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Sobre democracia e wikileaks

Todo mundo acredita em papai Noel! EU ACREDITO EM PAPAI NOEL!

Não fique assustado se você acha que a afirmação acima soa ridícula. Se você pensou isso, é sinal que é alguém inteligente e gostaria que me permitisse tomar alguns minutos do seu precioso tempo, mesmo quando afirmo algo no qual deixou de acreditar a muitos anos…

Hoje em dia afirmar e divulgar a crença pessoal em papai Noel soa ridículo e infantil, pois conforme crescemos vamos abandonando algumas crenças e adquirindo outras, assim o que fazemos e na verdade trocar o nome do “nosso papai Noel” por outros e um desses papais-noéis se chama democracia.

A ideia de democracia é fabulosa. Até o presente momento não inventamos nada melhor. Contudo, o Estado democrático de direito é feito por pessoas, e como diria Doctor House: “Todo mundo mente”. Eu minto, sua mãe mente, seu companheiro(a) mente, seu representante eleito por voto direto também. Se você não confia a senha do seu cartão de crédito e do seu e-mail a pessoas próximas com medo de ser roubado ou coisa pior, compreende o quando é frágil um sistema onde poucos decidem sobre o que seria melhor para a maioria (eu realmente conheço quem dá a senha do cartão. Se você faz isso e tem alguém de confiança, parabéns! Agora tente ampliar isso a mais alguém e perceba a agonia… Sentiu? Então me entendeu?).

Nossos representantes mentem e é possível que escondam informações relevante para a população em geral

Para saber mais: http://duartenuno.wordpress.com/1998/09/08/quando-os-politicos-mentem/

O Wikileaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos sediada na Suécia que existe desde o final de 2006. Publicando em seu site, posts de fontes anônimas: documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos e empresas. Sobre assuntos sensíveis.

Os caras são os x-9 da web e jogam o que conseguem no ventilador

Para saber mais: http://www.midiatismo.com.br/comunicacao-digital/o-que-e-o-wikileaks-e-por-que-ele-incomoda-tanta-gente

Juntem esses dois pontos e a tendência a quem estar no poder de não abdicar dele e temos ingredientes para uma tragicomédia.

Como democraticamente não tinham base legal para prender o responsável pela wikileaks, pelo que ele fazia, o prenderam por outra acusação e as empresas que repassavam grana começaram a tirar o corpo fora, a partir dai é que começa a ficar interessante, pois o coletivo Anonymous começou a fazer ataques cibernéticos as empresas que estavam ajudando detonar as financiadoras da wikileaks (vivemos num capitalismo selvagem e sem grana você não é ninguém!).

Para saber mais: http://www.esquerda.net/artigo/ataques-ao-wikileaks-n%C3%A3o-t%C3%AAm-cobertura-legal

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) comprou a briga, e condenou em um recente relatório as atividades do grupo Anonymous, fazendo referência aos ataques a MasterCard, Visa, PayPal, Amazon e outros. A OTAN também disse que o grupo se tornou mais sofisticado, advertindo que esses hackers poderiam alcançar áreas sensíveis do governo, o ramo militar ou obter informações corporativas, sugerindo uma forte resposta por partes dos governos.

Para saber mais: http://en.wikipedia.org/wiki/Anonymous_(group) (em inglês)

http://www.gizmodo.com.br/conteudo/entenda-o-funcionamento-do-anonymous-grupo-hacker-pro-wikileaks/

http://www.appio.org/OnuOtan.htm

E como não poderia deixar de ser, o coletivo Anonymous respondeu:

“Saudações, amigos da Otan. Nós somos a Anonymous *

Em uma recente publicação, vocês destacaram o Anonymous como ameaça ao ‘governo e ao povo’. Vocês também alegaram que sigilo é ‘um mal necessário’ e que transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.

“O Anonymous gostaria de lembrá-los que o governo e o povo são, ao contrário do que dizem os supostos fundamentos da ‘democracia’, entidades distintas com objetivos e desejos conflitantes, às vezes. A posição do Anonymous é a de que, quando há um conflito de interesses entre o governo e as pessoas, é a vontade do povo que deve prevalecer.  A única ameaça que a transparência oferece aos governos é a ameaça da capacidade de os governos agirem de uma forma que as pessoas discordariam, sem ter que arcar com as consequências democráticas e a responsabilização por tal comportamento.

“Seu próprio relatório cita um perfeito exemplo disso, o ataque do Anonymous à HBGary (empresa de tecnologia ligada ao governo norte-americano). Se a HBGary estava agindo em nome da segurança ou do ganho militar é irrelevante – suas ações foram ilegais e moralmente repreensíveis. O Anonymous não aceita que o governo e/ou  os militares tenham o direito de estar acima da lei e de usar o falso clichê da ‘segurança nacional’ para justificar atividades ilegais e enganosas. Se o governo deve quebrar as leis, ele deve também estar disposto a aceitar as consequências democráticas disso nas urnas. Nós não aceitamos o atual status quo em que um governo pode contar uma história para o povo e outra em particular. Desonestidade e sigilo comprometem completamente o conceito de auto governo. Como as pessoas podem julgar em quem votar se elas não estiverem completamente conscientes de quais políticas os políticos estão realmente seguindo?

