Atualmente muitas discussões em torno da representatividade de raça e gênero estão sendo levantadas no seio da sociedade brasileira. Diversos movimentos sociais e entidades civis lutam por direitos iguais e pelo fim de qualquer tipo de discriminação e preconceito.
Diante dessas questões, no dia 29 de fevereiro foi criada no site Avaaz uma campanha online solicitando a criação da Comissão de Equidade de Etnia e Gênero no âmbito dos Conselhos Regionais (CRBs) e do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
Amparada em atribuições legais do CFB, a campanha recorre a decretos e a legislação que dispõe sobre a profissão de bibliotecário para reivindicar e fundamentar a criação da referida Comissão:
“Aponta que de acordo com o art. 26 do decreto nº 56.725, de 16 de agosto de 1965, o Conselho Federal de Biblioteconomia poderá organizar Comissões ou Grupos de Trabalho, para execução de determinadas tarefas. Na lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962, podemos explicitar as seguintes alíneas do artigo 15 sobre as atividades do CFB que dizem respeito a toda a profissão de bibliotecário:h) deliberar sobre questões oriundas do exercício de atividades afins à especialidade do bibliotecário; i) convocar e realizar, periodicamente, congressos de conselheiros federais para estudar, debater e orientar assuntos referentes à profissão”.
A bibliotecária Dandara Baçã de Jesus Lima, criadora da Campanha, relata que antes de começar a estudar o racismo nunca tinha refletido a respeito de algumas situações que aconteceram em sua vida profissional. “Sobre a questão racial eu nunca tinha parado pra chamar de racismo algumas coisas que aconteceram na minha vida profissional. Mas ao recomeçar a estudar sobre a questão racial tomei ciência que quando participei de processos seletivos, o fato de ser negra pesava. Cada empresa contrata como quer, mas comecei a pensar que meu fenótipo pode influenciar nas seleções e no tipo de trabalho que me delegam”, ressalta a bibliotecária.
Dandara também destaca a importância da criação de um trabalho por parte dos bibliotecários para se que possa reconhecer as situações em que o sexismo e o racismo impactam na vida profissional. Para ela, a Biblioteconomia pode contribuir para diminuir o racismo e o sexismo no acesso à informação.
“Não é só na biblioteca da diversidade que o ‘diverso’ precisa ter acesso à informação, mas em toda a unidade de informação. A informação é o veículo redutor de incertezas, capaz de mudar as estruturas cognitivas do indivíduo e podemos ser participes ativos desse processo. Podemos fazer a carteirinha de acesso à biblioteca uma ferramenta de direitos quando o transexual pode ter o nome social nela”, defende a bibliotecária.
Para assinar a petição e saber mais sobre a campanha em prol da criação de uma Comissão de Equidade de Etnia e Gênero no âmbito dos CRBs e CFB, clique aqui.
Comentários
Comentários