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Flip 2019: programação paralela já é principal atrativo para muitas pessoas

Programação paralela da Flip atrai muitas pessoas. Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Invariavelmente acusado de ser um evento elitizado, a Festa Literária Internacional de Paraty, que em 2019 chega à sua 17ª edição, guarda alguns contrates, muitos dos quais frutos da resistência de grupos culturais que insistem e persistem em furar o bloquei imposto pela lógica historicamente construída pelo evento. Aliás, em 2016 a Festa passou por um dos seus momentos mais delicados quando foi acusada de ser um “arraial da branquitude”.

“Na medida em que as outras formas não são consideradas, não são lidas, não são divulgadas e não são incorporadas ao sistema literário brasileiro, fica uma lacuna, porque a literatura tem essa possibilidade de ler a nação. Se não lemos todos os passos criativos da nação, estamos lendo uma nação em pedaços, estamos lendo uma nação incompleta”, afirmou à época a escritora Conceição Evaristo, uma das principais críticas da forma como o evento vinha sendo conduzido.

Em 2017, ano seguinte ao das polêmicas, a Flip mudou o roteiro e, pela primeira vez, passou a se preocupar com uma composição mais igualitária e representativa da sociedade brasileira em sua programação. Colocando no centro o escritor Lima Barreto, o evento literário agregou 22 mesas de discussão com 46 autores, entre eles, 24 mulheres. A literatura negra também obteve uma melhor representação: entre os autores convidados, 30% foram negros.

Para o bibliotecário e editor Vagner Amaro, por mais que nos últimos anos tenha havido um movimento positivo de busca por uma representatividade dos diversos segmentos da população na programação da Flip, esta jamais daria conta de compreender tudo de interessante que vem sendo produzido e pensado na literatura brasileira. “Nem creio que seja esse o objetivo da programação, criar uma grande painel igualitário, pois ela perderia justamente a sua assinatura, o perfil que é definido para cada ano e não há nada de errado nisso”, defende.

Mas embora esse maior cenário de diversidade tenha se repetido nos anos que se seguiram, muitas pessoas ainda continuam sem conseguir acesso à programação principal do evento. Isso acontece em grade medida não só pelos preços dos ingressos (R$ 55,00, com possibilidade de meia-entrada, para o Auditório da Matriz, onde ocorrem as mesas literárias, único espaço com cobrança de ingressos), mas pelos valores da cidade que acabam ficando muito auto nos dias de eventos.

Uma forma encontrada por muitos grupos culturais para “burlar” essa lógica é a organização de programações culturais paralelas e independentes que, para algumas pessoas, tem se tornado o motivo principal de interesse no evento. “Muitas pessoas já vão à Flip com foco na programação paralela, por ter mais livros e atividades de interesse direto. Ou seja, a programação paralela já é o objetivo pra algumas pessoas”, explica a bibliotecária Debora Nascimento que vai ao evento com essa perspectiva.

Segundo ela, muitas pessoas que têm interesse em literatura de mulheres, literatura negra, literatura periférica, literatura de qualidade, mas que não são provenientes da elite, “literaturas que não se encontra em lojas e livrarias”, procuram as diversas atividades organizadas por outros movimentos literários. Debora também comenta que existem muitos bons escritores na programação paralela, mas que nunca foram convidados para a programação oficial da Flip.

A avaliação da bibliotecária vai ao encontro da de Amaro para quem a programação paralela da Flip, quase toda realizada pelas pequenas editoras, “traz esse frescor e até ousadia” ao evento.  “Tenho dificuldade de ver a programação paralela em oposição a Flip, ou como uma atitude de resistência, ou militância. Acho que é uma programação que complementa e inspira, mas sempre no sentido de inserção neste mercado editorial e de eventos literários que ainda é excludente. Acredito seriamente que quem resiste a Flip, não coloca os pés em Paraty durante o evento”, pondera o editor da Malê, que terá uma programação na Flip.

Festa Literária Pirata

Um dos eventos paralelos que tem suscitado o interesse de muitas pessoas é a Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei), que em sua segunda edição (a primeira aconteceu em 2018) pretende resgatar o legado socialista de Euclides da Cunha (homenageado principal da Flip) que teve “seu passado político completamente apagado da história”, além de “debater conjuntamente as novas lutas que se impõem num cenário cada dia mais sombrio.”

Como descreve a própria organização do evento, “a Flipei é uma intervenção política feita por editoras independentes e uma trupe de anarquistas, comunistas, trotskystas, maoístas, bolivarianos e autonomistas na maior feira literária do país”. Em 2018 “conseguimos colocar no mar e na terra 69 horas de programação, pouquíssimas horas de sono, e cerca de 15.000 pessoas passando pelos nossos gramados, esticando suas cangas, tomando sol, comprando livros e vivenciando nosso pequeno Woodstock pirata”, se orgulham os organizadores que contam com o apoio de diversas editoras.