“Quando um governo é eleito, ele se diz ‘representante’ da nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações das pessoas do governo, mas que são ações tomadas em nome de cada cidadão daquele país. É inaceitável uma situação em que as pessoas estão, em muitos casos, totalmente não cientes do que está sendo dito e feito em seu nome – por trás de portas fechadas.

“Anonymous e Wikileaks são entidades distintas. As ações do Anonymous não tiveram ajuda nem foram requisitadas pelo WikiLeaks. No entanto, Anonymous e WikiLeaks compartilham um atributo comum: eles não são uma ameaça a organização alguma – a menos que tal organização esteja fazendo alguma coisa errada e tentando fugir dela.

Nós não desejamos ameaçar o jeito de viver de ninguém. Nós não desejamos ditar nada a ninguém. Nós não desejamos aterrorizar qualquer nação.

“Nós apenas queremos tirar o poder investido e dá-lo de volta ao povo – que, em uma democracia, nunca deveria ter perdido isso, em primeiro lugar.

“O governo faz a lei. Isso não dá a eles o direito de violá-las. Se o governo não estava fazendo nada clandestinamente ou ilegal, não haveria nada ‘embaraçoso’ sobre as revelações do WikiLeaks, nem deveria haver um escândalo vindo da HBGary. Os escândalos resultantes não foram um resultado das revelações do Anonymous ou do WikiLeaks, eles foram um resultado do conteúdo dessas revelações. E a responsabilidade pelo conteúdo deve recair somente na porta dos políticos que, como qualquer entidade corrupta, ingenuinamente acreditam que estão acima da lei e que não seriam pegos.

“Muitos comentários do governo e das empresas estão sendo dedicados a “como eles podem evitar tais vazamentos no futuro”. Tais recomendações vão desde melhorar a segurança, até baixar os níveis de autorização de acesso a informações; desde de penas mais duras para os denunciantes, até a censura à imprensa.

“Nossa mensagem é simples: não mintam para o povo e vocês não terão que se preocupar sobre suas mentiras serem expostas. Não façam acordos corruptos que vocês não terão que se preocupar sobre sua corrupção sendo desnudada. Não violem as regras e vocês não terão que se preocupar com os apuros que enfrentarão por causa disso.

Não tentem consertar suas duas caras escondendo uma delas. Em vez disso, tentem ter só um rosto – um honesto, aberto e democrático.

“Vocês sabem que vocês não nos temem porque somos uma ameaça para a sociedade. Vocês nos temem porque nós somos uma ameaça à hierarquia estabelecida. O Anonymous vem provando nos últimos que uma hierarquia não é necessária para se atingir o progresso – talvez o que vocês realmente temam em nós seja a percepção de sua própria irrelevância em uma era em que a dependência em vocês foi superada. Seu verdadeiro terror não está em um coletivo de ativistas, mas no fato de que vocês e tudo aquilo que vocês defendem, pelas mudanças e pelo avanço da tecnologia, são, agora, necessidades excedentes.

“Finalmente, não cometam o erro de desafiar o Anonymous. Não cometam o erro de acreditar que vocês podem cortar a cabeça de uma cobra decapitada. Se você corta uma cabeça da Hidra, dez outras cabeças irão crescer em seu lugar. Se você cortar um Anon, dez outros irão se juntar a nós  por pura raiva de vocês atropelarem que se coloca contra vocês.

“Sua única chance de enfrentar o movimento que une todos nós é aceitá-lo. Esse não é mais o seu mundo. É nosso mundo – o mundo do povo.

Somos o Anonymous.

Somos uma legião.

Não perdoamos.

Não esquecemos.

Esperem por nós…

Isso tudo tem a ver comigo e com você! Todos os dias em redes sociais face, orkut, lastfm, skoob, twitter, colocamos fotos, avaliamos produtos, conversamos e deixamos rastros de dos nossos passos e gostos… Você não pode esquecer a WEB jamais! Assim vou repensar o meu papel como articulador e produtor de informações e como tenho agido tão bovinamente, sendo tão displicente com minhas informações pessoais.  E você o que acha que vai fazer? Pense e compartilhe conosco!

Para saber mais: http://www.iotecnologia.com.br/voc-se-preocupa-com-a-segurana-dos-seus-computadores-e-com-a-do-seu-filho

*Nota do editor: aqui há um trocadilho com “nós somos anônimos”.

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