Bartolomeu Campos de Queiroz e Rubem Alves discutem a poesia
No penúltimo dia da Bienal do Livro, o Café Literário contou com a presença dos escritores Bartolomeu Campos de Queiroz e Rubem Alves, cuja relação com a poesia é muito parecida.
A mediadora Guiomar de Grammont citou o livro Vermelho Amargo, de Bartolomeu, que é um daqueles livros em que a prosa e a poesia se misturam de maneira tão íntima que é impossível separá-las. Por um lado presenciamos um texto escrito em prosa, de caráter biográfico sobre a infância do escritor. Do outro encontramos um texto magnífico, com um jogo de palavras muito bem traçado e um passeio entre o real e a fantasia que dão o tom poético à obra. “Sou leitor de filosofia da linguagem. Quem escreve livro didático realmente sabe escrever, quem não sabe, faz literatura. Eu escrevo o que não sabia que sabia escrever”, esclarece o autor.
O outro livro comentado foi o de Rubem Alves, Ostra que não faz pérola, onde o leitor é levado a refletir e não se entregar ao pessimismo para serem capazes de transformar a tragédia em beleza. A beleza não acaba de uma vez com a tragédia, mas torna-a mais fácil de suportá-la. A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado, ela se basta, mas ela não cria, não produz pérolas. Rubem acrescenta que “são os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artistas”.
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