Em setembro deste ano, pouco depois da Rocinha registrar intensos tiroteios e ser ocupada pelas Forças Armadas, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, publicou em seu site uma lista de ações que a prefeitura levaria a cabo no local. Dentre as ações anunciadas por Crivella estava a reabertura da Biblioteca-Parque instalada na região (chamada de C4), fechada desde dezembro do ano passado.
“Quero agradecer a cooperação com o governador Pezão e também com o secretário de Cultura, (André) Lazaroni, para que juntos a gente possa reabrir esse equipamento, que é muito importante para as crianças”, disse Crivella no último dia 04 de outubro, ocasião na qual prometeu um repasse de R$ 1,5 milhão para que a Biblioteca pudesse ser reaberta em 20 dias.
Passados quase dois meses, a Agência Lupa, que se dedica à checagem do grau de veracidade das informações que circulam pelo país, verificou o andamento das promessas do prefeito do Rio. De acordo com a publicação, a verba prometida pelo prefeito viria de parte de um acordo feito entre a Prefeitura e o Estado do Rio, o que acabou se frustrando com o encerramento da parceria.
“Procurado, Crivella informou que o processo de licitação da reabertura da Biblioteca Parque da Rocinha foi realizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, mas que um dos sócios da empresa vencedora faleceu. Por essa razão, o estado está chamando a empresa que ficou em segundo lugar no processo licitatório. A Lupa procurou a Secretaria Estadual de Cultura, mas foi informada de que a reabertura da biblioteca ocorrerá “tão logo as questões burocráticas sejam saneadas”. O prefeito não comentou o não cumprimento de sua própria promessa”, diz a reportagem.
Conforme noticiou a Biblioo no início de outubro, indignados com o longo período de espera e das reiteradas promessas de reabertura da C4, os moradores criaram uma campanha nas redes sócias segundo a qual “Invadir a Rocinha é fácil. Difícil é reabrir a Biblioteca-Parque da Rocinha”.
Neste período a Biblioo procurou o superintendente de Leitura e Conhecimento da SEC, Juca Ribeiro, que informou que o processo licitatório ainda estava em curso. Ribeiro disse que após esta fase ocorreria o processo de recrutamento para a contratação de 64 funcionários em funções como recepcionista e bibliotecário para atuarem nas três bibliotecas da rede, com uma previsão orçamentária de R$5,3 milhões e o contrato é de um ano.
Procuramos mais uma vez o superintendente de Leitura e Conhecimento da SEC, que prometeu nos passar nos próximos dias um detalhamento sobre a situação das bibliotecas-parque (do Estado, da Rocinha, e de Manguinhos), as quais vão completar um ano fechadas no próximo mês.
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