RIO – Enquanto alguns homens se preocupam em fazer guerras, inventar armas e brigar pelos royalties do petróleo, Geraldo Prado criou a maior biblioteca comunitária rural do mundo, com um acervo que possui aproximadamente 62 mil livros, além de CDs, DVDs, entre outros. A Revista Biblioo foi até o Bairro da Glória, no Rio de Janeiro, para entrevistar Mestre Alagoinha, como Prado é conhecido. Com sabedoria e simplicidade ele nos contou como foi o processo de criação da biblioteca comunitária em sua terra natal, São José do Paiaiá, no sertão da Bahia, cujo nome é uma homenagem à mulher responsável por sua alfabetização: sua tia Maria das Neves Prado. Atualmente professor aposentado do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Prado se orgulha de ter viajado grande parte do país e ter conhecido muitas bibliotecas comunitárias e projetos relacionados com a leitura. Amante de livros e bibliotecas, Prado confessa que já foi até preso por causa de livros durante a Ditadura Militar, quando ainda era aluno do curso de História da Universidade de São Paulo (USP).
Rodolfo Targino: Professor Geraldo, como surgiu a idéia de criação da biblioteca comunitária Maria das Neves Prado?
Geraldo Prado: A ideia surgiu quando ainda era professor do IBICT em 2001. Existia o projeto para construir a Sociedade da Informação que gerou o livro verde. O projeto tinha uma proposta de criação de bibliotecas comunitárias. Acabei me envolvendo. Eu tinha muitos livros, que nem cabiam no meu apartamento, uma média de mais de 30 mil livros. Na realidade eram 36 mil livros. Tentei vender os livros em sebos, mas pagavam muito mal. Tentei doar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e não aceitaram a doação, então resolvi chegar até a Bahia, onde eu nasci e lá tenho um sobrinho, que na época estava cursando o Ensino Médio. Conversei com ele sobre a possibilidade de criar uma biblioteca e ele aceitou. Aluguei uma garagem e colocamos as estantes. Mandei a primeira leva de livros para lá. 12 mil livros em um caminhão. Esses livros chegaram exatamente no dia em que o Jornal Nacional anunciou para o Brasil inteiro que a biblioteca do Itamaraty tinha sido roubada. Uma senhora da comunidade achou que esse roubo estava relacionado com o caminhão de livros que mandei. Ela saiu comunicando à comunidade que não era para entrar na biblioteca porque era um lugar maldito. Ela sendo muito religiosa, dizia que os livros eram roubados. Tivemos algumas reações contrárias de alguns professores da região. Eles diziam que uma biblioteca não tinha muito sentido na comunidade, porque a leitura não é importante. Queriam que tivesse uma fábrica; ao invés de colocar uma biblioteca queriam que eu colocasse uma fábrica. Mesmo com essas dificuldades, convoquei a comunidade para dar um nome à biblioteca. Fiz a sugestão de que o nome deveria ser uma pessoa da localidade. Não poderia ser um religioso, padre, pastor, nem uma pessoa de fora da região. Discutiram entre eles. Sugeriram o nome de Roberto Marinho [ex-presidente das Organizações Globo], que ainda estava vivo na época. Acabei tendo que interferir dizendo que tinha que ser uma pessoa da localidade. Existia uma tinha minha que foi professora leiga da comunidade e que alfabetizou algumas pessoas; não tinha método nenhum porque ela só tinha cursado até o terceiro ano do primário, então colocamos o nome de Maria das Neves Prado. Depois disso tudo, a biblioteca ficou mais três anos ainda com caráter informal. No ano de 2004, ela foi transformada em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A partir disso, nós mudamos a localização da biblioteca. Fomos para uma casa que tinha um terreno com espaço e construímos mais três andares. Além de comprar livros, fui ganhando também de alunos e ex-alunos. Eu era professor da Universidade Estácio de Sá e muita gente doava livro para mim: histórias em quadrinhos etc. Foi muito bom porque as crianças começaram a descobrir