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Professores municipais de SP terão acesso a pós-graduação em direitos humanos

Da Rede Brasil Atual

O secretário Chalita fala durante o lançamento de cursos para educadores

O secretário Chalita fala durante o lançamento de cursos para educadores

A prefeitura de São Paulo lançou cursos de pós-graduação voltado aos docentes da rede municipal de ensino com temas ligados aos direitos humanos. Em entrevista à repórter Camila Salmázio da Rádio Brasil Atual, o secretário municipal da Educação, Gabriel Chalita, disse na terça-feira (30) que os cursos devem valorizar a formação e a carreira dos docentes e contribuir para modificar o cenário de intolerância que a sociedade vivencia atualmente. “Construir uma sociedade de paz passa por uma escola de paz também. Através do professor, a sociedade por ser construída tendo o respeito como base”, diz o secretário.

Os cursos abordarão temas como educação de jovens e adultos na diversidade e inclusão social, educação infantil, gênero e diversidade na escola. As aulas integram a Universidade Aberta do Brasil (UAB), e serão ministradas em 15 unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEU) da capital paulista. Ao todo são 2.450 vagas preenchidas, e 1.450 professores já devem iniciar atividades.

O professor e coordenador pedagógico do EJA Sapopemba, Francisco Beltrão, aderiu ao curso e afirma que o acesso aos conteúdos contribui para a formação dos alunos e atuação dos docentes. “É muito importante para o professor ter acesso a esse tipo de conteúdo, principalmente nós que trabalhamos na periferia. A escola tem essa função de formar o cidadão. O professor, refletindo sobre as questões de direitos humanos, certamente levará isso para a escola e contribuirá na formação dos alunos.”

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirma que o programa estimulará os professores a continuar sua formação acadêmica. “Queremos estimular os professores a continuar a carreira acadêmica ficando na escola, então é bom combinar a vida universitária com a permanência na escola.”

Segundo o escritor Frei Betto, a inclusão dos temas nas escolas é uma maneira de acabar com preconceitos com os direitos humanos. “O tema de direitos humanos ainda é ‘clandestinizado’ na sociedade devido a um segmento poderoso que diz que é coisa de bandido. Não. É coisa de ser humano, e precisamos defender radicalmente cada pessoa humana.”

Mestrado

A prefeitura anunciou também a criação de 1.008 vagas para Mestrado Profissional em Gestão Educacional, a ser ministrado em 24 meses, com carga horária de 700 horas. De acordo com Chalita, o curso será lançado no site da secretaria da Educação para que, nas próximas semanas, as pessoas possam sugerir alterações e inclusões, aperfeiçoando a grade que será montada. “As políticas públicas só dão certo quando elas nascem democraticamente, e por isso nós fizemos questão de construir um currículo, mas colocar à disposição de vocês. Esse é um curso para gestores”, afirmou.

Os participantes poderão escolher a instituição para cursar ou, caso optem por cursar universidades públicas, o valor da bolsa poderá ser destinado para a compra dos materiais de estudo. O auxílio referente à bolsa do programa é de R$ 1.500 mensais para mestrado e de R$ 1.700  para doutorado.

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