Foto: papelitopapelito.blogspot.com.
Na era da internet, dos games e das redes sociais, ler livros pode ser um grande prazer. Esta é uma das mensagens que Papelito, personagem criado por Sérgio Rosa, tenta passar ao público infantil nas diversas apresentações que tem realizado no Rio Grande do Sul e em outros Estados. Nesta entrevista, Sérgio conta quando e como surgiu a idéia do Projeto, o impacto de sua mensagem, bem como opina sobre importância da leitura num mundo dominado pelas novas tecnologias de leitura.
Como surgiu a ideia de criação do Projeto Papelito?
A ideia do Papelito surgiu em 2008 para Feira do Livro aqui de Venâncio Aires [Rio Grande do Sul], município onde eu moro. O SESC [Serviço Social do Comércio] me convidou para montar uma peça teatral para ser apresentada durante a feira. Ai montei a peça onde o Papelito interagia com um outro personagem, o Internético, e os dois disputavam o interesse de uma garotinha que não gostava de ler livros de papel. Ele ficou adormecido até 2011 quando vi na internet que os Ministérios da Educação e o da Cultura estavam com uma campanha para resgatar o interesse dos estudantes para a leitura. Aí comecei a fazer esquetes com o Papelito em diferentes espaços aqui na minha cidade para sentir a reação do publico em relação ao personagem que representa uma folha de papel. Então em 2012 montei a peça teatral no formato que ela está até hoje. A peça estreou na Semana do Livro de 2012 numa parceria com a Biblioteca Publica local e já iniciei a quarta temporada.
Que aprendem os meninos e as meninas quando assistem uma apresentação do Papelito?
Primeiramente eles aprendem a resgatar aquela criança que existe dentro deles e a partir dai fazem uma viagem pelo mundo lúdico do Papelito, onde aprendem fazendo parte, qual o real valor da leitura de livros. Aprendem que o livro é um mecanismo de transformação social e humana. Como também descobrem junto com o personagem a importância do meio ambiente e a importância do sonhar. Percebem também que a internet é importante, mas que é fundamental ter um certo equilíbrio entre ela e a leitura de livros. E o melhor de tudo é que eles aprendem brincando com o personagem com cantigas, contação de historia e teatro, pois eles passam a fazer parte da historia.
Você tem alguma história que te marcou em suas atividades no Projeto Papelito?
Ano passado fiz uma apresentação numa escola do município de Itaqui, aqui no Rio Grande do Sul. Quando terminei a apresentação uma menina veio até mim e me entregou um pequeno resumo da peça que ela tinha escrito durante a apresentação. Tirei fotos com ela e publiquei no jornal aqui da minha cidade. Enviei para ela a pagina do jornal e alguns dias depois recebi várias cartinhas de outros coleguinhas dela. Ela tinha, junto com suas amiguinhas e amiguinhos, criado o Clube Amigonas do Papelito. Foi muito gratificante, pois nasceu o primeiro fã clube do Papelito.
Você frequentou bibliotecas na sua infância? Conte-nos um pouco sobre a sua vivência com a leitura.
Frequentei a biblioteca da minha escola na zona rural onde eu morava. E sempre fui amante da literatura infantil. E lendo livros adquiri o vicio da escrita, pois hoje sou viciado em escrever contos, poesias, crônicas, artigos. E em 2012 tive a felicidade de por seis meses trabalhar na biblioteca publica municipal aqui do meu município, onde trabalhava como atendente. E a biblioteca tem um numero de leitores considerável positivamente, tanto que o município foi destaque aqui no estado em aquisição de livros.
Como você avalia o incentivo a leitura do Brasil hoje? Você acredita que as escolas e as bibliotecas têm cumprido esse papel de forma satisfatória?
Considero muito fraco e insignificante. As bibliotecas publicas lutam quase sem forças para conseguir ter uma vida digna, mas infelizmente os nossos gestores políticos, não dão a mínima para a cultura, principalmente para as bibliotecas. Mas os bibliotecários e bibliotecárias infelizmente lutam com o pouco que tem, e muitos deles conseguem fazer milagres. Aqui no Rio Grande do Sul existem muitas feiras de livros, creio que seja o estado que mais faz feiras literárias. E muitas escolas aqui também realizam feiras de livros, semanas literárias, que visam incentivar a leitura e o amor pelos livros. Mas se formos colocar essas escolas num contexto geral, o numero ainda é muito pequeno para escolas que buscam incentivar a leitura. Mas é uma luta que não pode parar.
Caso uma instituição pública, biblioteca ou uma escola, queira realizar uma apresentação sua com o Projeto Papelito o que precisa ser feito?
Primeiramente visitar o blog da peça: www.papelitoleitura.com.br para saber um pouco mais do projeto. E depois entrar em contato pelo email: papelitoler@gmail.com e conversando chegaremos a um consenso e agendamentos para levar o projeto para o seu publico. Um detalhe muito importa: a peça é para todas as idades, tanto que ela é contratada também para formação de professores.
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