O diálogo entre bibliotecas públicas e comunitárias precisa acontecer na medida em que ambas estão lidando com a possibilidade de promover para a comunidade o acesso à informação e o direito à leitura. A posição é do professor e coordenador do Grupo de Pesquisa Bibliotecas Públicas no Brasil, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Alberto Calil. Ele falou com a equipe da TVBiblioo durante o Seminário “Bibliotecas Comunitárias: entre saberes e fazeres”, realizado no último dia 30, na UNIRIO.
Sobre a mobilização em favor das bibliotecas públicas que vem ocorrendo no Rio e em São Paulo, Calil defende que, embora importante, ela deve estar voltada para a construção e manutenção de políticas públicas. “São estas políticas públicas que de certa forma ‘garantem’, entre aspas, a manutenção destes aparelhos e a manutenção de ações voltadas para esta garantia do direito à informação, do direitos a leitura”, defende ele.
Calil também falou um pouco do trabalho do Grupo de Pesquisa que ele coordena juntamente com a professora Elisa Machado. “A ideia central do Grupo, quando ele surge, é promover um diálogo, promover uma aproximação entre aquilo que nós discutimos na academia com o que acontece no cotidiano, no mundo das práticas. Como nosso foco é justamente a biblioteca pública na sociedade brasileira, a intenção é essa promoção de diálogos entre pesquisadores, docentes, discentes e profissionais, bibliotecários ou não, que estão atuando junto às bibliotecas públicas ou que tem interesse nessa temática “, esclarece. Assista a entrevista:
Nesta mesma ocasião Kely Louzada, que é uma das co-gestora do Conexão Leitura e membro do Plano Municipal de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Rio (PMLLB-RJ), fez uma avaliação do Grupo de Trabalho (GT) que desenvolve as atividades do Plano. Segundo ela, embora o GT tenha perdido a validade no final do último ano, as pessoas continuam empenhadas em materializar a minuta do projeto que resultará na lei que norteará as atividades nas áreas de livro, leitura e bibliotecas no município do Rio. Confira a entrevista com Kely:
Tanto o Conexão Leitura, quanto a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC), que estavam promovendo o Seminário, contam com o apoio financeiro e técnico do Instituto C&A, que na ocasião estava representado pela coordenadora do “Prazer em Ler”, um dos programas do Instituto, Janine Durand. Ela explicou à equipe da TVBiblioo que o Instituto começou há 12 anos investindo em bibliotecas individualmente, que depois foram se conectando em polos, formando as redes de bibliotecas comunitárias, alcançando hoje oito estados.
Durand informou, ainda, que o Programa está agora num último ciclo, que vai até 2018, com vistas a fechar suas atividades e organizar a sustentabilidade das redes, para que elas acolham todo este conhecimento que foi desenvolvido e organizado coletivamente nos últimos anos. Assista a entrevista:
Para Carlos Honorato, mediador de Leitura e coordenador Pedagógico da Biblioteca Comunitária Wagner Vinícius, localizada em Jacarepaguá (RJ), e que compõe a RNBC, as bibliotecas são espaços de resistência e democráticos e abertos à comunidade. “A gente acredita que a literatura é um viés de transformação, a gente acredita que a literatura deveria… é utilizada como um direito humano, na construção da cidadania. E a gente sabe que dentro das comunidades, na periferia o poder público não atua diretamente nessa área cultural. Então há uma falta de equipamentos culturais. Então a gente tem a biblioteca comunitária como uma força, um local de resistência para que a comunidade possa se reunir, possa dialogar, possa refletir sobre diversos assuntos”, defende. Veja a entrevista abaixo:
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