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As eleições e o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de São Paulo

Laerte, cartunista e chargista, apoiando o PMLLLB. Foto: Divulgação

A Lei 16.333, de 18 de dezembro de 2015, instituiu o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB) de São Paulo. Esta lei foi uma construção coletiva formulada a partir de uma participação da sociedade. Seus objetivos são:

I – Estabelecer políticas públicas claras para o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas e garantir recursos para sua implementação; 

II – Assegurar o acesso aos livros e a inclusão de todos; 

III – Promover a integração entre escolas, bibliotecas e outros espaços dedicados ao livro, à leitura e à literatura; 

IV – Desenvolver e apoiar a criação, o conhecimento e a reflexão sobre a literatura; V- Debater e promover a bibliodiversidade; 

VI- Estimular a formação de mediadores; 

VII – Apoiar o desenvolvimento da economia sustentável do livro, da escrita à edição e circulação; 

VIII – Tornar São Paulo uma cidade leitora de expressiva produção literária, com políticas concretas e equipamentos condizentes e presentes em todas as regiões; 

IX– Promover e fomentar a literatura não-hegemônica, a literatura marginal periférica e a literatura de mulheres, negros e LGBT.

Além dos objetivos, o Plano é norteado por cinco eixos, que são: democratização do acesso; fomento à leitura e à formação de mediadores; valorização institucional de leitura e incremento de seu valor simbólico; desenvolvimento da economia do livro; e, literatura. Esses eixos são formados por diretrizes e princípios além de metas de curto, médio e longo prazo.

Partindo dos pontos apresentados e da importância deste plano, o presente texto tem como objetivo apresentar as políticas para o livro, leitura, literatura e biblioteca contempladas nas propostas de governo dos 13 candidatos e candidatas ao Executivo da cidade de São Paulo. A pesquisa foi realizada por meio exploratório a partir das propostas de governo disponibilizadas no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O quadro a seguir apresenta quantas vezes as palavras livro, leitura, literatura e biblioteca foram mencionadas em cada proposta.

 LIVRO LEITURA LITERATURABIBLIOTECA
Andrea Matarazzo0404
Antônio Carlos0000
Arthur do Val0000
Bruno Covas0001
Celso Russomanno1120
Guilherme Boulos1618
Jilmar Tatto55216
Joice Hasselmann0002
Levy Fidélix0001
Márcio França1002
Marina Helou0200
Orlando Silva5517
Vera Lúcia1002

Os números apresentados foram pesquisados a partir de um “Ctrl + F”, portanto algumas vezes as palavras estão fora do contexto das políticas para estas áreas, como é o caso da palavra livro no plano de Márcio França, que se refere à menção de uma figura (Projeto de Unidade de Primeira Infância e Escola Inovadora baseados em Aprendizado por Projeto e Propostas Livro Futuro Agora) e da palavra biblioteca que também foi mencionada numa figura ilustrativa (Bibliotecas Parque Medellín). 

No programa de Vera Lúcia temos também uma situação parecida; a palavra livro foi mencionada na seguinte frase: “Abertura dos livros contábeis de todas as empresas que receberam isenções ou recursos públicos!”. No plano de Andrea Matarazzo, uma das vezes que a palavra biblioteca foi citada não se referia a política que estamos tratando neste artigo e sim a “Ampliação das câmeras com leitura ótica de placas nas avenidas”.

A seguir apresentaremos os tópicos relacionados às políticas para as áreas do livro, leitura, literatura e biblioteca nas propostas dos concorrentes a prefeitura da cidade de São Paulo. Os nomes dos candidatos e candidatas estão em ordem alfabética: 

Andrea Matarazzo (PSD)

Antônio Carlos (PCO)

    Não foi identificado nada relacionado ao tema.

Arthur do Val (PATRIOTA)

    Não foi identificado nada relacionado ao tema.

Bruno Covas (PSDB)

Celso Russomanno (REPUBLICANOS)

Guilherme Boulos (PSOL)

Políticas de leitura d Bibliotecas Públicas Municipais:  

Jilmar Tatto (PT)

Joice Hasselmann (PSL)

Levy Fidelix (PRTB)

Márcio França (PSB)

Marina Helou (REDE)

Nossas propostas para o tema são: 

1. Rumo aos 100% de adolescentes paulistanas(os) alfabetizadas(os), para que nenhum adolescente com 14 anos ingresse no Ensino Médio sem o domínio necessário de leitura e de matemática.