os quadrinhos, livros didáticos, de literatura, enciclopédias. A biblioteca de economia da UFRJ também doou muita coisa. A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) fez doações de livros da área da saúde pública, planejamento materno e vídeos. Mandei um projeto para o Banco do Nordeste do Brasil para um curso de contadores de estórias. Nós ganhamos o edital para esse projeto em 2005. Foi feito o curso de preparação e capacitação de contadores de estórias. Capacitamos vinte contadores. Depois nós ganhamos outro edital do Banco do Nordeste, desta vez para capacitação de professores do ensino fundamental no meio rural. Era um curso com características de pós-graduação (lato sensu), com 384 horas certificado registrado no Conselho Municipal de Cultura. Esse curso foi legal. Foram sessenta professores. Com o término do curso nós enviamos esse mesmo projeto para um edital que saiu na Brasil Foundation com o Banco HSBC, foi aprovado por um período de quatro anos, e com isso, ficamos trabalhando com os professores. Formamos aproximadamente duzentos professores. A última turma vai terminar em julho do ao que vem. Conseguimos também projetos com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), para higienização do acervo. Também fizemos um projeto. Era o reflorestamento: plantar quinhentos e oito árvores no ano que o Brasil completava 508 anos. Através de contatos da internet e ligação telefônica, consegui as mudas de árvores em Salvador e no interior da Bahia, perto de Feira de Santana, em São Sebastião. Consegui um carro com o governo do Estado. Um caminhão levou as mudas para o Paiaiá. Cada árvore era para uma criança da escola. Nós marcamos essa campanha exatamente no dia em que a OSCIP estava completando quatro anos de existência, no dia 27 de julho de 2008. Foi um movimento legal. Compramos um boi e fizemos um churrasco para todos. Tinha muita gente porque a notícia corre pelas cidades vizinhas e no final para encerrar fizemos uma festa de samba de roda. Uma de nossas dificuldades é conseguir pessoas para trabalhar na biblioteca. Não é fácil! A comunidade participa um pouco, mas ainda é tímida. Nas grandes cidades a comunidade participa, está dentro, como é o caso do Antonio Carlos da biblioteca comunitária Solano Trindade, no [Bairro] Cangulo em Duque de Caxias/RJ. No interior é muito difícil. Só quando tem uma festa. Um evento que fiz no ano passado, uma homenagem a dois sanfoneiros que foram pioneiros na região, nesse evento a comunidade participou muito: fizeram barracas e colaboraram, cederam coisas, fizeram bolos, mas fora isso é pouquíssima a quantidade de pessoas da comunidade que se dispõe para ir até a biblioteca e fazer um trabalho voluntário, para atender uma criança ou até mesmo um ônibus que chega à biblioteca, porque tem visitas de comunidades vizinhas, de estudantes de faculdades e até mesmo curiosos que vão conhecer a biblioteca. Além disso, nós passamos muitos vídeos. Temos uma média de 2 mil vídeos em nosso acervo, entre filme e documentários. Sempre exibimos para as crianças e para a população em geral. Passamos o filme do Silvio Tendler, O veneno está na mesa. Exibimos na biblioteca e em escolas da redondeza; fizemos debate na sede do município, com produtores rurais, alunos de escolas, engenheiro agrônomo, técnicos agrícolas e produtores sobre essa questão do veneno nos alimentos. Participamos de conferências sobre segurança alimentar, saúde, jovens e cultura. Todas as conferências no âmbito municipal, estadual e nacional; em cada uma delas enviamos delegados para participar; isso é importante para a biblioteca; hoje ela está conhecida no estado da Bahia, não somente no território em que estamos situados, mas também em Salvador. Nós ganhamos o projeto de um ponto de cultura e do ponto de leitura, da secretaria de cultura do Ministério da Cultura (Minc). Além do ponto de cultura, temos o projeto sala verde, ligado ao meio ambiente.
