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Crise na UFRJ

Acabou sem acordo agora a pouco a reunião entre os funcionários da empresa Qualitécnica, terceirizada da limpeza da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a própria UFRJ. A Universidade já havia anunciado o adiamento do início das aulas do dia 02 para o dia 09/03. A empresa considerou inviável a manutenção dos contratos dos prédios da Reitoria, Letras e Hospital Infantil em virtude de uma dívida da UFRJ no valor de 4 milhões, por conta de repactuação de contrato desde 2009, a qual a empresa alegar ter direito.

Conforme nota divulgada à imprensa esta semana pela reitoria da instituição, a UFRJ tem enfrentando uma série de dificuldades neste início de ano, para honrar compromissos financeiros, em especial os relativos a serviços terceirizados.

De acordo com o documento, em virtude da não aprovação do orçamento da União para 2015, a universidade tem recebido recursos do governo federal em parcelas mensais, correspondentes a apenas 1/18 do orçamento proposto para este ano.

“No ano passado, deixaram de ser repassados à UFRJ quase R$60 milhões, cerca de 20% de nosso orçamento. Assim, a Reitoria tem mantido contato permanente com o Ministério da Educação, para garantir a liberação de recursos necessários à nossa universidade”.

Recentemente o governo federal cortou 7 bilhões de reais que seriam destinados à educação. O reflexo deste corte foi sentido pelos servidores da universidade, como no caso Museu Nacional que ficou fechado por alguns dias em função da greve dos vigilantes. Além do funcionamento precário da universidade, ainda há a demora na entrega de infraestrutura para a comunidade, como no caso do Restaurante Universitário da Praia Vermelha.

Ainda de acordo com a nota, os serviços terceirizados correspondem, hoje, a praticamente metade do orçamento anual de custeio (despesas correntes) da instituição, sendo que “qualquer alteração nos repasses às empresas tem impacto imediato e direto sobre a rotina da universidade”. Com isso, nos últimos dias, parte dos serviços de limpeza foi interrompida e, mesmo após a liberação de recursos pelo MEC, os trabalhos só poderão ser retomados gradativamente, condicionado a existência de um acordo que parece que não vai sair.

Informa a nota que para garantir o retorno adequado às aulas, após consulta à área acadêmica na última quarta-feira (25), decidiu-se por adiar o retorno das aulas para o dia 9 de março.

Situação dos servidores públicos

Apesar de informa que a reitoria tenha se empenhado para assegurar que este início de ano seja o mais tranquilo possível, e que as atividades acadêmicas se desenvolvam em sua plena normalidade, sem comprometer a sua qualidade e excelência, o clima não é dos melhores na instituição.

Além dos terceirizados, os servidores também estão insatisfeitos. Isso porque existe neste momento a ameaça de corte de 26,5% dos vencimentos de uma parcela considerável destes trabalhadores relativos ao Plano Verão de 1989.

Como primeiro ato contra esta medida, o sindicato da categoria (SINTUFERJ) convocou para a próxima terça-feira (03/03) uma assembleia-ato, no hall da Reitoria daquela universidade.

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