O documentário Privatizações: a Distopia do Capital, de Silvio Tendler, que estreou no último dia 9, questiona qual é o modelo econômico que o país quer construir para o futuro. O objetivo do cineasta é trazer para o debate público os discursos hegemônicos que permeiam as políticas econômicas, além de traçar um panorama histórico dos processos de privatizações que o país sofreu. Como Tendler observa, seus filmes têm a preocupação de refletir sobre o futuro. Neste caso, a ideia é discutir a possibilidade de reconstrução do Estado brasileiro.
Para isso, o cineasta afirma que o filme foi transmitido em rede nacional e está disponível no YouTube. “Ou a gente libera geral para o povo brasileiro assistir, ou a gente só vai dialogar com a elite. Minha ideia é liberar geral”, diz Tendler à Rádio Brasil Atual. Segundo ele, o filme quer provocar a discussão “entre os adeptos do Estado e os adeptos da destruição do Estado”. Em sua opinião, é preciso que esse debate chegue aos mais jovens, que não viveram os processos históricos de privatização no Brasil.
O cineasta argumenta que após a ditadura, os primeiros presidentes eleitos pelo voto direto enfraqueceram o Estado. “Primeiro o Collor, depois o FHC. Venderam a Embratel, a Vale do Rio Doce, foi uma tragédia, perderam a CSN, que foi feita com o esforço do povo brasileiro. O Brasil inteiro teve todo um esforço coletivo para industrializar o país e destruíram tudo, venderam a preço de banana”, critica, vendo influência do projeto neoliberal no enfraquecimento da industrialização brasileira.
“Era um filme que eu estava me devendo”, diz Tendler. A obra do cineasta carioca, de 64 anos, inclui filmes como Os Anos JK (1980), Jango (1984), Milton Santos, Pensador do Brasil (2001), Glauber, o filme – Labirinto do Brasil (2003) e Utopia e Barbárie.
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