R. T.: O caso da biblioteca comunitária do Paiaiá, além de fornecer acesso à leitura e a cultura, vocês resgatam a história da cultura local. Essa é uma idéia muito parecida com a educação popular do Paulo Freire…
G. P.: Nós temos como base o Paulo Freire. Sempre trabalhei com Paulo Freire. Mesmo clandestinamente na época da Ditadura Militar trabalhávamos na Educação Básica em São Paulo e Paulo Freire é nosso carro chefe, ele é o eixo.
R. T.: O próprio nome da biblioteca é de uma representante da localidade, que é a sua tia. Você fala que o envolvimento da comunidade é mais freqüente quando tem atividades. Mas qual é o envolvimento da biblioteca com o poder público local?
G. P.: É meio complicado. Têm altos e baixos. Não dá para bater de frente, mas também não dar para ceder. Às vezes o poder público colabora com o mínimo. Quando inauguramos a biblioteca, o prefeito colaborou cedendo um palanque, mas quando nós precisamos da secretaria de educação para fazer parcerias com os cursos do Banco do Nordeste, foi complicado. Nós precisávamos de um ônibus para buscar os professores e levar até a biblioteca. Nisso tivemos bastantes dificuldades, mas conseguimos com o prefeito. Na outra gestão da prefeitura não conseguimos essa parceria, assim mudamos a estratégia. Para não acabar com o curso transferimos as aulas para um colégio estadual. Hoje esse curso abrange alunos do município Nova Soure e de outros como: Itapecuru e Cipó. Atendemos a quatro municípios. Agora a contribuição é essa. Hoje a relação com a prefeitura não está muito boa, porque nós cobramos algumas coisas como: saneamento básico, coleta de lixo e segurança. Pegamos uma máquina fotográfica para registrar, anexamos as fotos junto com um abaixo assinado e enviamos à prefeitura. Quando vamos pedir alguma coisa para a prefeitura ou para a secretaria de educação, fica complicado. Para registrarmos um projeto no conselho municipal, que é autônomo, tivemos dificuldades. Era um projeto da Fundação Abrinq sobre educação infantil. Estamos focando muito na formação de professores para atuar na educação infantil, porque foi feita uma pesquisa na região e revelou que a situação da educação infantil é precária. Se nas grandes cidades já é ruim, lá é precária.
R. T.: O movimento de bibliotecas comunitárias vem crescendo no país. Temos exemplos que vai desde a biblioteca Maria das Neves Prado na Bahia, até a biblioteca comunitária Solano Trindade no Cangulo, em Caxias/RJ. Essas bibliotecas conseguiram reconhecimento do poder público através da mobilização popular, em alguns casos, elas exercem a função de biblioteca pública nas regiões em que estão localizadas. Como você avalia isso?
G. P.: Avalio de forma positiva. Tem que dar força ao movimento de bibliotecas comunitárias sem deixar de fortalecer as bibliotecas públicas, porque a biblioteca comunitária não é para substituir a biblioteca pública e nem a biblioteca escolar, ela é um complemento, tem que estar com a comunidade. Nós criamos em parceria com o projeto Arca das Letras, oito bibliotecas comunitárias em assentamentos rurais. Isso é muito positivo, o projeto Arca das Letras é muito rico. Deveria ser ampliado. Nós conseguimos essas oito bibliotecas. Vamos tentar criar mais bibliotecas. Vamos ajudar e orientar e até mesmo capacitar monitores de leitura e depois a ideia é que essas bibliotecas virem um pólo de discussão. Um exemplo foi quando exibimos o documentário sobre a vida do Herbert de Souza (o Betinho), intitulado Os caminhos da democracia na visão do Betinho. Foi fantástico ver pessoas analfabetas, idosos e velhas lideranças. O documentário é meio acadêmico porque o Betinho vai falando do Getúlio Vargas, da Ditadura até chegar à abertura política e as pessoas acompanhando. Tinha uma senhora, dando palpites e dizendo que se lembrava dos fatos. O pessoal dos assentamentos são mais esclarecidos.
