O corte de verbas orçamentárias realizado pelo governo do Rio de Janeiro no início deste ano começa a trazer transtornos para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e principalmente para os funcionários terceirizados. Com um total de R$ 144 milhões de verbas retidas pelas medidas de redução de custos, o cotidiano da UERJ está sendo afetado pelo descaso e abandono do governo carioca.
Sem receber salário por dois meses, os funcionários terceirizados do setor de limpeza e os ascensoristas de elevadores estão indignados com a atual situação, muitos deles alegam não ter mais condições de ir trabalhar devido à falta de dinheiro para pagar a passagem do transporte, e, além disso, alguns chegaram a confessar que estão passando dificuldades para conseguir comprar alimentos básicos e remédios.
Em uma conjuntura que os direitos trabalhistas garantidos por lei estão sendo ameaçados por medidas que estão mais preocupadas com o lucro do patrão, como o Projeto de Lei 4330/2004 da terceirização, o caso dos funcionários terceirizados da UERJ mais do que nunca comprova o dito popular: “em tempos de crise, a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco”.
Os reflexos da política de corte de verbas da UERJ e do atraso de pagamentos dos funcionários terceirizados atingem a universidade como um todo. No campus Francisco Negrão de Lima, os banheiros estão cada vez mais insalubres, os corredores e as lixeiras das salas de aulas estão abarrotados de lixo e os elevadores não estão operando em sua totalidade.
Até o momento não existe nenhuma previsão para que os salários dos funcionários terceirizados sejam regularizados. Enquanto isso, o jogo de “empurra-empurra” entre a empresa responsável pela contratação dos trabalhadores, a reitoria da UERJ e o governo do Rio continua e nenhum acordo foi fechado. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos com salas de aulas e banheiros insalubres e usando as escadas.
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