Além de ser uma garantia legal prevista na Constituição do Brasil e no Estatuto da Criança e do Adolescente, são as crianças as que mais sofrem com nossos problemas sociais: educação, moradia, mobilidade, saneamento básico, saúde, emprego, meio ambiente, violência… Passam todo este período da vida nos mesmos espaços que os adultos e são deixadas de lado nas decisões que as afetam diretamente, pois ainda são pensadas como cidadãos do futuro. Criança é presente.
Trabalhar para amenizar o impacto desses problemas da cidade nas infâncias contribui para a melhoria de vida de toda a população. Investir na educação infantil é comprovadamente um investimento em desenvolvimento social e econômico, além de ser uma estratégia para diminuir a criminalidade. É na primeira infância que se constrói as habilidades e os valores que seguirão na vida.
Garantir a proteção das crianças, garantir uma vida digna, o direito à cidade e participação em seu planejamento, dar oportunidades de vivências para o aprendizado é dever da família, da sociedade e do governo.
A maternidade e a participação em grupos me despertou para a necessidade de estar mais atuante. A indignação com a invisibilidade das crianças, com os obstáculos estruturais das mulheres, com o descaso com o meio ambiente, com a necessidade de mudança no sistema de educação, com as desigualdades, com a necessidade de representatividade, mudança na política e com tantos outros temas me fizeram estar hoje como candidata a vereadora de Belo Horizonte (MG) pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Um partido do campo progressista, que tem entre suas prioridades, o trabalhismo, a educação e as crianças. No partido integro a Bancada da Educação, para construção de um plano nacional. Sempre acreditei na educação como o caminho de mudança e a forma de diminuir as desigualdades, sendo a educação integral e em tempo integral, que aproxima e oportuniza o aprendizado por vivências e a experiência com a natureza, com as variadas expressões artísticas, literárias e esportivas, bem como do ensino profissionalizante para os adolescentes.
E por isto defendo a busca por uma cidade educadora, sustentável, cultural e leitora.
Políticas públicas para o livro, leitura, literatura e bibliotecas
É certo que a literatura pode transformar as vidas. É fonte de imaginação, de encontro, de reconhecimento e de questionamento da realidade. Os livros são importantes aliados para o pleno exercício da cidadania.
O hábito e o gosto pela leitura começam em casa, na infância, ainda no ventre da mãe, mas não é a nossa realidade. É na escola que a maior parte das crianças terão o primeiro contato com o livro.
Outro aspecto a ser considerado é que o livro ainda é um artigo caro para a maioria da população. Neste contexto, as bibliotecas devem ocupar o papel de democratização do acesso ao livro, à cultura, à informação segura e atuar no incentivo à leitura e na formação de leitores.
O Estado de Minas Gerais nem conta com o cargo de bibliotecário para atuar nas bibliotecas das escolas públicas estaduais. Um retrocesso em um país que tem a taxa de leitura de 2,4 livros lidos por pessoa ao ano. Longe de um nível satisfatório.
Apesar da cidade de Belo Horizonte contar com 23 bibliotecas públicas municipais, manter cerca de 191 espaços para bibliotecas escolares nas escolas públicas municipais (o quadro de bibliotecários escolares municipais é em torno de 38 profissionais) e cerca de 40 bibliotecas comunitárias (mantidas pela sociedade civil), não é o suficiente para atender toda a população e nem todas as estruturas físicas são adequadas, e somente estruturas não bastam.
A ausência de profissionais qualificados prejudica o desenvolvimento da ideia da biblioteca como infraestrutura de desenvolvimento da cidade. E ainda falta o conhecimento e reconhecimento da população sobre as bibliotecas. É preciso investir em profissionais qualificados e em políticas concretas e permanentes.
Não estamos formando leitores. Isto é preocupante. É necessário colocar a leitura em seu papel de destaque na transformação da vida dos cidadãos. Quem lê critica as estruturas e isso é a melhor demonstração de uma democracia pulsante e de uma sociedade que está preocupada com seu destino.
Por isso, defendemos mais bibliotecas com bibliotecários; espaços e equipes qualificadas; a valorização do livro, da leitura, da literatura e das bibliotecas com a implantação dos Planos Municipal e Estadual (PMLLLB e PELLLB); o cumprimento da lei 12.244/2010 de universalização das bibliotecas escolares, particulares e públicas, para que a cidade de BH possa se discutir e se adequar como outras cidades que adotaram as bibliotecas como plataforma de desenvolvimento e progresso.
Propostas de mandato
A – Políticas públicas para as crianças
1 – fortalecer as ações de proteção à criança e qualificar profissionais;
2 – criar espaços de escuta para a criança se manifestar sobre a cidade;
3 – garantir espaços de convivência e do brincar em contato com a natureza;
4 – democratizar espaços e equipamentos públicos (a cidade preparada para acolher a diversidade humana);
5 – oportunizar a inclusão da criança com deficiência.
B – Ações para uma “cidade sustentável”
6 – destinar corretamente e reaproveitar resíduos sólidos;
7 – ampliar a coleta e tratamento de esgoto e fornecer água de qualidade sem esgotar mananciais;
8 – preservar áreas verdes;
9 – utilizar fontes de energia renováveis;
10 – traçar estratégias para diminuir o aquecimento global;
11 – fortalecer ações de educação ambiental.
C – Políticas públicas para educação e cultura
12 – garantir o acesso à educação e à cultura;
13 – trabalhar na valorização e qualificação dos professores;
14 – auxiliar na inclusão da temática “responsabilidade social” no currículo escolar para desenvolver sujeitos capazes de respeitar a si mesmos e o outro, aceitando o diferente, cuidando do meio ambiente e sendo empáticos e solidários;
15 – valorizar o livro, a leitura, as bibliotecas e o profissional bibliotecário;
16 – aproximar as escolas municipais de centros de tecnologia;
17 – incentivar o diálogo entre espaços escolares e outros espaços não-escolares;
18 – garantir opções de cultura, lazer e contato com a natureza.
D – Ações para uma “cidade inteligente”
19 – utilizar tecnologias para conectar pessoas, melhorar a qualidade de vida da população e aperfeiçoar as políticas públicas.
E – Comunicação direta com população
20 – implantar programas de comunicação direta da população com o gabinete na Câmara para ouvir e receber as propostas da população nas áreas da segurança, mobilidade urbana, geração de renda, cultura, meio ambiente, saúde e educação.
F – Fiscalização
21 – solicitar periodicamente ao poder executivo, prestação de contas de onde e como estão sendo empregados os recursos municipais;
22 – acompanhar a gestão dos órgãos municipais.
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