A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, através da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas, laçou uma seleção aos interessados em “executar tarefas operacionais nas bibliotecas públicas” da capital paulista nos fins de semana. A convocação foi publicada na edição de ontem (4) no Diário Oficial da Cidade de São Paulo. De acordo com o documento, a gratificação por tarefas especiais será paga pela secretaria de origem, no limite mensal de R$ 172,59 (cento e setenta e dois reais e cinqüenta e nove centavos).
Ainda de acordo com a convocação, as principais atribuições dos interessados serão: atendimento ao público, cadastro de usuários, empréstimo e guarda de item dos acervos, além do acompanhamento de programação cultural e demais atividades dos equipamentos. A Secretaria exige que os interessados tenham no mínimo conhecimentos básicos em informática e limita a participação de servidores de autarquias e os que já recebem horas suplementares.
Conforme a Biblioo divulgou recentemente, a rede de bibliotecas municipais de São Paulo está sujeita a passar ao controle de uma Organização Social (OS) e tem um acervo de quase 2 milhões e meio de itens, distribuída por 107 equipamento, sendo 52 bibliotecas públicas de bairro. São 322 pessoas trabalhando, dos quais apenas 84 são bibliotecários. De acordo com a bibliotecária Luciana Santoni, uma das idealizadoras da mobilização que contesta a privatização das bibliotecas paulistas, de 2009 a 2016 houve uma queda de 44% no número de profissionais com nível superior atuando nas bibliotecas da cidade.
“Para um comparativo, no Sistema de Bibliotecas de Medellín, formado por 32 bibliotecas, trabalham 280 pessoas, ou seja, enquanto há uma média de 9 pessoas por biblioteca em Medellín, aqui em SP há uma média de 3 pessoas por biblioteca”, comparou a bibliotecária em postagem no Facebook. “Investir em pessoal qualificado e em quantidade suficiente para desenvolver as atividades e atender a população é a primeira medida que uma gestão comprometida com a melhoria dos serviços das bibliotecas deveria tomar”, garante ela.
Nova mobilização
De modo a continuar a mobilização contra a privatização das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo através de OSs, os bibliotecários realizarão um “leituraço” no próximo dia 12. No primeiro ato, realizado no dia 25 de janeiro deste ano, mais de 500 pessoas estiveram reunidas num abraço simbólico ao Centro Cultura São Paulo (CCSP) para demonstrar sua insatisfação com essa proposta da prefeitura.
“Somos contrários à entrega da gestão do Centro Cultural São Paulo e das bibliotecas públicas para as Organizações Sociais. Será uma tarde repleta de atividades com contação de histórias para todas as idades, oficinas culturais, apresentações artísticas, mostrando um pouquinho da rica, diversa e viva programação cultural das nossas bibliotecas”, diz o convite do ato no Facebook.
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