Acabou agora a pouco o primeiro debate entre os candidatos à presidência da República realizado pela Band. A emissora paulista mantém a tradição de ser o primeiro canal de televisão a realizar este tipo de atividade em cada disputa ao Executivo nacional.
Os candidatos chegaram para o debate depois da divulgação do resultado da última pesquisa que apontou um crescimento significativo da candidata do PSB, Marina Silva, que alcançou 29% das intenções de votos, ultrapassando Aécio Neves, candidato do PSDB, que agora aparece em terceiro lugar com 19%. Dilma ainda aparece em primeiro com 35% das intenções de voto.
Estavam presentes nos estúdios da Band, no Morumbi, em São Paulo: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB).
As regras para o debate foram definidas após encontros com os partidos.
Educação
O tema da Educação foi pouco debatido pelos candidatos. Marina Silva, por exemplo, provocou Aécio apontando a precariedade dos salários a das condições de trabalho dos professores do Vale do Jequitinhonha, região do Sul de Minas Gerais, estado que foi governado em duas legislaturas pelo candidato do PSDB. O tucano retrucou as afirmações de Marina, pois, segundo ele, foi nessa região onde houve os maiores avanços.
O fato dos candidatos terem pouco discutido o tema Educação demonstra o ímpeto da má política que é o de manter as pessoas na ignorância. Se o tema da Educação foi quase que integralmente ignorado, imagine o dos instrumentos culturais como teatros, museus e bibliotecas.
Vejamos os outros temas:
Segurança Pública
A primeira indagação feita pelo apresentador, o jornalista Ricardo Boechat, foi sobre segurança pública. Pastor Everaldo informou que vai criar o ministério da Segurança Pública, além de uma força tarefa para combater a criminalidade. O candidato do PSC demonstrou um interesse pessoal pelo tema, pois, segundo ele, um irmão seu foi vítima de uma bala perdida no Rio no ano passado.
A candidata do PSOL, Luciana Genro, aproveitou o momento inicial do debate para se apresentar, destacando o fato de fazer parte do grupo expulso do PT por não concordava com as determinações do governo.
Levi Fidelix, candidato do PRTB, propôs privatizar as penitenciárias, entre outras medidas. Eduardo Jorge do PV defendeu a necessidade da legalização e da regulação das drogas como forma de combater a criminalidade que, segundo ele, atua nesta área na ausência do Estado.
Reivindicações das ruas
Na primeira pergunta entre os candidatos, Marina Silva perguntou à candidata do PT, Dilma Rousseff, sobre as reivindicações das ruas nas manifestações do ano passado que, segundo a candidata do PSB, não foram atendidas pelo governo. Dilma respondeu que na sua avaliação muitos avanços haviam sim acontecidos, no que foi respondido por Marina dizendo que a presidenta não reconhecia os erros de seu governo.
Aborto
Aécio Neves, candidato do PSDB, informou, indagado por Eduardo Jorge, que pretende manter a legislação do aberto como ela está. Posição conservadora do candidato tucano que não reconhece os males suportados exclusivamente pelas mulheres que acabam por ser criminalizadas ou tendo sua saúde prejudicada uma vez que estas costumam recorrer a este tipo de expediente em clínicas de aborto clandestinas.
Levy Fidelix atacou Marina Silva fazendo indagações sobre suas relações com pessoas “da elite”, como Guilherme Leal, fundador da Natura e dono de uma fortuna de US$ 1,6 bilhão, e Neca Setúbal, herdeira do banco Itaú e detentora de 3,5% das ações da holding do grupo.
Homofobia
No debate sobre homofobia, Luciana Genro fez indagações ao candidato pastor Everaldo. O candidato do PSC se esquivou das acusações feitas pela psolista de que a bancada do pastor na Câmara era responsável por defender posições políticas nocivas à comunidade LGBT. “O senhor não se sente responsável pela morte dos homossexuais no Brasil?”, indagou Luciana. “Nós não temos qualquer tipo de preconceito”, respondeu Everaldo.
Questão indígena
Luciana Genro defendeu a demarcação imediata das terras indígenas. Também defendeu uma política de reforma agrária. “Esses são imperativos do povo do campo e uma necessidade das populações das cidades”, disse Luciana.
Mobilidade urbana
Aécio informou, indagado por Levy Fidelix, que vai fazer parcerias com a iniciativa privada, “com regras bem definidas”, para que o problema da mobilidade urbana seja resolvido. Segundo o psdebista, apenas 11% das obras de mobilidade do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do governo federal foram concluídas até agora. Como se sabe, a questão da precariedade da mobilidade urbana foi o estopim das “revoltas de junho” do ano passado.
Comentários
Comentários