A grande mídia como sempre desconstruindo as manifestações e tirando o foco principal. Colocar as grandes corporações como vítimas porque tiveram suas vidraças quebradas é despolitizar o debate. Não podemos esquecer o vandalismo que os bancos cometem contra o cidadão no cotidiano. Altas taxas de juros, portas que travam na entrada (todo um constrangimento a ponto de abrir bolsas, ser revistado e quase ficar pelado para provar que não é um ladrão), longas filas e um péssimo atendimento.
Na reunião emergencial da cúpula de segurança do estado do Rio de Janeiro, nessa quinta (18), o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Eri Ribeiro Costa Filho, afirmou que a polícia estava para garantir a segurança da população. Será? Pelas imagens e os últimos acontecimentos na cidade do Rio de Janeiro, a PM cada vez mais parece uma guarda privada. Utilizando todo seu aparato para garantir a segurança da residência privada do governador Sérgio Cabral, já que o mesmo não utiliza as dependências do Palácio Guanabara, e do casamento da filha do magnata do transporte, Jacob Barata.
Ainda em sua fala, o comandante-geral afirmou que os policiais são cidadãos. Agora são cidadãos? A história prova que o Polícia Militar foi criada para garantir a segurança de quem está no poder (Família Real, Imperador, Coronéis e Barões do Café) e nessa posição permanece até os dias atuais.
Por muito tempo o povo brasileiro foi estereotipado por ser acomodado. Agora parece que a maré virou, não estamos mais assistindo a tudo bestializados. As recentes ocupações das câmaras municipais (muito pouco noticiada na grande mídia), as manifestações em Vitória/ES contra a cobrança de pedágios, as manifestações no Leblon e na Maré, entre outras, colocam a grande mídia, os governantes e as forças policiais em alerta.
O verdadeiro vandalismo está presente no nosso dia-a-dia, esse não é notícia. As péssimas condições dos transportes públicos, dos hospitais, das escolas, a colocação dos serviços públicos como produtos (só tem acesso quem pode pagar), as corrupções, o idoso que precisa continuar trabalhando porque a aposentadoria não é suficiente, os genocídios nas favelas, entre outros. Esses são exemplos que estão presentes no cotidiano de nossas vidas. Basta olhar para os lados, não precisa usar lupa, dá para enxergar bem de perto.
Os verdadeiros vândalos não são os mascarados e sim aqueles que estão usando terno e gravata, os verdadeiros déspotas esclarecidos.
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