Por Renato D’ávila do G1
Quem visita a Biblioteca Pública Epifânio Dória, nem imagina o grande acervo que ela possui para deficientes visuais. Estantes com cerca de 800 obras da literatura no sistema Braille e em áudio livro estão disponíveis no espaço, que está localizada na rua Vila Cristina, no bairro 13 de Julho, em Aracaju. E o ‘Novo Olhar’ entrevistou Tatiana Santos Silva, responsável pelo setor, que fica aberto de segunda à sexta-feira, das 08 às 17 horas.
Confira como as pessoas com deficiência podem ter acesso ao conhecimento de forma gratuita. ‘Um bom lugar pra ler um livro’, música de Djavan que ganhou espaço na biblioteca pública desde 2007 e foi ampliada este ano para receber as pessoas com alguma limitação auditiva, física, visual ou de qualquer natureza.
Novo Olhar (NO): Como nasceu este espaço e de que forma ele é mantido?
Tatiana Santos Silva (TSS): Criado por nossa ex-diretora, Sônia, em 2007. Este ano, o espaço foi ampliado com o objetivo de atender as pessoas com alguma deficiência. Mantemos o espaço através de parcerias com centros de recursos pedagógicos a exemplo da Fundação Dorina (SP), recebemos livros de acordo com a procura das pessoas com alguma deficiência.
NO: Em quais formatos estes materiais se encontram?
TSS: Dispomos de livros de literatura nacional, infantil e estrangeira, além de dicionários e romances de renomados autores adaptados em sistema Braille, áudio book e em tinta para que possamos ler caso a pessoa solicite ou o deficiente precise em letra ampliada, estimulando o resido de visão que tem e estimulando a leitura desde criança.
NO: Como as pessoas com alguma limitação tem frequentado a biblioteca e o que falta para incluir no setor obras sergipanas adaptadas?
TSS: É preciso interesse maior do público com alguma necessidade. Conhecer o setor independente dos cursos que oferecemos é importante para manter o espaço e ampliar a acessibilidade nos demais setores.
NO: Como é feito caso a pessoa disponha do livro e necessite de um ledor para ter acesso ao conteúdo do material?
TSS: Estou sempre no setor e à disposição das pessoas com alguma limitação visual. Mas é interessante que elas procurem agendar a visita. Também temos o apoio de voluntários que se disponibilizem para vir até a biblioteca ajudar na leitura de livro didático, jornais impressos e material de interesse das pessoas que nos procuram. Caso uma pessoa deseje ajudar, mas não tenha preparo para tal, basta participar dos nossos cursos e se tornar habilitado.
NO: Quais atividades as pessoas podem procurar neste espaço e como acontecem?
TSS: Estamos na terceira etapa do projeto para ensinar Braille. Professores, interessados de uma forma geral aprendem a escrever e ler através dos pontos em relevo. Aprendendo Braille, nós podemos contribuir na rotina de centenas de pessoas, além de conquistar uma habilitação. Sempre na última terça-feira do mês acontecem as oficinas e todos estão convidados.
Aceitar a pessoa com alguma deficiência sem cobrar nenhuma taxa é um dos direitos assegurados através da Lei Brasileira de Inclusão. Ajudar estas pessoas durante a formação é garantir igualdade no ensino e acesso ao conhecimento. Para tal a pessoa com alguma deficiência precisa sair de casa e incluir estes espaços em seu cotidiano, aprendendo com a leitura e ensinando para a cidadania de todos.
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