A Superintendência de Leitura e do Conhecimento é um dos setores responsáveis pela construção das políticas públicas de leitura em todo o estado do Rio de Janeiro. À frente da coordenação da Superintendência desde o ano de 2012, Vera Schroeder recebeu a equipe da Revista Biblioo nas dependências da Secretaria de Cultura do Rio e falou a respeito dos projetos e desafios para área do livro e da leitura em um cenário de recessão econômica. Schroeder voltou a mostrar sua indignação perante as ações movidas pelo CRB-7 nos municípios de Angra dos Reis e Petrópolis, e, além disso, assumiu o compromisso de criar uma agenda para discutir a implantação do Plano Estadual do Livro e da Leitura no estado do Rio de Janeiro.
O que é a Superintendência de Leitura e do Conhecimento e quais são as ações e iniciativas que estão sendo desenvolvidas para 2016?
Em poucas palavras a Superintendência de Leitura e do Conhecimento é responsável pelas políticas públicas de livro e leitura para o estado do Rio de Janeiro. Têm dois eixos principais que são o programa de bibliotecas-parque e o Sistema Estadual de Bibliotecas (SEBE). O SEBE, todo bibliotecário conhece ou deveria conhecer, é um sistema que congrega todas as ações das bibliotecas municipais e outros espaços de leituras e está articulado ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) que fica em Brasília junto da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB). Esse Sistema Estadual de Bibliotecas busca fomentar, estimular, orientar, acompanhar e dar apoio as bibliotecas dos 92 municípios do Rio de Janeiro, assim como as ações que ocorrem no interior e na baixada e também as que ocorrem na capital. Estamos buscando há uns dois anos focar e priorizar as ações na baixada e no interior porque também temos a prefeitura do Rio que se ocupa com as ações voltadas para o livro e leitura e temos um estado bastante desigual com regiões como, por exemplo, o Norte e Noroeste que possuem uma carência muito grande na cultura como um todo. Mas isso também se dá no campo do livro e da leitura. Assim como uma densidade populacional enorme na baixada que precisa de um apoio maior. Estamos desenvolvendo ações mais periódicas, inclusive iniciamos no ano passado o SEBE itinerante, onde fomos até Niterói, Nova Iguaçu e chamando todos os coletivos ligados a Baixada [Fluminense], buscando fazer com que esses gestores e pessoas apaixonadas que vêm fazendo um belíssimo trabalho possam trocar informações e boas práticas ligadas ao campo do livro e da leitura. O outro grande eixo foi quando se implantou no ano de 2007 o programa de bibliotecas-parque onde se pensou uma maneira de potencializar ainda mais essas ações, implantando bibliotecas modernizadas, com acervo novo, espaços voltados as multilinguagens e que possam servir de ferramentas ou dispositivos e de estimulo de acesso ao livro e à leitura. Isso seria uma maneira de articular a biblioteca parque-estadual, principal do estado, as diversas regiões do estado do Rio de Janeiro, chegando nas bibliotecas públicas municipais, nas bibliotecas comunitárias e pontos de leitura e outras experiências exitosas que às vezes são pequenas e não são visíveis para nós aqui, mas que são fundamentais e grande fermento para que isso tudo ocorra e se articule. As experiências de outros países como do Chile, Colômbia, França e Alemanha, fomos pesquisando – na época eram outras pessoas que estavam aqui. Eu pude acompanhar isso desde o ano de 2012, cheguei um pouco depois e venho tentando contribuir nesse estudo e análise crítica para ver de que modo conseguimos aprender com boas experiências de fora. Mas qual é o sotaque e a singularidade que temos hoje no programa de bibliotecas-parque? Gostaríamos mais de ter ido para a Baixada e interior, a prioridade é essa; a conclusão da biblioteca-parque do Alemão, que não conseguimos entregar do jeito que queríamos, apesar de ter uma equipe da Secretaria de Cultura trabalhando lá atualmente, mas a ideia é que possamos ir para a Baixada, interior e conectar essa rede de bibliotecas-parque que já possuímos (Manguinhos, Rocinha, Niterói e a Estadual). Como eu disse antes, fortalecendo as experiências que alguns municípios e a sociedade civil vêm desenvolvendo. Em breve linhas, seria isso.
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