Entre os convidados confirmados da Flipei deste ano está o jornalista Glenn Greenwald, fundador do Intercept, que falará sobre a Lava Jato, conversas vazadas, Sérgio Moro e muito mais. A programação flutuante da Flipei inclui ainda nomes como Marcelo Freixo, Anielle Franco, Zé Celso Martinez Corrêa, Vladimir Safatle, Gregório Duvivier, Realidade Negra (rap quilombola), Slam da Guilhermina, Luiz Eduardo Soares, Conceição Evaristo, Cabaré Feminista e muitos outros.

As atividades da Flipei 2018 aconteceram à bordo de um barco. Foto: divulgação

Flip Preta 2019

A Casa dos Povos, onde acontece a primeira edição da Flip Preta, será o espaço das comunidades tradicionais indígenas, quilombolas e caiçaras de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba durante a Flip. A proposta é promover um espaço para debates internacionais, lançamento de livros, atrações culturais, gastronomia tradicional, comercialização de artesanatos e divulgação de roteiros de turismo de base comunitária protagonizados pelos povos e comunidades tradicionais da Serra da Bocaina.

Originada de um sonho antigo da comunidade, a realização do projeto se concretiza no ano de 2019, segundo seus organizadores, com a finalidade de marcar a luta e a resistência do povo negro e quilombola do Campinho e do país todo, através da literatura e da troca de saberes. “Reuniremos escritoras e escritores, poetas, músicos, artistas, rappers, mestras e mestres da cultura popular em um encontro que vai transcender a literatura e suas dimensões nesse território chamado quilombo”, dizem.

“Antes da literatura nasce a oralidade e toda sua imensidão. Antes de nos constituirmos enquanto povo brasileiro, somos povos africanos organizados nas diásporas, forjados seres múltiplos e plurais, aqui identificados como afro-brasileiros. Depois, nos tornamos quilombolas pela nossa luta e resistência pela reprodução da vida plenamente e em liberdade. Em meio a todo esse contexto, produzimos arte, cultura, saberes que são em sua essência, literatura”, diz a chamada do evento que acontece no Restaurante do Quilombo, localizado no km 584 da BR-101.

Estão programados shows, rodas de conversa, feira de livros e artesanatos, oficinas e com a presença griôs de diversos lugares do país e um espaço especial preparado para as crianças. Todos os dias haverá uma feira preta de produtos sendo expostos a partir das 13h. A Casa também abrigará o lançamento oficial do Projeto Povos, iniciativa de cartografia social que realizará, até 2023, a caracterização de 64 comunidades tradicionais caiçaras, indígenas e quilombolas de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba.

Malê na Flip 2019

A propósito, a Malê, editora voltada à temática afro-brasileira, também terá uma programação especial durante a Festa Literária de Paraty (ver abaixo), onde realizará lançamento de livros e receberá escritores, como Conceição Evaristo, que tem três livros publicados pela editora. Dentre os livros que serão lançados está “Navio negreiro”, de Maria Duda, “Maréia”, de Miriam Alves, “Antes que seja tarde para se falar de poesia”, de Letícia Brito. As atividades da Malê acontecerão na Casa Poéticas Negras, Rua Marechal Santos Dias, 22 – Centro Histórico de Paraty.

Sesc na Flip 2019

Pelo nono ano seguido o Sesc participa da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip – com uma ampla programação. De 11 a 14 de julho, a instituição promoverá uma série de atividades, mostrando aos visitantes do evento um pouco do trabalho que desenvolve diariamente em suas unidades, por todo o país. Serão cerca de 100 atrações com exposições, oficinas, bate-papos, cafés literários, lançamentos de livros, cinema, música e intervenções artísticas em quatro espaços fixos e nas ruas da cidade.

As atividades acontecerão nas unidades Santa Rita e na Casa Edições Sesc, no Centro Histórico; na unidade Caborê e no espaço do Areal do Pontal, onde estará estacionada uma unidade do  BiblioSesc, biblioteca itinerante de incentivo à leitura. Também haverá intervenções artísticas nas ruas da cidade.

A maratona de atrações começa com a abertura da exposição “Câmara de Ecos”, na unidade Caborê, no dia 11 de julho, às 10h. Inspirada no poema de Waly Salomão e idealizada por seu filho, Omar Salomão, a instalação em formato de ninho permitirá uma experiência sensorial. Por meio de alto-falantes espalhados em nichos, o visitante ouvirá nove poemas do autor declamados por diferentes vozes, em ritmo e tempo próprios.

