Por Juliano Rocha, de Bibliotecas do Brasil.

O autor inglês Neil Gaiman, conhecido por seu trabalho com a revista em quadrinhos Sandman e por diversos livros, deu uma palestra sobre a importância da leitura e das bibliotecas em Londres em outubro de 2013 para a The Reading Agency – organização que promove a leitura como uma forma de mudar o mundo – que o jornal inglês The Guardian transcreveu. Nessa palestra Gaiman falou sobre a democratização da informação que as bibliotecas permitem, a importância de ler por prazer, de ler ficção e de deixar livros acessíveis para crianças. Também abordou como a leitura permite que se perceba que é possível mudar o mundo onde se vive, criando cidadãos atuantes e a importância da imaginação e do sonhar. Abaixo seguem alguns trechos dessa palestra que merece ser lida por completo nesse link ou assistida no vídeo a seguir:

Sobre literatura “ruim” para crianças:

“Não existem autores ruins para crianças, cada criança gosta e quer ler e procurar algo diferente, porque cada criança é diferente. Elas podem achar as histórias de que precisam, e elas acham o caminho até as histórias.” 

Ao explicar que a leitura desperta no leitor a empatia, defendeu porque isso é importante:

“Empatia é uma ferramenta para transformar pessoas em grupos, para nos permitir ser mais do que seres obcecados por nós mesmos.”

Explicou também como bibliotecas democratizam a informação:

“Uma biblioteca é um repositório de informações e permite que cada cidadão tenha igual acesso. Isso inclui informações sobre saúde e saúde mental. É um espaço comunitário. É um local seguro, um refúgio do mundo.”

Leitores conhecem mundos maravilhosos nos livros que os deixam descontentes com o estado atual de seu próprio mundo, e como isso é uma coisa boa:

“O descontentamento é uma coisa boa: pessoas descontentes podem modificar e melhorar seus mundos, torná-los melhores, torná-los diferentes.” 

Quais são as funções de uma biblioteca:

“O tema das bibliotecas é liberdade. Liberdade de ler, liberdade de ideias, liberdade de comunicação. Seu tema também é a educação (que não é um processo que termina no dia que deixamos a escola ou a faculdade), o entretenimento, sobre criar espaços seguros e acesso à informação.”

Sobre dar o exemplo da leitura:

“Eu acredito que temos a obrigação de ler por prazer, tanto de maneira privada como em locais públicos. Se nós lermos por prazer, se os outros nos veem lendo, então todos aprendemos, nós exercitamos nossas imaginações. Nós mostramos para os outros que ler é uma coisa boa.”

E mostrou como temos a obrigação de apoiar as bibliotecas:

“Nós temos uma obrigação de apoiar as bibliotecas. De usar bibliotecas, de encorajar os outros a usar bibliotecas, de protestar contra o fechamento de bibliotecas. Se você não valoriza bibliotecas então você não valoriza a informação ou a cultura ou a sabedoria. Você está silenciando as vozes do passado e está prejudicando o futuro.”

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