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Empreendedores da Informação

RIO – Quando um candidato pensa em realizar o processo de seleção para a Universidade, tende a traçar o perfil da profissão para a qual irá concorrer. Se a opção for Biblioteconomia ou Arquivologia, a ideia de atuar (apenas) como funcionário em bibliotecas ou centros de documentação/informação não se aplica mais.

Atualmente o profissional de informação tem ao alcance possibilidades que ultrapassam os espaços meramente físicos. As opções percorrem campos como consultoria, assessoria, palestas, cursos, gestão de negócios, pesquisa e carreira acadêmica.

Alex Branco é formado em Biblioteconomia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) desde 2000 e hoje é diretor de uma empresa especializada em Gestão da Informação, com sede no Rio de Janeiro. Seu empreendimento já possui representações comerciais em diversas cidades.

Sobre sua trajetória, destaca: “no segundo semestre da faculdade consegui um estágio na FGV (Fundação Getúlio Vargas). Foi minha primeira experiência com informações sobre o mundo dos negócios, economia, marketing, política e outros assuntos. No quarto período consegui um estágio em uma empresa voltada para Tecnologia e Inovação e foi outra grande experiência profissional”.

Percebendo a tendência empresarial, Branco buscou capacitação. “Comecei a despertar para montar minha própria empresa e procurei cursos de empreendedorismo, negócios, marketing, gestão, área contábil, fiscal, recursos humanos, tributação, entre outros”.

A dificuldade para quem inicia seu próprio negócio também é lembrada pelo bibliotecário, que ressalta as barreiras encontradas antes da consolidação no mercado. “No início foi difícil… Consegui dinheiro emprestado com amigos e familiares e aluguei uma pequena sala no centro de Niterói (RJ). Comprei alguns equipamentos e consegui o meu primeiro cliente. Depois de 6 meses fechamos um contrato de médio porte para prestar serviços”.

A possibilidade de estagiar em áreas distintas durante a vida acadêmica é um diferencial que pode agregar valor na formação do bibliotecário ou arquivista. “É possível passar por várias áreas do conhecimento: empresas privadas, governo, universidades e outras. Se o estudante tiver sensibilidade para negócios ele será um grande empresário no futuro, gerando emprego e renda”, comenta.

Grandes clientes no currículo e mais de duas décadas atuando em projetos. Todeska Badke é consultora de negócios em gestão de documentos e informações. Graduada em Biblioteconomia pela UFES/ES, iniciou em 1985 suas atividades empresariais e hoje atua no ramo da consultoria e na capacitação de novos profissionais. Sobre sua opção empresarial, Todeska comenta: “Foi uma questão de perfil. Não gostava de rotinas. Na época em que comecei praticamente não havia consultorias e resolvi abrir uma empresa para gestão de arquivos no final da década de 80. Entregava cartões às empresas oferecendo serviços de gestão de documentos e logo consegui meus três primeiros clientes”.

Todesca vê de forma positiva as tendências nessa área. Para a consultora, há muito a ser feito. “Imagine quantas empresas necessitam da gestão de suas informações? Quantas clínicas médicas, quantos escritórios de engenharia? Muitas delas ainda têm seus documentos administrados de forma precária. Mas digo que não é fácil fazer o negócio acontecer”.

As opções para armazenamento e manipulação de informações fazem com que empresas solicitem especialistas, analisa o arquivista Rodrigo Dias. “Devido a gama de alternativas (Evernote, Google drive, Skydrive, Sharepoint, Dropbox, entre outros), as empresas sentem-se inseguras ou até mesmo não sabem tratá-las”.

Companhias privadas e públicas cada vez mais se mobilizam para estruturar-se internamente no que tange à organização e trâmite do fluxo informacional. “As empresas prestadoras de serviços de nossa área e já estabilizadas no mercado aproveitam bem tal demanda, porém deixam uma lacuna considerável descoberta do mercado, as médias e pequenas empresas”, explica Rodrigo Dias.

A carreira acadêmica é outro segmento que interessa a muitos. Ensinar e pensar as práticas que envolvem a administração de unidades de informação pode ser uma boa alternativa. No Brasil, o número de cursos (graduação e técnico) em Biblioteconimia e Arquivologia é crescente. As oportunidades para cargos públicos também motivam milhares de profissionais. Na carona, surgem os cursos preparatórios, com ampla aceitação.

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