Por Ana Lúcia Caldas, da Rádio Agência Nacional
Muita gente que vive na Amazônia Legal conta com acesso ao livro e à leitura graças projeto Exposição da Organização Vaga Lume, que instala bibliotecas comunitárias nas regiões rurais.
Raynara da Silva tem 11 anos e frequenta a biblioteca da comunidade de São Bento, às margens do rio Acuti-Pereira, em Portel, no Pará. Mas, o que será que ela acha do projeto?
”Eu acho muito bom porque a gente tem que aprender a ler. Nós vamos para a escola e o professor traz nós (sic) para cá e quando a gente volta a gente vai contar a história do livro que a gente leu.”
E os colegas ficam interessados?
”Eles ficam logo curiosos para a gente apresentar.”
E será que a Raynara tem um livro preferido?
”O que eu gosto é Romeu e Julieta.”
Assim como Raynara, crianças e adultos têm a oportunidade de conhecer histórias e se tornarem leitores.
Em quase 15 anos de projeto, foram criadas 158 bibliotecas em 23 municípios dos nove estados da Amazônia Legal. Agora, chegou a hora de fazer um balanço para melhorar. Nove educadoras estão indo para o Norte do país. Uma delas é Celice Oliveira, que conta como o programa tem mudado a vida das pessoas da região.
”A gente viu ao longo desses 15 anos muita coisa boa acontecendo. A gente viu crianças que frequentavam a biblioteca que hoje são jovens estudantes de universidades federais; adultos ocupando espaço de políticas públicas dentro do município; crianças com acesso ao livro com mais facilidade ocupando a biblioteca como espaço mais comum.”
Celice Oliveira explica que são capacitados voluntários como mediadores de leitura e multiplicadores.
” Então a gente forma o que chamamos mediadores de leitura, que vão dar um acesso qualificado ao livro para a comunidade. E quando a gente cria a biblioteca comunitária é dado um curso de capacitação nessa comunidade . Antes quem dava esse curso eram os educadores da Vaga Lume. Como o projeto foi ficando muito grande, a gente sentiu necessidade de formar multiplicadores dessa metodologia. Esses multiplicadores moram na cidade, eles que dão esses cursos e inclusive monitoram os trabalhos nas comunidades.”
Um desses mediadores de leitura é Sandro Moreira, que vive no município de Portel, no Pará. Ele aposta no poder de transformação da leitura principalmente nas crianças.
”Vale muito a pena porque através dos esforços que a gente empreende aqui, todos nós, nós poderemos alcançar objetivos como fazer com que nossa criança ss elas adquiram desde cedo o gosto pela leitura, depois fica difícil elas conhecerem seus direitos e depois serem inseridas no meio social do qual participam.”
Segundo Sandro, em Portel existem 20 bibliotecas e, embora ir até elas não seja fácil, o trabalho gratifica.
”Para ir a cada uma dessas bibliotecas nós levamos de sete a oito dias de viagem de barco. É um período legal porque a gente reúne a equipe e é uma viagem muito interessante, muito rio, floresta… a gente se sente em casa. ”
Quem quiser saber um pouco mais sobre o projeto Expedição basta acessar o site vagalume. org.br
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