As recentes manifestações dos professores na cidade do Rio de Janeiro são atravessadas por lutas históricas que ainda se perpetuam na vida do Brasil. O direito a melhores condições salariais e de trabalho ainda são pontos presentes nas pautas de reivindicações dos educadores. Engana-se quem acredita não ter nada a ver com essa luta. Afinal de contas “país rico é país sem pobreza e com educação de qualidade”.
Os protestos dos educadores que estão varrendo a cidade maravilhosa são frutos de insatisfações com a atual situação da educação e dos processos de desmontes do modelo educacional em uma cidade que está priorizando se adequar a “modernidade” e aos padrões dos grandes eventos esportivos.
Como de costume na história brasileira, as insurreições contrárias ao status quo são contidas e sufocadas pelas forças conservadoras através dos instrumentos repressivos do Estado. Foi assim com as rebeliões do período Regencial, com o movimento de Canudos, contra quem questionava a ditadura varguista no Estado Novo e também a ditadura Civil-Militar de 1964. Atualmente a história parece estar se repetindo, mas em um contexto diferente.
As políticas públicas para a educação em sua grande maioria ainda não foram suficientes para sanar os problemas educacionais. As verbas e os orçamentos destinados ao sistema educacional não são compatíveis com um país que se diz de primeiro mundo.
Por outro lado, o aparato repressivo para conter os manifestantes está cada vez mais moderno, para ter noção disso basta analisar os investimentos realizados no setor de segurança pública nos últimos anos no Rio de Janeiro. Além de bombas de gás lacrimogêneo, a Polícia Militar carioca adquiriu no mês de junho um canhão d’água, popularmente conhecido como “brucutu” para controlar os distúrbios civis.
Na verdade os professores precisam de valorização, de melhores condições de trabalho e de uma educação com investimentos pontuais e eficazes. Ao invés de bombas, cassetetes e pancadas, o prefeito e o governador do Rio deveriam dialogar com os educadores. A luta em prol da educação no Rio de Janeiro é digna e legitima. Parafraseando o poetinha, Vinicius de Moraes, “os governantes que me desculpem, mas o professor é fundamental”.
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