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Retratos de uma profissão

Na perspectiva de compreender o perfil dos bibliotecários ao longo da história da Biblioteconomia Baiana, a presente pesquisa buscou identificar e analisar o perfil do bibliotecário graduado na Escola de Biblioteconomia e Documentação, atual Instituto de Ciência da Informação, da Universidade Federal da Bahia (ICI/UFBA) ao longo dos seus 70 anos de história, configurando um retrato de uma profissão importante no processo de construção do conhecimento e fomento da cultura baiana. Ressalta-se, entretanto, que a pretensão de abarcar 7 décadas de história do curso foi repensada em razão da exiguidade de tempo, sendo necessário realizar um recorte temporal, que possibilitasse a execução do estudo. Desse modo, o período escolhido se estendeu entre os anos de 1980 a 2012, pautado no conjunto das informações prestadas pelo CRB 5 que ajudaram a definir objetivamente o espaço temporal.

A Biblioteconomia enquanto profissão é uma conquista do mundo contemporâneo, entretanto, o fazer da atividade de Biblioteconomia como retrata a literatura, menciona as atividades de Calímaco, na antiguidade, reconhecido como primeiro bibliotecário da história. Nessa trajetória, que vai da Biblioteca de Alexandria, passando pelas bibliotecas das ordens religiosas da Idade Média, até os dias atuais a ação desses profissionais garantem a organização, tratamento, preservação e disseminação do conhecimento socialmente produzido pelo homem.

A demanda dos séculos de organizar, tratar e disseminar a informação, evoluiu com a própria história do conhecimento, com a explosão informacional do século XX, e, a democratização do acesso a informação. Vale ressaltar que a demanda informacional fez com que a profissão e o profissional se adequassem a cada inovação surgida no seio da sociedade, sendo o seu perfil constantemente transformado para atender os anseios dos usuários da informação.

As atividades inerentes ao profissional bibliotecário ganharam reconhecimento a partir do século XVII, quando o livro ultrapassou o limite do uso restrito para ganhar uma nova configuração e importância social na formação do conhecimento.

O presente estudo foi tal qual um laboratório de pesquisa que revisitou a própria identidade baiana, tanto individual, como institucional. Utilizou-se como ferramental de trabalho, os recursos informacionais de fontes primárias que integram a memória institucional, tais como livros de atas onde há o registro fiel, no qual estão arrolados os nomes de todos os formandos no período investigado. Os estudos empreendidos em relação à memória, tangenciaram a memória individual e coletiva, atreladas à memória institucional e revelaram sua relevância social para que, tanto a sociedade, como os indivíduos, possam elaborar, em sua consciência individual e social, uma imagem apropriada da instituição federal de ensino superior, a qual tende a perenizar-se.

Tal pesquisa, com base em um estudo exploratório documental não pretendeu ser definitiva, mas sim sugerir a relevância prática de percorrer as trilhas da memória institucional, onde transitaram pessoas, anseios, sonhos, crises, e, um desejo comum de adquirir uma formação profissional para exercer uma carreira, buscando a estabilidade econômico-social, ao longo dos anos, no passado, no presente e no futuro.

De todo o mosaico de elementos integrantes da memória institucional, os documentos, livro de atas e eventos, o profissional bibliotecário, é o ator social – um agente da memória – responsável pela organização, tratamento e disseminação da informação e tem o compromisso de fazer o seu melhor no atender as demandas informacionais do cidadão, pela ética, profissionalismo e no amor pelo que faz colaborando para difundir o nome da instituição na sociedade.

O perfil do bibliotecário baiano revelado pela amostra dessa pesquisa evidenciou que esse profissional, majoritariamente do gênero feminino, atua em espaços diversificados no mercado de trabalho, que de modo geral sentem-se profissionalmente realizados no campo laboral e intelectual, que sua formação acadêmica o preparou para ingressar no mercado de trabalho.

Numa perspectiva geral o trabalho, pode ser aproveitado para futuras produções científicas (artigos, apresentação em eventos), bem como para ampliar a reflexão sobre o perfil do profissional formado pela Escola de Biblioteconomia e Documentação (ICI) da UFBA no sentido de incentivar a elaboração de novas pesquisas sobre a temática ora investigada.

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