O bibliotecário Henrique Bezerra (que aparece de camisa amarela na foto) chefiará a equipe responsável pelo acervo bibliográfico e iconográfico da Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade vinculada ao Ministério do Turismo. A informação foi divulgada pela instituição nas redes sociais nesta terça-feira (5).
Em junho deste ano a Fundação Cultural Palmares se envolveu numa grande polêmica depois de promover uma devassa no acervo da sua biblioteca pelo fato do material bibliográfico, supostamente, fazer “apologia” ao marxismo, à pornografia e ao “banditismo”, entre outras afirmações.
A entidade só voltou atrás depois que a Justiça decidiu que a Fundação não poderia promover a doação do material bibliográfico, sob pena de multa pessoal ao seu presidente, Sérgio Camargo, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por cada item doado, além das demais consequências cíveis e criminais decorrentes do descumprimento dessa ordem.
Obrigado a voltar atrás na sua decisão, presidente da Fundação Cultural Palmares anunciou a criação do “acervo da vergonha” para reunir em uma sala as obras que considera de esquerda. Também decidiu lançar um concurso para mudar o logotipo da entidade, que representa o Machado de Xangô.
O desbaste no acervo foi levado a cabo pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), coordenado pelo jornalista Marco Frenette, setor que não contava com nenhum profissional bibliotecário em seus quadros. Ou seja, o CNIRC desenvolveu uma atividade para a qual não estava habilitada nem técnica, nem legalmente.
Por isso, o Conselho Regional de Biblioteconomia da Primeira Região (CRB1) enviou à época um ofício à diretoria da Fundação Cultural Palmares solicitando esclarecimentos sobre eventual prática de exercício ilegal da profissional de bibliotecário na instituição, tendo em vista a suposta atuação de não-bibliotecários em atividades restritas a este profissional.
Quem é Henrique Bezerra
No Linkedin, Henrique Bezerra se aperesenta, além de bibliotecário, como especialista em arquivologia e museologia, bem como revisor de trabalhos acadêmicos. Seu currículo arrola uma série de experiências profissionais, como a de coordenandor de processamento técnico do acervo da biblioteca do Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia, e como bibliotecário no Conselho Federal de Contabilidade em Brasília.
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