A grande mídia brasileira, outrora mais disfarçada, exibiu nesta campanha eleitoral de forma radical o lado em que está, contrariando o mito da imparcialidade e da objetividade, sacramentando a decisão de não ser a favor da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Isso foi possível perceber através dos editorais de jornais, capas de revistas, chamadas de telejornais e diversos outros indícios.
Como é de conhecimento geral, a Biblioo é uma publicação pautada por uma visão humanista, social e sem vínculos partidários. Ao contrário da grande mídia, não defendemos interesses obscuros, pois somos um veículo de comunicação independente e envolvido com aspectos disto que temos chamado de Cultura Informacional: literatura, teatro, cinema, música, novas tecnologias, ações sociais, enfim, manifestações sócio-político-culturais em geral, em especial aquelas que estejam ligadas à prática da leitura e às bibliotecas enquanto espaço de resistência.
Portanto, diante de um momento decisivo como esse, em que o futuro do país está em jogo, decidimos demarcar nossa posição e declarar nosso voto em Dilma Rousseff. Longe de querer fazer um discurso panfletário e muito menos endeusar o governo da presidenta, que sem dúvida merece muitas críticas, nossa posição é uma decisão motivada pela reflexão de que um retorno ao governo do PSDB representa um retrocesso e não uma mudança como tem sido defendido.
Não podemos ser injustos a ponto de não reconhecer que o Brasil teve avanços consideráveis nos doze anos de gestão do Partido dos Trabalhadores (PT). Para se ter uma idéia, no que diz respeito às universidades públicas e escolas técnicas brasileiras, durante os governos Lula/Dilma foram criadas 18 universidades federais; 214 escolas técnicas e cerca de 100 mil pessoas foram beneficiadas pelo programa Ciência Sem Fronteiras. Nesse sentido, defendemos a reeleição de Dilma especialmente como uma garantia da continuidade dos programas sociais, educacionais, culturais, entre outros, desenvolvidos pelo seu governo.
Por outro lado, sabemos que muito ainda precisa ser feito, como a criação de uma política nacional em favor da ampliação do número de bibliotecas públicas no território brasileiro e aplicação da lei da biblioteca escolar, além de melhorias na rede de transportes públicos, democratização dos meios de comunicação no Brasil e avanços nas discussões a respeito de temas importantes como financiamento empresarial de campanha, aborto, legalização da maconha, demarcação de terras indígenas, entre outros.
Mediante o exposto, não queremos retornar à década de 1990 e sim continuar construindo um país com oportunidades iguais para todos.
Revista Biblioo – Cultura Informarcional
Chico de Paula – Editor Chefe
Emilia Sandrinelli – Editora Executiva
Hanna Gleydz – Editora de Criação
Rodolfo Targino – Editor Adjunto
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