Quando o francês Louis Braille mostrou ao mundo que ler com as pontas dos dedos era possível, a tecnologia passava longe das aplicações que conhecemos atualmente. A técnica, datada de 1827 e que leva o nome do seu inventor, ainda hoje é um marco sobre os parâmetros de leitura e assimilação de conhecimento diante das limitações do corpo humano.

Agora os usuários de bibliotecas e demais leitores com deficiência visual podem vislumbrar mais uma ferramenta no auxílio às pesquisas. O Finger Reader é um dispositivo, ainda em fase de protótipo, que permite a leitura através da digitalização das linhas de texto – utilizando a ponta dos dedos – e o envio de áudio ao leitor, a partir de um fone. Pequenas vibrações também são emitidas com o objetivo de orientar o direcionamento das linhas e palavras.

Thiago Cirne, Dempsey Bragante - Informação na ponta dos dedos - imagem1

O dispositivo poderá facilitar a identificação de exemplares (Foto: Divulgação).

Em 2011 a designer Hansub Lee já havia apresentado um aparelho semelhante, que capta informações de produtos em códigos de barras, identifica os objetos e os descreve aos usuários. Dados como ingredientes de produtos alimentícios, preços e outras informações também podem ser acessados pelo consumidor através de um fone. Não é possível precisar em quanto tempo a novidade estará disponível no mercado, mas, no mundo das altas tecnologias, o Finger Reader apresenta-se como um avanço e, sobretudo, um estímulo aos usuários.

Novos produtos tecnológicos como o Finger Reader devem potencializar o atendimento das bibliotecas em um futuro bem próximo, principalmente aos usuários com deficiência visual. Muitos bibliotecários desconhecem ou argumentam que não possuem instrumentos para tornar os livros acessíveis a esse público. Infelizmente por enquanto o Finger Reader, por ser ainda um projeto em desenvolvimento, não possui um valor determinado no mercado e sua data de lançamento ainda não foi definida. Porém é possível continuar acompanhando novidades sobre esta inovação. Basta realizar o cadastro do email no site do grupo de pesquisa MIT Midia Lab (http://fluid.media.mit.edu/projects/fingerreader).

Enquanto aguardamos equipamentos como este surgirem em nossas bibliotecas, temos como suporte mais acessível para as pessoas com deficiência visual os áudiobooks e livros falados. A própria Biblioteca do Centro Cultural do Brasil (CCBB-RJ), antes mesmo da sua grande reforma, já possuía livros falados e em 2009 iniciou um projeto de aquisição para atender principalmente a esse público em especial.

Outra biblioteca no Rio de Janeiro que possui um trabalho dentro do campo da acessibilidade é a Biblioteca do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Nela existe todo um suporte de equipamentos para pessoas com deficiência, especialmente deficiências visuais. Fica a dica para os estudantes e os profissionais jurídicos.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 3261-8823.

E que venham as novas tecnologias voltadas para uma sociedade da inclusão, que possamos adequar, utilizar e modernizar as nossas bibliotecas.

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