Na unidade Santa Rita, localizada no centro Histórico da cidade, acontecem os Cafés Literários, espaço de encontro do público com grandes autores. Nomes representativos da literatura nacional discutem diferentes temas. Entre os confirmados estão a poetisa pernambucana Luna Vitrolira e Ricardo Aleixo, poeta, músico e artista plástico, na mesa “A palavra performada”; Tobias Carvalho, vencedor do Prêmio Sesc 2018, e Amara Moira, professora de literatura e feminista, debatem o gênero na escrita, em “Literatura tem gênero?” etc.

Ainda na Santa Rita, no dia 11, às 19h30, será lançado o livro “Da lama ao caos: que som é esse que vem de Pernambuco?”, com a participação do autor José Teles e de Lauro Lisboa Garcia, organizador da coleção de livros digitais Discos da Música Brasileira. Com o mesmo nome do disco lançado por Chico Science & Nação Zumbi em 1994, o livro reconstrói a trajetória do álbum seminal que transformou a música brasileira.

Mesa de conversa na Casa Sesc – Promoção Internacional da Língua Portuguesa, na Flip 2018. Fotos: Editora Kapulana

O grupo Carmin é um dos destaques da programação teatral e levará à Flip o aclamado espetáculo “A invenção do Nordeste”. A peça venceu os prêmios Shell (de melhor autor), Cesgranrio (de melhor espetáculo) e APTR – Associação de Produtores de Teatro do Rio (melhor autor e ator em papel coadjuvante). Entre as atrações musicais, o público poderá conferir as apresentações do cantor e compositor Chico Cesar; Cátia de França, cantora que tem a literatura como marca registrada em suas cancões, entre outros

A programação do Sesc contemplará também o público infantil. O espaço “Ler e brincar é só começar” propõe um encontro de brincadeiras com a leitura, na unidade Santa Rita, durante os quatro dias da Flip. As crianças, de 5 a 12 anos, também poderão conferir a oficina Mini Lambes, com linguagem lambe-lambe.

No Sesc Areal do Pontal, o bate-papo “Criança escrevendo para crianças”, contará com a presença da escritora amazonense Beatriz Guimarães Menezes, que publicou seu primeiro livro aos 8 anos. Hoje, aos 18 anos, ela compartilha sua experiência com o público. Haverá, ainda, contação de histórias, intervenções poéticas, performances circenses e apresentações artísticas.

Durante os quatro dias, a Casa Edições Sesc terá lançamentos de livros, como “Eça de Queiros: leituras brasileiras e portuguesas”, com presença do organizador da publicação, Benjamin Abdala Jr., e das autoras Marli Fantini e Elza Miné. “Memória da Amnésia: políticas do esquecimento”, com a autora Giselle Beiguelman, Solange Ferraz, diretora do Museu Paulista, e Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional.

Casa Libre e Santa Rita da Cassia

O mercado digital dos livros ganhará um capítulo especial nos debates da 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano. A Casa Libre e Santa Rita da Cassia programou a “Tarde digital” para o dia 12 de julho, sexta-feira, quando reunirá autores, editores e leitores para falar das oportunidades que os produtos digitais oferecem. O encontro será de portas abertas aos interessados no tema.

Árvore de Livros, Bibliomundi, Bookwire e Storytel são as parceiras da “Tarde digital”, que terá Cassia Carrenho (LabPub) e Raquel Menezes (Liga Brasileira de Editoras) como anfitriãs. Das 13h30 às 14h30, a conversa vai girar em torno dos “Formatos que ultrapassam fronteiras: como usar o conteúdo digital para transformar pessoas em leitores”. A mesa reunirá Andréia Martinz (Bibliomundi), Isadora Cal (Bookwire) e o autor Felipe Sali, com mediação do jornalista Cassius Medauar.

Na sequência, “Inovando para ensinar: tecnologia na educação” será o tema do debate entre Gabriel Lima (Árvore de Livros) e Letícia Reina (Guten News), Jayse Ferreira (Escola de Referência em Ensino Médio Frei Orlando, de Itambé, PE). A mediação ficará a cargo de Camila Cabete (Kobo).

Às 15h30, a pauta ficará com a “Tecnologia da leitura: o livro e o leitor neste cyber espaço”, reunindo na mesma mesa Mansur Bassit, Padimini, Volnei Canonica e Veronica Lessa, na mediação.  Para fechar a “Tarde digital”, às 16h30, o debate será sobre “Tendências no Brasil e no mundo: audiolivros, podcast e canais de conteúdo”. André Bacil (Bibliomundi), Marcelo Gioia (Bookwire), André Palme (Storytel) e Camila Cabete conversarão, ao lado de Taty Leite, do canal Vá Ler Um Livro.

