DUQUE DE CAXIAS, RJ – Elisa Machado, coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas da Fundação Biblioteca Nacional, fala sobre a implantação do Plano Municipal do Livro e da Leitura do Município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Chico de Paula: Professora Elisa, o que representa a implantação desse programa aqui no Município de Duque de Caxias, do ponto de vista prático e do ponto de vista simbólico também?
Elisa Machado: A presença das bibliotecas comunitárias e públicas na construção do PMLL de Duque de Caxias é muito importante, visto que as bibliotecas de modo geral, por muitos anos ficaram apagadas na memória da sociedade e hoje estão liderando o processo de constituição de políticas públicas municipais na área da leitura, da literatura e do livro. Eu defendo que esses planos tenham o nome da biblioteca, Plano Municipal do Livro da Leitura e da Biblioteca (PNLLB) ou Plano Estadual do Livro da Leitura e da Biblioteca (PELLB) porque o B de Biblioteca, valoriza o espaço de cultura e sociabilidade que é a biblioteca, dá maior reconhecimento e resgata um espaço que é tão importante para a nossa sociedade. Aqui, em Duque de Caxias, a gente tem um diferencial, pois são as bibliotecas que estão chamando o poder público para a ação. Está acontecendo uma coisa que é extraordinária. Eu acho que é um novo momento, dentro de um novo contexto que estamos vivendo. Temos aqui a presença do Governo Federal, representado pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e a Fundação Biblioteca Nacional; o pessoal do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e o pessoal do Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas. Trabalhar em conjunto, as três esferas de governo e a sociedade civil, representada pelas bibliotecas comunitárias é um grande avanço para a valorização da leitura, do acesso à informação e ao livro.
C. P.: Quais as dificuldades que vocês estão encontrando, tendo em vista que há ainda muitos municípios brasileiros, que ainda não atingiram a meta de ter pelo menos uma biblioteca pública?
E. M.: A dificuldade está mais na conscientização dos Poderes Públicos locais em relação à importância da biblioteca pública, do que efetivamente nos recursos para implantação de bibliotecas. Muitas vezes, os governantes não têm a dimensão da importância e do potencial transformador que tem a leitura, o acesso ao livro e à informação para população; o quanto que o acesso ao conhecimento pode transformar aquele local. Estamos trabalhando na conscientização das instituições públicas e da sociedade em geral. Exemplos como esse, que acabamos de vivenciar hoje, impulsionam outros municípios. Tenho certeza que outros Municípios aqui da Baixada vão começar a seguir o mesmo caminho.
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