R. T.: Através da sua experiência, pesquisa e atuação, você tem um olhar tanto do sertão como das grandes cidades. Aqui no Rio de Janeiro o poder público vem destinando investimentos voltados para as bibliotecas como a criação da biblioteca parque de Manguinhos, as reformas das bibliotecas públicas das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Também temos as ações do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, com o Cadastro Nacional de Bibliotecas. Você acha que essas políticas contribuem para potencialização das bibliotecas públicas ou muito ainda precisa ser feito?
G. P.: Claro, contribui muito. Tem que fazer isso e não fazer o que o governo municipal queria fazer, tirar as bibliotecas públicas municipais [do Rio de Janeiro]. Aqui no prédio tem uma e eu fui vice-presidente da Associação Amigos da Biblioteca. Não é para tirar a biblioteca municipal que tem uma finalidade e colocar em um colégio. Tem que criar a biblioteca escolar. Você deve ter acompanhado o movimento do prefeito Eduardo Paes para acabar com a biblioteca pública do bairro de Santa Teresa. Isso não pode acontecer. Eu fiquei encantado com a biblioteca Parque de Manguinhos. Aquela relação com as crianças. O livro está ali acessível. Na verdade o livro deixou de ser uma coisa sacramentada, de não poder tocar. O livro é para ser usado, levado para casa, para ler. Se rasgou, não tem problema! Tenho discutido isso com meu sobrinho, por que ele fica preocupado quando um livro é perdido. “Tudo bem se perder! Não tem problema! Vamos conseguir outro!”. O livro é para ser usado, é para ser lido e manuseado. Na biblioteca escolar tem que ter o livro didático, na biblioteca pública e na comunitária até pode ter livros didáticos, mas não é o objetivo delas. Nelas deve ter o livro de leitura, de reflexão, de histórias em quadrinhos. Defendo que uma biblioteca comunitária maior, como a do Paiaiá ou até mesmo a Solano Trindade do Antonio Carlos, tenha livros acadêmicos mesmo que possa atender outros públicos, porque não tem só o público infantil; existem outros, mas o foco é infanto juvenil.
R. T.: Na biblioteca Maria das Neves Prado vocês além de estarem preocupados com a cultura e a leitura, também estão preocupados com esportes e até criaram uma atlética, não foi isso?
G. P.: Sim, foi cobrança da garotada. O próprio nome do time foi sugerido por um membro da comunidade que denominou de chuteira mirim. Juntei a molecada de oito anos para cima. Todos queriam e fizemos. Tem um terreno baldio onde treinamos. Tentei comprar esse terreno junto à proprietária porque a Petrobrás tem edital para esporte educativo, mas para conseguirmos esse projeto o terreno precisa ser oficializado e ter escritura, mas não tem. Então não podemos fazer um projeto devido a isso. Estamos informalmente.
R. T.: Nessa sua trajetória entre bibliotecas comunitárias e viagens, você tem algum relato ou um fato que marcou sua vida no decorrer desse tempo?
