Por mais que algumas pessoas tentem projetar um caminho seguro dentro dos limites do que se pode chamar de normal, as coisas não andam nada bem em todos os cantos do nosso planeta. A praga da pandemia, que nos assolou a todos e todas desde o final de 2019, revelou-nos o quão frágeis nós somos, a despeito do que já conseguimos fazer desde o início da nossa caminhada na Terra enquanto seres humanos.
Embora haja esforços de boa parcela da população mundial para neutralizar o vírus mortal que já ceifou mais de 200 mil pessoas (fora as subnotificações) só no Brasil, algumas figuras lamentáveis fazem questão de manter um discurso negacionista, bem como práticas genocidas.
Desde a primeira morte por Covid-19 no Brasil em 12 de março de 2020, o presidente da República, com o seu gestual peculiar de tudo, menos de presidente, e suas falas que ignoram o que se espera do decoro, colocou-se contra qualquer forma de prevenção já adotada em diversos países, alegando que a economia sofreria sérias perdas, podendo levar o país a uma crise sem precedentes. Discurso semelhante adotou à Suécia, e, depois do fracasso, pedidos de desculpas públicas foram feitos por autoridades desse país.
O Brasil teve a oportunidade de sair da pandemia com um saldo de mortes bem menor do que temos hoje, o que não diminuiria o sofrimento de parentes e amigos próximos dos potenciais vitimados, entretanto, com a tomada de decisão respaldada pela ciência à época, certamente o número de óbitos seria bem menor.
Na contramão da ciência, o presidente do Brasil, em sua saga negacionista, mandou o Exército assumir a produção de mais de cinco 5 milhões de comprimidos de uma droga ineficaz para combater à Covid-19, mesmo quando a comunidade científica afirmava que tal droga era ineficaz para este fim. Como se fosse um profissional da área da saúde, o presidente passou a receitar o tal remédio, sem ouvir uma fala de censura sequer dos conselhos e associações representativos dessa área.
O Brasil foi se tornando um país mal visto pela comunidade internacional. A cada palavra do presidente e/ou de membros do seu governo, ficava claro que estávamos entrando em um labirinto gigantesco, cujo esforço para encontrar à saída seria hercúleo. Hoje, sem receio de exagerar, nos transformamos em Estado Párea, isolados politicamente, e se não tomarmos cuidado enquanto nação, sofreremos sanções comerciais dentro em breve.
O bastião em que o presidente do Brasil se apoiava, o agitador de supremacistas brancos estadunidenses, Donald Trump, perdeu a chance de se reeleger por mais quatro anos, e não obstante a derrota nas urnas, corre o risco de enfrentar processos na justiça e até o impeachment. Para tristeza do capitão reformado do Exército brasileiro, que foi expulso da força sob a alegação de terrorismo, o “Farol de Alexandria” dele cairá no ostracismo dentro de poucos dias, o que fará com que o Brasil se torne uma ilha no que concerne às relações políticas e diplomáticas.
Bolsonaro destrói o Brasil, e isso não é uma mera figura de linguagem! Há dois anos que nossa economia não anda, pelo contrário, só regride. A bem da verdade é que ele não assumiu à presidência com a economia nadando de braçada, mas do que o falastrão do ministro da economia prometia, e muitos embarcaram no canto da seria, quase nada saiu do campo das promessas.
O Brasil não vai caminhar com este governo! Somos vistos como um país que voltou ao início do século XIX. Nosso presidente, hipócrita como sempre foi, está preocupado com uma agenda de costumes, enquanto milhões de pessoas voltaram para a linha da pobreza, e a expectativa de vida dos brasileiros caiu, coisa que não ocorria há 80 anos. Enquanto isso, o Palácio do Planalto impôs sigilo sobre os gastos do cartão corporativo da Presidência da República. Sabe como é: o que esperar de um homem que sempre viveu do erário público, seja no Exército, ou na vida de político?!
Enquanto o presidente descansava em Santa Cataria e no litoral paulista, milhares de pessoas perdiam suas vidas para a Covid-19. Ele nadando no mar e indo ao encontro de apoiadores, todos homens e brancos, aglomerados para gritar “mito, mito, mito”, e mandar o governador de São Paulo tomar (seja lá o que for) na parte final do aparelho digestivo, e a segunda onda da doença assolando Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, Campo Grande e tantas outras cidades.
O mundo já entrando na fase de vacinação contra esta doença maldita, e o ministro da saúde empenhado em boicotar os esforços do Instituto Butantã em parceria com um laboratório chinês em aprovar a Coronavac. Israel vacinando sua população de forma acelerada e o Brasil liderado por um capitão terrorista e um general que não sabe o que fazer no ministério da saúde, que nem plano de vacinação tem, ou melhor, segundo o ministro, a vacinação será no dia D e na hora H. Nosso país que sempre foi exemplo para o mundo quando o assunto era vacinação em massa, tornou-se um local de amadores, cujo preço da incompetência (para dizer pouco) se revela em vidas que se perdem diariamente.
É preciso que a sociedade brasileira acorde logo do sono profundo que foi acometida, desde a destituição injusta da presidenta Dilma, que, a despeito da sua incompetência na gestão, sempre foi honesta no trato da coisa pública. Dilma, que fora retirada da presidência sob falsas acusações, e com a promessa dos que a destituíram de que o país iria melhorar e muito. Quatro anos se passaram e se vê o quanto o Brasil regrediu, em tudo o que se possa imaginar.
Com Bolsonaro no poder o país não terá a mínima condição de sair da pior crise sanitária em 100 anos, e da pior crise financeira a reboque. É hora de darmos um basta neste governo incompetente, genocida, perdulário, que fez ampliar a desigualdade flagrante na sociedade brasileira. “Reaja ou será morto, reaja ou será morta!”
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