RIO – Cecilia Bosco, bibliotecária responsável , conversa sobre essa nova etapa da Biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil.
Tiago Cirne: Como é trabalhar em uma das instituições culturais de maior destaque no Brasil?
Cecilia Bosco: O Banco do Brasil proporciona uma estrutura que facilita e nos estimula a trabalhar visando sempre o melhor para o nosso usuário. Muito antes de criar o seu centro cultural, o Banco do Brasil já produzia cultura. Desde o ano de 1931, quando formou sua Biblioteca e, em 1936, quando adquiriu uma primeira coleção de moedas e cédulas brasileiras, o povo brasileiro já era beneficiado com ações de valorização da cultura nacional e internacional.
T. C.: Recentemente o espaço físico da biblioteca sofreu alterações com a reforma. Quanto tempo durou e como foi, para a equipe, atuar durante esse período?
C. B.: A reforma durou 2 anos. Antes mesmo da obra iniciar, o trabalho de desmontagem do acervo já havia começado e a equipe trabalhou quase dois meses acondicionando todos os livros da biblioteca. Em nenhum momento saímos do ambiente, sendo possível participar junto com a equipe de engenharia do BB de todo o processo.
T. C.: O CCBB já tinha sua unidade de informação figurando entre as de maior destaque. Após a reforma, quais são as novidades?
C. B.: Uma das novidades é o novo espaço infantojuvenil, bem acolhedor para o público e o ambiente expositivo dentro da biblioteca.
T. C.: A biblioteca possui um acervo estimado em 150.000 itens. Qual é o “ponto forte” dessa coleção?
C. B.: A Biblioteca hoje conta com cerca de 150 mil exemplares e 97 mil títulos. Em destaque estão os livros e catálogos de Arte, envolvendo todas as artes (plásticas, cênicas, etc…).
T. C.: Como tem sido o feedback, por parte dos usuários, no espaço de leitura infantil?
C. B.: Muito positivo, não só o público infantil como também os adultos ficam encantados com o espaço.
T. C.: Poderia nos falar um pouco sobre a cobertura temática da coleção de obras raras?
C. B.: A sala de Obras e Raras conserva obras de grande valor bibliográfico como a Encyclopédie ou Dictionaire Rasisonné des Sciences, des Arts et des Métiers, organizada por Diderot e d’Alembert em 1778; a coleção completa dos livros publicados pela Sociedade dos 100 Bibliófilos, a partir da década de 1940, de autores brasileiros como Manuel Bandeira, Jorge Amado e Machado de Assis, com ilustrações de Portinari, Di Cavalcanti e Djanira entre outros, além da coleção de 280 exemplares do chamado jornalismo primitivo: folhetos e publicações dos séculos 17 e 19. Também foi incorporada a esta sala a coleção de livros de artistas, que reúne trabalhos de importantes nomes da arte brasileira contemporânea.
T. C.: Quais os produtos e serviços mais utilizados?
C. B.: O serviço de empréstimo via malote e intercâmbio entre bibliotecas.
T. C.: Quais os projetos de leitura e divulgação em andamento?
C. B.: Os projetos de leitura estão vinculados ao Programa Educativo. Uma das atividades chama-se “bisbilhoteca”, onde crianças e jovens aprendem de forma lúdica a consultar livros e a se envolver com a biblioteca.
T. C.: Qual a sua opinião sobre o panorama das bibliotecas públicas brasileiras?
C. B.: Sabemos que há muito a se fazer para valorização das bibliotecas públicas e seus profissionais, mas lembro logo das Bibliotecas “Parques”: Manguinhos, Rocinha, que são verdadeiras bibliotecas para as comunidades e das comunidades. Bons exemplos do cenário atual.
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