Orlando Silva (PC do B)

O hábito de leitura será incentivado e tornado acessível por uma rede de bibliotecas escolares com livros atuais e que reflitam a diversidade cultural brasileira. O ensino das artes, o teatro, o audiovisual, linguagem que mais fala atualmente aos jovens, serão instrumentos da construção de uma nova cidadania cultural.

Implantação imediata do Circuito São Paulo das Artes e da Cultura. A implantação mobilizará todos os equipamentos culturais da cidade, por meio de programação intensiva e contratação direta das seguintes atividades:

● 500 artistas da área de Artes Visuais e Livro, Leitura e Literatura para que cada um realize 5 atividades (Oficinas, Palestras, Workshops e Minicursos), com entrada franca em equipamentos públicos.

Equipamentos Culturais:

 ● Propomos que até o final da gestão todos os distritos contem com espaços públicos capazes de receber atividades de Teatro, Dança, Música, Circo, Artes Visuais, Livro e Leitura, Capoeira e Cinema e abrigar atividades formativas na área de Arte e Cultura.

Bibliotecas, Livro e Leitura

 ● Propomos uma política permanente de aquisições, para que todas as bibliotecas tenham seus acervos ampliados, incluindo títulos audiovisuais e musicais e que tenham atividades permanentes (Contação de Histórias, Oficinas, Palestras com criadores).

● Além disso é preciso também incentivar a criação literária. Propomos a criação do Prêmio São Paulo da Letras, com dotação inicial de R$ 5 milhões e reajustes anuais pelo IPCA. Sua ação se dará por meio de editais que contemplem obras nas diversas formas, tanto de ficção como de não ficção (conto, romance, poesia, crônica, ensaio). Também poderá apoiar primeiras edições, pesquisas, bolsas, preservação de acervos e intercâmbios.

● Propomos que o CEU tenha uma programação permanente nas áreas de Teatro, Dança, Música, Circo, Artes Visuais, Livro e Leitura, Capoeira e Cinema e que abrigue atividades formativas na área de Arte e Cultura. As atividades deverão ser contratadas tanto entre aquelas fomentadas pelos programas municipais quanto entre as boas produções do circuito comercial de São Paulo e as produções independentes.

● Adquirir e distribuir obras para as bibliotecas das escolas com vistas a manter acervos literários adequados.

Em 4 anos vamos universalizar os equipamentos esportivos, as bibliotecas e os laboratórios científicos, permitindo um salto na qualidade do ensino e na qualidade de vida dos estudantes da rede.

O hábito de leitura será incentivado e tornado acessível por uma rede de bibliotecas escolares com livros atuais e que reflitam a diversidade cultural brasileira. O ensino das artes, o teatro, o audiovisual, linguagem que mais fala atualmente aos jovens, serão instrumentos da construção de uma nova cidadania cultural.

Nosso compromisso é com o povo que mais precisa, com as periferias esquecidas, com os estudantes que não têm condição de competir com os alunos das escolas privadas por uma vaga na universidade pública. Por isso, vamos priorizar as escolas dos distritos mais carentes e de menor desempenho escolar. É por ali que vamos começar a construir, reformar e modernizar as bibliotecas, as quadras esportivas, os laboratórios e as salas de aula. 

Vera Lúcia (PSTU)

Pelo direito à cultura e à informação! Internet gratuita e de qualidade em todo o município! Ampliação do financiamento à cultura e todas as artes! Administração de todos os equipamentos culturais pelos Conselhos populares! Ampliação da rede municipal de Bibliotecas! Uma biblioteca pública por bairro! Incentivo a todas as manifestações culturais populares de rua!

Vale destacar que o PMLLLB-SP foi mencionado nas propostas de Guilherme Boulos e Jilmar Tatto.

Esperamos que o PMLLLB-SP possa ser respeitado no próximo governo e que as políticas para este setor seja prioridade. O acesso ao livro, leitura e literatura é um direito de todos e dever do Estado.

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