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Conselho de Biblioteconomia critica redução da Biblioteca da Presidência da República

A Biblioteca da Presidência da República fica no Palácio do Planalto, Anexo I Superior, Ala B , Esplanada dos Ministérios. Foto: divulgação

Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região (CRB1), localizado em Brasília, publicou uma nota em que critica o fechamento de parte da Biblioteca da Presidência da República. Conforme reportagem do Jornal O Globo, a tradicional biblioteca, criada no governo do presidente Wenceslau Brás, entre 1914 e 1918, está perdendo espaço para receber a equipe coordenada pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

A Biblioteca fica em um prédio anexo ao Palácio do Planalto, ao lado da vice-presidência. Segundo a reportagem d’O Globo, essa é a segunda vez que o governo federal banca uma reforma para abrigar Michelle Bolsonaro e sua equipe na Esplanada. Há sete meses, foram gastos R$ 330 mil em obras no Ministério da Cidadania para adaptar salas para a primeira-dama e servidoras do Pátria Voluntária.

Segundo o CRB, as bibliotecas presidenciais “são muito mais do que livros e papel. Servem como repositórios de preservação e disponibilização dos documentos, registros, coleções e outros materiais históricos de todos os presidentes,  bem como da produção documental dos servidores e órgãos da própria Presidência.

“A Biblioteca da Presidência da República do Brasil protege e documenta registros governamentais e históricos, discursos e fotos oficiais dos ex-presidentes brasileiros, e garante que o acesso público a esses documentos seja o maior possível. O Conselho, em sua busca por proteger a sociedade de maus serviços, entende que só há democracia se houver garantia de um sistema onde o direito de acesso à informação seja para todos”, dia a nota.

“O risco de diminuir de tamanho é porque uma biblioteca é um organismo em crescimento, então ela tem que ter espaço para garantir que os acervos futuros caibam nesse espaço físico. Então, a medida que os governos forem passando, novas políticas vão sendo criadas, políticas precisam ser preservadas para a história do país e para memória institucional de todo o governo”, disse ao G1 Fabio Cordeiro, presidente do CRB1.

Abaixo a nota completa do Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região:

O Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região vem a público se manifestar contrário à redução do espaço da Biblioteca da Presidência da República.

Sem se preocupar com essa instituição centenária, responsável pela memória de todos os Presidentes do nosso país, com um acervo atualizadíssimo de mais de 33 mil volumes, decidiram reduzir o espaço pela metade, deixando o acervo fechado e eliminando todos os espaços de convivência, estudo e leitura que estavam acessíveis para toda a população. O espaço usurpado será reformado para abrigar os assessores do Programa Pátria Voluntária, da Primeira Dama, que antes ocupavam um gabinete recém reformado no Ministério da Cidadania, que custou mais de 300 mil reais de recursos públicos. Não se sabe ainda o valor dos gastos para abrigar esses assessores do programa da Primeira Dama no Anexo I do Palácio do Planalto, mas o prejuízo para a memória do país já sabe-se, será alto.

As bibliotecas presidenciais em todos os países atuam como entidades que visam preservar a memória e o legado do tempo de um presidente em exercício. Estão abertas ao público e disponibilizam os registros de um governo a pesquisadores, historiadores e a qualquer pessoa interessada em saber como aquele governo funcionou, independente de qualquer questão partidária ou ideológica. São muito mais do que livros e papel. Servem como repositórios de preservação e disponibilização dos documentos, registros, coleções e outros materiais históricos de todos os presidentes,  bem como da produção documental dos servidores e órgãos da própria Presidência. A Biblioteca da Presidência da República do Brasil protege e documenta registros governamentais e históricos, discursos e fotos oficiais dos ex-presidentes brasileiros, e garante que o acesso público a esses documentos seja o maior possível.

O Conselho, em sua busca por proteger a sociedade de maus serviços, entende que só há democracia se houver garantia de um sistema onde o direito de acesso à informação seja para todos.

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