O segundo dia da 5ª Feira Jurídica do Rio de Janeiro foi iniciado com o relato de experiência da bibliotecária e chefe da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional, Ana Virgínia Teixeira da Paz Pinheiro intitulado “Biblioteconomia: um exercício cotidiano de poder”. Ela destacou em sua palestra o poder do saber profissional no exercício da Biblioteconomia. Segundo ela, o exercício cotidiano do poder na Biblioteconomia está na capacidade do bibliotecário em enfrentar as adversidades, fazendo alusão aos trabalhos dos bibliotecários da Fundação Biblioteca Nacional na guarda de títulos proibidos e na permanência das obras no acervo durante o período da ditadura civil-militar no Brasil.
Ana Virgínia chamou atenção para a necessidade de utilização da terminologia da área pelos bibliotecários, uma vez que, em sua opinião, o uso do vocabulário profissional da área pode ser usado como um recurso de empoderamento. Destacou também que o domínio da Biblioteconomia é um recurso valioso e que o bibliotecário precisa buscar o seu espaço de poder no exercício de sua profissão.
No segundo relato de experiência do dia, a bibliotecária e diretora da biblioteca do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ), Raquel Rubim, apresentou o projeto “Café com conhecimento” realizado desde 2011 no tribunal. Segundo Rubim, o projeto tem por objetivo realizar encontros sobre a área de Direito, suas subáreas e das áreas de Gestão do Conhecimento e Biblioteconomia, contando com a participação de profissionais expressivos e atuantes. O projeto teve em sua primeira edição a presença do desembargador Alexandre Freitas Câmara, que se entusiasmou com a ideia. O projeto já se consolidou como uma atividade formal da instituição, motivando cada vez mais a participação tanto dos servidores do TJ, como do público externo.
Ainda na rodada de relatos de experiência, o evento contou com a apresentação da bibliotecária da Transpetro (empresa subsidiária da Petrobrás), Maria Isabel França, com a fala “Competência em informação no ambiente empresarial”.
A Feira contou também com a participação da bibliotecária Cristiane Ferreira de Souza, chefe da Divisão de Tratamento de Acervo Bibliográfico da Biblioteca Ministro Carvalho Júnior do Tribunal Regional do Trabalho, primeira região (RJ). “Vocabulário controlado em repositório digital” foi o tema de seu relato que se iniciou com a apresentação da Biblioteca Digital do Tribunal. De acordo com a bibliotecária, esta Biblioteca conta hoje com coleções de Acórdãos (com cerca de 200 a 500 por dia) que, em função da carência de pessoal, tem a indexação feita de forma automática pelo sistema DSpace, além das coleções de Súmulas, Pareceres e Legislação.
Espaço do patrocinador
Mário Mendes apresentou a editora de livros e periódicos jurídicos, a Síntese/IOB. Os produtos comercializados pela editora são voltados para as áreas do Direito e da Gestão Pública. De acordo com Mário, a editora está há 38 anos no mercado, com um portfólio de 16 revistas da área de Direito e dois manuais, sendo um manual de auditoria e controladoria pública e o segundo voltado para a contabilidade pública. Ambos são comercializados nas versões impressas e online.
Yasser Khunder apresentou o serviço V/Lex, que disponibiliza uma base de dados que inclui diversos títulos de livros, periódicos, jornais e obras de referência com o objetivo de otimizar a pesquisa acadêmica e profissional. O conteúdo da base se caracteriza como multidisciplinar com foco na área de Direito. O palestrante também apresentou a interface atualizada da base, com o sistema de busca melhorado trazendo diversos novos recursos.
Rodas de conversa
A roda de conversa foi iniciada após o intervalo para o almoço com a apresentação: “Jurídico na era digital”, ministrada por Luiz Augusto Fialho, diretor administrativo/financeiro da empresa Bichara, Barata & Costa Advogados. Luiz Fialho abordou questões referentes a implantação e desenvolvimento de tecnologias da informação em arquivos jurídicos de escritórios de advocacia.
A segunda mesa da roda de conversa intitulada: “Aquisição de livros nas bibliotecas jurídicas: um desafio administrativo”. Sendo formada por Álvaro Lourenço, professor de direito empresarial da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ; Rodrigo Jansen, procurador do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro; Samantha Pontos, bibliotecária do SIBI/UFRJ e com a mediação de Fátima Madruga, diretora da biblioteca Carvalho de Mendonça da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.
A bibliotecária Samantha Pontos iniciou sua apresentação com um panorama do SIBI/UFRJ e das 44 bibliotecas que o constituem. Samantha colocou que uma das dificuldades encontradas nos quinze anos que trabalha como bibliotecária da UFRJ foi tentar mudar a visão do processo de aquisição para a construção de uma política institucional de desenvolvimento de coleções. Com o intuito de garantir a diversidade das bibliotecas do SIBI/UFRJ, Samantha Pontos afirmou que estão sendo desenvolvidas diretrizes para o desenvolvimento de coleções que irão orientar a construção da política de coleções específica de cada biblioteca.
Álvaro Lourenço comentou a respeito da importância da leitura e da biblioteca na vida dos alunos. Nesse sentido, o professor de direito empresarial afirmou que sempre incentiva seus alunos a irem á biblioteca da universidade. Ele destacou ainda que a aquisição de livros é positiva para os alunos, como também para os professores.
Rodrigo Jansen destacou a dificuldade da administração pública em seguir todas as regras que são aplicadas. De acordo com o procurador o gestor público assume a responsabilidade de usar o dinheiro público de forma isonômica, a administração pública não pode escolher o livreiro, ou a livraria, justamente por manter a isonomia no processo de contratação. Jansen mencionou que a biblioteca do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro está bonita no prédio novo e em um movimento de expansão.
Lançamento da 6ª edição do Guia de Bibliotecas Jurídicas
A presidente do GIDJ/RJ, Célia Escobar, apresentou o trabalho embrionário do Guia de Bibliotecas Jurídicas do Rio de Janeiro. Ela fez uma apresentação retrospectiva das edições do Guia de Bibliotecas Jurídicas, destacando os trabalhos desenvolvidos por bibliotecários no passado. Segundo a presidente, o guia foi fruto do trabalho de um grupo de documentação jurídica e a segunda edição foi a mais marcante porque foi custeada pelos próprios profissionais do grupo jurídico.
Em seguida foi apresentada a 6ª edição do Guia de Bibliotecas Jurídicas cuja editoração foi feita pela Agência Biblioo. Acesse gratuitamente o novo Guia de Bibliotecas Jurídicas do Rio de Janeiro no site do GIDJ/RJ.
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