Antes, no dia 10, a Casa abrirá os trabalhos com uma programação voltada exclusivamente para os professores, durante todo o dia, sublinhando a importância da formação de leitores e da inclusão pelo livro. Serão abordados temas como “Literatura e muitas diversidades”, “Metodologia no plural: acolhendo e potencializando outros repertórios”, “Como nascem as histórias” e “Bibliotecas transformadoras”.

No dia 11, a agenda será sobre “Quando o racismo de ontem sobrevive nas edições infantis de hoje: como lidar?”, “Autopublicação premium: a experiência dos autores”, “Sucesso é uma questão de marketing?”, “Como equilibrar o ecossistema do livro”, “Paisagens urbanas: interseções entre o conto e a crônica” e “O corpo da palavra em Raduan Nassar”. Um coquetel da Árvore de Livros fechará a noite.

Já no fim de semana a Casa terá programação variada. O sábado começa com a apresentação do Prêmio Kindle de Literatura e autores participantes, segue com as mesas “Narrativas de ficção e não ficção: similaridades e especificidades na construção de histórias”, “O trabalho além da escrita: leitura crítica, edição, revisão e outros importantes processos na construção do livro” e “A carreira do autor independente: dicas e lições para se autopublicar com sucesso”; o momento “Vendendo sua ideia – Pitching de autores independentes para banca de especialistas”; e o debate “Mulheres de verdade têm corpos: o desconforto da experiência feminina em o corpo dela e outras farras”. No domingo, às 10h, a performance “Cadê as bruxas?” reunirá escritoras contra a censura na literatura infantil.

A Libre também é parceira da programação da Biblioteca MAR, do Colégio Estadual Engenheiro Mario Moura Brasil do Amaral (Cembra). A programação reunirá autores locais e convidados. No dia 11, às 11h, o Cembra, receberá a escritora Conceição Evaristo para um bate-papo especial.

A Casa Libre e Santa Rita da Cassia funcionará na Rua da Lapa, 200, no Centro Histórico de Paraty, das 10h às 22h, sempre de portas abertas. Já o Cembra fica na Rua Marechal Deodoro 479, com espaço para ouvir poesia, mesas de debates e uma feira de livros com descontos, promovida pela Libre e mais de 20 editoras independentes.

SERVIÇO

Festa Literária Pirata

Datas: 10 a 14 de julho em diversos horários

Local: Barco Flipe, Avenida Octávio Gama, S/N

Programação: clique aqui e acompanhe

Flipe Preta

Datas: 11 a 14 de julho em diversos horários

Local: Restaurante do Quilombo, localizado no km 584 da BR-101, e na Casa dos Povos, Rua Araponga – nº 502, (antigo: Rua Colibri – nº 16), Paraty-RJ

Programação: www.quilombodocampinho.org

Acesso: gratuito

Sesc a Flip 2019

Datas: 11 a 14 de julho (quinta-feira a domingo), quinta a sábado, 10h às 19h e domingo, 10h às 17h

Local: Santa Rita: Rua Dona Geralda 15 – Centro Histórico; Caborê: Rua Octávio Gama, 1709 – Bairro Caborê; Sesc Areal do Pontal: Av. Nossa Sra. dos Remédios; Casa Edições Sesc: Rua Marechal Santos Dias 43, Centro Histórico, Paraty-RJ

Acesso: gratuito (algumas atividades requerem senhas que serão distribuídas com uma hora de antecedência).

Programação completa: www.sescparaty.com.br

Casa Libre e Santa Rita da Cassia

Datas: 10 a 14 de julho em diversos horários

Local: Casa Libre e Santa Rita da Cassia, Rua da Lapa, 200 – Centro Histórico, Paraty-RJ

Acesso: gratuito.

Malê na Flip 2019

Datas: 12 a 14 de julho em diversos horários

Local: Casa Poéticas Negras, Rua Marechal Santos Dias, 22 – Centro Histórico, Paraty-RJ.

Acesso: gratuito.

Programação:

Sexta, dia 12, às 13h30 – Lançamento do romance Maréia, de Miriam Alves; participação especial de Giovana Xavier; mediação Lubi Prates; 17h – Lançamento do livro “Navio negreiro de Maria Duda” e do livro “Encontro Poético das Sarauzeiras” (Malê – Flup);

Sábado, dia 13, às 10h – Roda de conversa “Eles: contos”, com Vagner Amaro e Marlon Souza; 15h “Escritas negras: Machado de Assis: contos e crônicas” e “Vértice”, com Francisco Jorge, Henrique Rodrigues e Simone Ricco; 17h – Lançamento do livro “Você pode substituir mulheres como objetos de estudo por mulheres negras contando a sua proposta história”, com Giovana Xavier e participação especial Conceição Evaristo.

Domingo, dia 13, às 11h30 – “Literatura infantil negra”, com Cássia Valle e Sonia Rosa; Lançamento de “Antes que seja tarde para se falar de poesia”, de Letícia Brito.

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