens a outros lugares exercem uma peculiar influência positiva na busca pelo conhecimento também.

Como se pode perceber neste pequeno texto, há uma forma que se mostra indispensável para se adquirir conhecimento. É perceptível que nem todas as pessoas hoje em dia estão dispostas a cumprir com as etapas que as levarão ao conhecimento.

Não é de se espantar que, tomando contato com pesquisas elaboradas por agências que possuem grau de confiabilidade dentro da sociedade, pessoas afirmam que sua fonte de informação e construção do conhecimento são as chamadas redes sociais.

Em um período que se pode observar o elevado número de adeptos das teorias extremistas, teorias essas que pensávamos terem findado com a segunda grande guerra, não nos assusta o fato de que uma parte significativa desses adeptos terem aversão à ciência, ao conhecimento e à tolerância!

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