Séculos passados
Em lugares isolados
Havia sempre alguém
A guardar o que convém.
Séculos passados
Documentos selecionados
Na biblioteca de Alexandria
Grande depósito intelectual
Oferecia perigo residual.
Séculos passados
Bibliotecas fundadas em honra à memória
Bibliotecários contratados como guardiões
Heroicos vilões
Milhões de razões
Para tê-los por perto.
Anos atuais
Tratados como rivais
A biblioteca já não é requerida
Sua bibliotecária já não tão querida
Amiga tratada como inimiga.
Nos anos atuais
Não há mais locais
Não se encaixa mais
Será?
Nos anos atuais
Livros são banais
Documentos não fatais
Bibliotecários jamais.
Nos anos atuais
O mercado decidiu
Bibliotecário se extinguiu
Será?
O passado resistiu
O bibliotecário persistiu
A biblioteca subexistiu
O mercado coexistiu?
A luz do mercado
Bibliotecário é sem uso
Falta memória, falta acesso
Informação é desuso.
A luz do mercado
Biblioteca é passado
E documento é guardado
Sem cuidado
Desordenado.
A verdade, porém, é mais simples
Biblioteca não é palpite
É requinte necessário
Limite da razão
Pensamento contrário.
Nos anos atuais
A verdade é mais simples
Mais bonita
Mais real.
O bibliotecário à luz do mercado
É nada
Mas a verdade é que
O bibliotecário é a luz do mercado.
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