Leitores aos montes, folheando livros e revistas, acomodados em sofás, encostados às paredes, no chão. É assim, especialmente nos finais de semana, em bookstores do Recife. O acervo da livraria está disponível para venda. Enquanto isso, espalhadas pela cidade, as bibliotecas com acervos disponíveis para empréstimo, gratuitamente, experimentam um desolador ostracismo. Os visitantes de muitas delas se restringem a colegiais, em busca de fontes para pesquisas escolares.
Este é um cenário corriqueiro em Pernambuco e, de resto, de grande parte do Brasil. As bibliotecas existentes dependem, maiormente, do Estado, em suas diversas esferas – principalmente dos municípios, uma vez que as bibliotecas públicas estaduais se concentram nas capitais.
Dados do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, apurados pela Fundação Getúlio Vargas para o Ministério da Cultura, divulgados em 2010, apontavam que, dos 5.565 municípios brasileiros, 1.152 não possuíam bibliotecas municipais. Entre os espaços existentes, a média de volumes no acervo variava de 2 mil a 5 mil volumes. 36% dos espaços com mais de 10 mil volumes estavam concentradas na região sudeste.
Mesmo quando há biblioteca municipal em funcionamento, limitações significantes são impostas aos usuários.
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