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Sair dos livros para a ação

A Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro continua ocupada por manifestantes contrários a forma como a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ônibus está sendo conduzida. Dentre as reivindicações estão a anulação da CPI, juntamente com a renúncia dos quatro vereadores que não assinaram o requerimento de instalação, dentre eles o presidente da CPI, Chiquinho Brazão.

Entre os manifestantes, além de alguns estudantes de Biblioteconomia, temos uma bibliotecária, que por questão de segurança e de represália por parte das forças policiais prefere não ser identificada.

Mesmo com essa dificuldade, ela nos enviou um relato, juntamente com os outros manifestantes, de como está sendo a ocupação até o momento. Confira as palavras da bibliotecária:

Sair dos livros para a ação: uma bibliotecária na Ocupação

Na sexta-feira dia 09/08 o Palácio Pedro Ernesto – Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro é ocupada por cerca de 70 manifestantes, dentre eles estavam presentes alguns estudantes de Biblioteconomia.

Sábado dia 10 de agosto a ocupação cresce e toma conta das escadarias. Nasce então um núcleo social linear, é neste momento que me introduzo no movimento. Horas antes da saída de um grupo de manifestantes que como desculpa de sua saída, alegaram que no domingo seria dia dos pais.

Saíram, mas deixaram para trás 15 heróis, nenhum de nossos futuros colegas permaneceu no interior do prédio.  Os que permaneceram decidiram mesmo após a pressão psicológica exercida por aqueles que deixaram o prédio, afirmando que quem permanecesse não receberia apoio algum do exterior da câmara.

Estamos aqui, são 21 barracas e o número cresce a cada dia. Contamos com uma cozinha comunitária, um almoxarifado, um Grupo de Trabalho (GT) de segurança, um GT de informação e claro uma biblioteca. Deliberamos as ações no consenso, todos, reafirmo todos tem voz.

Vivencio pela primeira vez ações que anteriormente o que acreditava que só estavam registradas nos livros. Tenho a comprovação que é sim possível um núcleo social igualitário, respeitando as experiências e vivências de cada indivíduo que compõem o grupo.

O grupo acredita na permanência “ocupar, resistir, lutar para garantir”.

Para maiores informações confira a Agenda do Ocupa Câmara Rio e confira a programação.

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