O interesse em pesquisar sobre o uso de redes sociais pelas bibliotecas públicas surgiu quando eu realizava estágio em uma agência digital, organizando informações coletadas no Twitter e no Facebook. Sendo seguidora de perfis de bibliotecas em ambas as redes, achei neste meio meu tema de pesquisa para TCC, artigos, entre outros.
É preciso dizer que a evolução da web permitiu a criação de ambientes cada vez mais interativos, onde é possível que o usuário crie e modifique conteúdos. Um desses ambientes são as redes sociais, e uma delas é o Twitter que no final de 2012 possuía 288 milhões de usuários ativos mensalmente.
Este contexto digital onde a disseminação da informação é rápida e eficaz, somado ao fato do Brasil ser um dos países com maiores índices de acesso às redes sociais não poderia ser ignorado pelas bibliotecas públicas.
Na capital paulista, tanto a Biblioteca de São Paulo (BSP) quando o Sistema Municipal de Bibliotecas (SMB) (que representa 105 bibliotecas abertas ao público) utilizam o Twitter para disseminar informações sobre as mesmas e se manterem mais próximas de seus usuários.
Através de ferramentas próprias de social media é possível medir o impacto e/ou influência de um perfil dentro do Twitter. Uma dessas ferramentas é o Klout que permite medir a influência em uma escala de 1 a 100. A medição se dá por meio de determinadas variáveis, conforme a rede social onde o perfil a ser analisado se encontra. No Twitter os itens considerados para o calculo são: retweets, menções, listas de associações, seguidores e respostas (comentários ou conversas com outros usuários).
Considerei pertinente analisar os perfis da BSP e da SMB no Twitter através da ferramenta Klout, a fim de demonstrar, mesmo que parcialmente, a efetividade da existência dos mesmos. Abaixo serão mostrados alguns dados (datados do dia 28 de setembro de 2012):
Sistema Municipal de Bibliotecas
Endereço no Twitter: https://twitter.com/BibliotecasSP
Nome na rede: SMBibliotecas
Nome de usuário: @BibliotecasSP
Data de criação: 29 de agosto de 2009
Número de tweets: 1087
Número de seguidores: 2991
Influência na escala Klout: 45
Biblioteca de São Paulo
Endereço no Twitter: https://twitter.com/SPbiblioteca
Nome na rede: Biblioteca de SP
Nome de usuário: @SPbiblioteca
Data de criação: 12 de Fevereiro de 2010
Número de tweets: 4389
Número de seguidores: 7787
Influência na escala Klout: 55
Como se pode notar, ambos os perfis possuem mais de dois anos e mais de 2000 seguidores, exercendo deste modo uma influência razoável segundo a escala Klout. Entretanto é interessante notar que o Sistema Municipal de Bibliotecas representando, teoricamente, 105 bibliotecas abertas ao público, possui um perfil no Twitter desde 2009, e tem uma influência de 45 pontos na escala Klout, enquanto que, a Biblioteca de São Paulo, representando apenas uma biblioteca pública, com um perfil ativo desde 2010, possui uma influência de 55 pontos na escala Klout.
Desta maneira pode-se deduzir que a Biblioteca de São Paulo é bem mais pró-ativa nesta rede social do que o Sistema Municipal de Bibliotecas. Torna-se pertinente pontuar também, que apenas quatro bibliotecas públicas pertencentes ao Sistema Municipal de Bibliotecas tiveram seus perfis localizados no Twitter, sendo elas: Biblioteca Prof. Arnaldo Magalhães Giácomo, Biblioteca Mário de Andrade, Biblioteca Nuto Sant’Anna e Biblioteca Monteiro Lobato.
Destas quatro bibliotecas, apenas os perfis da Biblioteca Nuto Sant’Anna e da Biblioteca Mário de Andrade se mantêm atualizados até a data de coleta de dados. O perfil da Biblioteca Prof. Arnaldo Magalhães Giácomo não é atualizado desde junho de 2011, e contabiliza apenas 13 tweets, e a Biblioteca Monteiro Lobato não atualiza seu perfil desde setembro de 2009, contabilizando apenas 10 tweets.
A partir desta pesquisa é possível afirmar que as redes sociais são importantes plataformas para a concessão de visibilidade no que diz respeito às bibliotecas públicas, tornado possível que a informação chegue ao usuário de maneira rápida, e que este perceba que a biblioteca não está alheia as evoluções da web.
Entretanto, redes sociais na internet, como o Twitter, devem ser usadas corretamente, isto é, atualizadas constantemente com informações pertinentes, utilizando-se de outras plataformas que se integrem com a RSI e a tornem mais atrativas, pois este ambiente é dinâmico e exige pró-atividade por parte do perfil que dele faz parte.
No caso das bibliotecas paulistanas pode-se notar uma diferença significativa entre os perfis do SMB e da Biblioteca de São Paulo, pois o perfil que representa mais de cem bibliotecas abertas ao público tem um poder de impacto, influência e alcance menor do que o perfil da Biblioteca de São Paulo. Talvez a conscientização das demais bibliotecas públicas do SMB para o uso do Twitter faria com que as mesmas obtivessem maior visualização na web e interação com seu público, além de alcançar um público em potencial que poderia vir a se tornar real e fisicamente presente nas mesmas.
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