Por O Globo
A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, reagiu à proposta de boicote do Oscar deste ano por Spike Lee e Jada Pinkett Smithse dizendo “triste e frustrada” com a falta de diversidade entre os indicados. Pelo segundo ano seguido, nenhum dos 20 indicados aos prêmios de atuação é negro. Isaacs, que é negra, divulgou um longo comunicado no qual promete mudar a forma de recrutamento de membros da Academia para aumentar a diversidade.
“Eu gostaria de reconhecer o maravilhoso trabalho dos indicados deste ano. Enquanto celebramos suas extraordinárias conquistas, estou triste e frustrada pela falta de inclusão”, disse. “Essa é uma conversa difícil, mas importante, e chegou a hora de grandes mudanças. A Academia está tomando passos dramáticos para mudar o rosto de nossos membros. Nos próximos dias e semanas faremos uma revisão no recrutamento de membros para trazer a necessária diversidade na turma de 2016 em diante.”
As mudanças refletem parte da crítica de Spike Lee. Para o cineasta, que em novembro do ano passado recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra, os estúdios de Hollywood ainda são resistentes à questão racial. O autor de “Faça a coisa certa” vê falta diversidade em toda a pirâmide da indústria audiovisual dos EUA.
A Academia não revela a lista de seus membros, mas em 2012 o Los Angeles Times publicou uma matéria afirmando que 90% dos eleitores do Oscar eram brancos e mais de 70%, homens, após confirmar 90% da identidade deles.
Segundo Isaacs, a Academia já vem enfrentando esse problema, com mudanças implementadas “para diversificar nossos quadros nos últimos quatro anos”. Ela admite, no entanto, que “essas mudanças não está vindo tão rápido quanto gostaríamos. Precisamos fazer mais, melhor e mais rápido.”
Isaacs lembra que nos anos 1960 a Academia já precisou passar por uma renovação para se manter “viva e relevante”, mas afirma que agora a mudança precisa ser mais profunda.
“Essa (atitude) não é sem precentes na Academia. Nos anos 1960 e 1970 foi preciso recrutar membros mais jovens para se manter viva e relevante. Em 2016, a ordem é inclusão em todas as suas facetas: gênero, raça, etnia e orientação sexual. Nós reconhecemos as preocupações real de nossa comunidade e agradeço todos que vieram a mim em nosso esforço de avançar juntos.”
A última vez que atores negros disputaram o Oscar foi em 2014, com Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong’o por “12 anos de escravidão” e Barkhad Abdi por “Capitão Phillips”.
Neste ano, parte da crítica via Idris Elba (“Beasts of No Nation”), Michael B Jordan (“Creed”) e Samuel L Jackson (“Os oito odiados”) como possíveis candidatos. Além disso, esperava-se também mais indicações a “Straight outta Compton” (indicado apenas pelo roteiro) e “Creed” (só disputa ator coadjuvante, com Sylvester Stallone).
Veja abaixo todos os indicados nas categorias de atuação este ano:
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