G. P.: Têm vários, por exemplo, quando era criança, meus treze ou quatorze anos, a primeira vez que fui a Salvador foi com meu tio. Foi o meu primeiro contato com bibliotecas. No Paiaiá não tinha bibliotecas. Comecei a ser alfabetizado a partir dos dez anos de idade com ajuda da minha irmã que fazia o terceiro ano. Fui com meu tio porque o meu primo estudava em Salvador. Fomos até o Colégio Estadual da Bahia e avistei uma sala de livros. Foi a minha primeira impressão que tive com tantos livros. Sempre gostei de livros. Ganhei um livro de uma professora que esteve lá, inclusive é a mãe da Ivete Sangalo, o livro é o Através do Brasil do Olavo Bilac e do Manoel Bonfim. Outro livro que ganhei de uma professora minha no primário foi, A sombra do arco íris do Malba Tahan. Outro que gostei muito ganhei desse meu primo que estudava em Salvador, também do Malba Tahan, O homem que calculava. Depois eu fui para São Paulo. Cheguei lá jovem no início dos anos de 1960. Fui fazer o ginásio e o primeiro lugar que entrei em São Paulo tentando conhecer o Centro, foi a Biblioteca Mário e Andrade. Meio tímido encontrei um prédio bonito. Fui olhar e percebi que era uma biblioteca. Estava meio medroso. Avistei umas pessoas lendo e perguntei para uma senhora o que deveria fazer para ler um livro e ela me perguntou o que eu queria ler, respondi que não sabia. Ela me conduziu para dentro da biblioteca. Era uma senhora baixinha e depois fiquei sabendo que se tratava de Oneide Alvarenga, diretora da biblioteca. Fiquei lá. Acabei lendo um livro e depois fui embora. Tempos depois passei a ser freqüentador dessa biblioteca. Depois disso aumentou o meu gosto por livros. Comprei alguns, juntei, perdi e até fui preso por causa de livros na época que eu morava no Conjunto Residencial da USP (CRUSP). Perdemos muitos livros por causa da repressão. Uma das coleções que perdi foi a coleção completa de Eça de Queiroz. Na época cursava Letras (português e chinês) e História na USP. Então tinha a coleção de Eça de Queiroz completa, no apartamento em que dividia com quatro amigos; um era aluno de Direito e estava servindo o exército, o outro era de Engenharia e fez uma máquina de aquecimento e um que cursava matemática. Quando o CRUSP foi fechado no dia 17 de dezembro de 1968, o nosso apartamento estava visado porque eu tinha uma especialidade que era de fazer molotov [arma incendiária utilizada em protestos], então entraram na nossa residência. O engenheiro tinha feito um despertador que era uma caixa relógio. Fazia um barulho danado, mas ele utilizava para acordar as seis horas para ir a Politec. Isso acabou sendo apreendido pelos policiais que confundiram com uma bomba relógio. A minha coleção foi toda apreendida porque estava encadernada em cor vermelha e tinha Capital do Eça de Queiroz. Alegaram ser material subversivo. O [colega] que servia o Exército tinha uma bota que estava dentro do armário. A polícia entrou, localizou as botas, o diploma do exército e sem dúvida acharam que éramos guerrilheiros. Todo mundo preso e a minha coleção e o que acharam ser uma bomba relógio foram expostas no diário de notícias na rua sete de abril como material altamente subversivo. Isso na USP de 1968 depois do Ato Institucional 5 (AI-5). Depois dos anos 70 foi outra realidade: já estava formado e ministrava aulas. Outra coisa que lamento muito, porque sempre gostei de bibliotecas, em 1973 quando me formei em História, já que Letras eu tranquei e não terminei. Fui dar aula no interior de São Paulo, no Vale do Ribeira em uma cidade chamada Pariqueraçu e lá não havia biblioteca. Falei com a diretora da escola para pegarmos um lugar e fazer uma biblioteca. Ela gostou da ideia e disse para falarmos com o prefeito, que era do Arena [Agremiação política que vigorou durante a Ditadura Militar]. Ele arrumou uma casa. Aos sábados e domingos eu pegava os alunos e levava para lá. Arrumamos e escrevi várias cartas para editoras e fizemos uma biblioteca razoável e enquanto fiquei lá até 1976 a biblioteca funcionava, depois que sai e fiz concurso para o Rio e Janeiro e fiquei trinta anos sem ir até lá, quando retornei a cidade não tinha mais biblioteca; a que criamos foi transformada em uma creche pela mulher do prefeito.
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