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Os bibliotecários farão algo em relação ao fechamento das bibliotecas parque?

Foto: Daniela Spudeit (Movimento Abre Biblioteca Rio)

Conforme informado esta semana pela Revista Biblioo, as bibliotecas parque do Rio fecharão as portas este mês, resultando não só na ausência deste importante instrumento cultural e educacional aos usuários, como provocando a demissão de dezenas de trabalhadores que já estão de aviso prévio. A ascensão e o declínio deste belo projeto também haviam sido discutidos por nós em reportagem da edição 62 da publicação.

Em meio a este processo de precarização, a pergunta que não quer calar é: o que os bibliotecários farão em relação a isso? Mais ainda: os bibliotecários farão algo em relação à questão?

Como bem lembrou a professora Daniele Spudeit em sua conta no Facebook, em 2015 bibliotecários e estudantes, organizados em torno do Movimento Abre Biblioteca, realizaram atividades que acabaram por chamar a atenção da sociedade, tendo como resultado a garantia da manutenção das unidades até o fim deste ano. “Foi pouco, mas com bastante panfletagem, carro de som, atos em frente a BPE e mobilização com a população conseguimos avançar em alguns pontos”, disse Spudeit.

Estes dias, tão logo as primeiras notícias sobre o fechamento das bibliotecas começaram a circular, pessoas começaram a se manifestar nas redes sociais indignadas com a situação. Dentre as manifestações estavam as de diversos bibliotecários. “Está na hora das Escolas de Biblioteconomia, alunos, professores, estudantes de escolas públicas e usuários se mobilizarem novamente!”, cobrou uma internauta.

Mas apesar da preocupação demonstrada por estas pessoas, nenhuma ação concreta foi realizada até este momento. Alias, nem mesmo ações protocolares, como manifestos e notas de indignação, foram vistas, principalmente por parte de organizações regularmente estabelecidas como o Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB7) e o Sindicato da categoria (SINDIB/RJ).

Se o fechamento das bibliotecas já deveria gerar mobilização com vistas aos usuários que ficarão desassistidos, imagine se se considerar o fato de que muitos bibliotecários focarão desempregados. E embora a função precípua do CRB7 seja a fiscalização, ninguém tem dúvida de que este órgão não só pode, como deve fazer algo em relação a essa situação. O SINDIB/RJ, organização responsável por lutar por melhores condições de trabalho destes profissionais, principalmente.

Mas se a participação destas instituições é indispensável, a mobilização da sociedade, feita de forma espontânea, é mais importante ainda. É imprescindível que profissionais, estudantes e usuários em geral se organizem de alguma forma com vistas a barrar o desmantelamento que as bibliotecas parque estão sofrendo. Igualmente importante é problematizar as condições de gerenciamento destes instrumentos que desde se sua inauguração estão nas mãos de uma OS (organização social), resultando em um quase constante cenário de insegurança: 1) para os usuários que estão sempre preocupados com eventual descontinuidade dos produtos e serviços que lhes são oferecidos e 2) para os funcionários que, trabalhando sem estabilidade, não sentem sequer segurança para manifestar suas opiniões em relação a esta situação.

Com a chegada do mês de dezembro, o prazo para qualquer mobilização fica cada vez mais curto.

 

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