Biblioo

Mostra leva ao Boulevard Olímpico coleção de arte popular brasileira

Por Paulo Vírgilio da Agência Brasil

Situado em uma das extremidades do Boulevard Olímpico, o Museu Histórico Nacional (MHN) inaugurou hoje (16) uma exposição que celebra a arte popular brasileira e também as quatro décadas de uma importante instituição cultural carioca dedicada ao tema. Parte da programação cultural dos Jogos Rio 2016, a mostra O Brasil na Arte Popular – 40 anos do Museu do Pontal mais de 150 obras, de 35 artistas de 11 estados brasileiros: Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

São peças que têm como motivo as atividades festivas, cotidianas e imaginárias do povo brasileiro. Na seleção feita pela antropóloga Angela Mascelani, curadora da exposição,  ganha destaque o artista individual, com pensamento, criação formal e soluções plásticas próprias, mas há espaço também para os coletivos de criação, que firmaram suas marcas comuns na arte popular.

Mostra traz peças que têm como motivo as atividades festivas, cotidianas e imaginárias do povo brasileiroAcervo Museu Casa do Pontal

“Selecionamos obras potentes, capazes de transmitir ao público a força poética da cultura brasileira. Além disso, a exposição tem como objetivo oferecer uma visão sintética acerca do mundo cultural no qual floresce a arte popular”, explica Angela. Segundo ela, a mostra está voltada para o grande público que veio ao Rio de Janeiro para acompanhar as Olimpíadas.

Logo na entrada da exposição, uma escultura cinética e sonora, em tamanho natural, do cantor e compositor Luiz Gonzaga, criada pelo artista fluminense Adalton Fernandes Lopes, simboliza a importância dos ritmos para a arte popular brasileira. O visitante também pode ver, em uma área com dispositivos digitais, filmes, imagens em movimento e obras de arte que apresentam festas como a Cavalhada de Goiás, o Bumba-meu-Boi do Maranhão, o Cavalo-Marinho e o Maracatu, de Pernambuco, os Reisados, de Alagoas, as festas juninas e o Carnaval.

As origens da arte popular brasileira, que surge inicialmente para o público como brinquedo para crianças, são explicadas na mostra, que homenageia grandes artistas como Mestre Vitalino, Noemisa, Dona Isabel, Nino, Nhô Caboclo, Manoel Galdino e Adalton Lopes. Outro destaque é para os principais núcleos de produção cerâmica do país: Alto do Moura, em  Caruaru (PE), Vale do Jequitinhonha MG) e Juazeiro do Norte (CE).

“A arte popular brasileira fala do que é comum a todos nós. Ela aciona memórias, valoriza os atos do dia-a-dia, os costumes, mas também fala de sonhos e de imaginação. Estimula conversas entre as gerações, atraindo crianças e adultos”, diz a curadora.

As origens da arte popular brasileira, que surge inicialmente para o público como brinquedo para crianças, são explicadas na mostraAcervo Museu Casa do Pontal

Ao final do percurso, uma linha do tempo permite que o público conheça um pouco da história do Museu Casa do Pontal. Criado pelo francês  Jacques Van de Beuque em 1976, a instituição detém o maior e mais significativo acervo de arte popular do Brasil. Tem como missão proteger, conservar, pesquisar e exibir esse acervo de mais de 8 mil obras, de 300 artistas e de 20 estados brasileiros.

Instalado em um sítio de 5 mil metros quadrados no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio, o Museu do Pontal deverá se mudar no próximo ano para uma nova sede, na vizinha Barra da Tijuca. O terreno atual, sujeito a inundações, devido às alterações no solo, causadas pelos projetos urbanísticos que cercam a área, oferece riscos à preservação do valioso acervo, patrimônio cultural carioca, tombado pelo município desde 1991.

A exposição O Brasil na arte popular – 40 anos do Museu Casa do Pontal fica em cartaz até 30 de outubro e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. A entrada é grátis e o Museu Histórico Nacional fica na Praça Marechal Âncora, s/n,   que agora faz parte da Orla Conde (Boulevard Olímpico), próximo à Praça XV.

Comentários

Comentários